Vibrante, Bring Me the Horizon fecha sideshows do Knotfest em noite sold out

Com o vocalista Oliver Sykes falando só em português e participação de Pabllo Vittar, grupo britânico contou com Vended na abertura, em substituição ao Motionless in White

Assim como o Lollapalooza tem seus Lolla Parties, a primeira edição do Knotfest no Brasil teve eventos paralelos. Trivium (Cine Joia) e Judas Priest com tributo ao Pantera (Vibra), em São Paulo, e Slipknot com Bring Me the Horizon (Jeunesse Arena), no Rio de Janeiro, se apresentaram nos últimos dias em antecipação ao festival, que acontece domingo (18) no Sambódromo do Anhembi, na capital paulista.

*Fotos de Jeff Marques / @mulekedoidomemo

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Coube ao já mencionado Bring Me the Horizon estrelar a última noite pré-festival também no Vibra, antigo Credicard Hall, próximo à estação Santo Amaro na Linha Esmeralda da CPTM. A rigor, o Motionless in White deveria abrir a noite, porém a banda divulgou o cancelamento das participações dando como motivo “uma séria doença entre os membros da banda e da equipe técnica”.

Vended, crias do Slipknot

Quem se deu bem foi o Vended, emergencialmente convidado para abrir o sideshow. E aí é o seguinte: é comum os filhos escolherem a mesma carreira dos pais e por eles receberam um empurrãozinho até alçarem vôos mais altos. Porém, por enquanto, eles são “apenas” a banda de dois filhos dos caras do Slipknot: Griffin Taylor, vocalista como seu pai, Corey Taylor, e o baterista Simon Crahan, cria do percussionista M. Shawn “Clown” Crahan. Completam o grupo os guitarristas Cole Espeland e Connor Grodzicki e o baixista Jeremiah Pugh.

Programado para abrir a festa às 20h – o que, a julgar pelos atrasos do evento anterior, não era garantia de nada –, a banda entrou dois minutos depois, o que não matou ninguém. O jovem quinteto abriu os trabalhos com “Ded to Me” (assim mesmo, o título do single não está digitado errado) e “Burn My Misery”. Após Griffin rapidamente checar se o povo queria mais, se saíram com “Bloodline”, fortemente acentuada no baixo e sob medida para quem curte sair pulando. O cantor, então, elaborou um pouco melhor o discurso – em livre tradução nossa, retirando-se os palavrões:

“Brasil, como vocês estão? Antes de prosseguirmos, do fundo dos nossos corações, muito obrigado a todos vocês. Somos o Vended, de Des Moines, Iowa, e temos uma música nova para vocês aí, uma que saiu muito recentemente. Gostariam de ouvi-la? Então preparem-se para ela, que se chama ‘Overall’.”

Aqui, há influências escancaradas de Slipknot, especialmente nas guitarras e linhas vocais. Não acredita? Dê uma checada nas plataformas digitais. Quer outro sinal? Enquanto notávamos o nome do grupo no telão de fundo como decoração única, um pai puxava papo com este repórter e comentava: “Slipknot versão teen, mas podia ser o Mr. Bungle, né?” Não para o público, curtindo um show feito por e para a “molecada”, no melhor sentido do termo, pois ainda bem que existem as renovações de banda e público para perpetuar nosso estilo musical favorito.

Rumando ao fim, pouca gente notou a inédita, mas com registros no YouTube, “Don’t Scream”, durando em torno de um minuto e quarenta segundos. As últimas? A também não gravada “Fear Forgotten” e “Antibody”, fechando quase quarenta minutos muito bem aceitos pela galera. Porém, sem querer ser chato, o fato de não terem sequer um álbum lançado – somente o citado EP de 2021 com cinco faixas e dois singles de inéditas – não dá cacife para tocarem após o Trivium no domingo. Para alguns, um sacrilégio…

Vended – ao vivo em São Paulo

  • Local: Vibra
  • Data: 16 de dezembro de 2022
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Repertório:

  1. Ded To Me
  2. Burn My Misery
  3. Bloodline
  4. Overall
  5. Don’t Scream
  6. My Wrongs
  7. Asylum
  8. Fear Forgotten
  9. Antibody

O semibrazuca Bring Me the Horizon

Oficialmente agendados para as 21h30, Oliver Sykes (vocal), Lee Malia e John Jones (guitarras), Matt Kean (baixo), Jordan Fish (teclados/percussão) e Matt Nicholls (bateria) vieram ao palco treze minutos antes, com uma mensagem clara no telão: “System: Post Human (Live Experience)”. De cara, já mandaram “Can You Feel My Heart” numa chuva de papel picado e a galera cantando em uníssono. Ainda durante a execução da faixa, o simpático Oli disse, num português carregado:

“Oi, Brasil! E aí? Tudo bem? Nós somos o Bring Me the Horizon, de Sheffield, Inglaterra. Estamos muito honrados por esta noite. Saudades, Brasil. Estão prontos? Vamos!”

Evidentemente foram feitas as correções pontuais de concordância e uma ou outra frase sem sentido exato, mas já vai um adianto: daí por diante, tudo por ele dito foi em nosso idioma. Caso esteja estranhando, ele é casado com a cantora e modelo Alissa Salls e ambos possuem casa em Taubaté, terra da família dela. Até CPF ele tem.

O frontman tornou a interagir: “Caraca! Prontos para a festa?” e um canto coletivo de “S-P-I-R-I-T, spirit. Let’s hear it” já dava indícios de “Happy Song”, uma martelada, especialmente com relação ao baixo. Judiou dos pescoços até a mensagem ficar evidente no telão: “Open up the pit”. Encerrada a faixa, gritos adolescentes explodiram e se mantiveram com o anúncio de “Teardrops” para a multidão ir à loucura. Impressão sincera? Teriam urrado em aprovação fosse qualquer outra.

Única do álbum “Amo” (2019) no set, “Mantra” veio a seguir, sempre com o telão de fundo – sensacional, diga-se de passagem – dando um jeito de informar as cacetadas, em tática vinculada ao conceito robótico-futurista do espetáculo. E se o público pedia “Sleepwalking”, a provocativa projeção atrás do baterista dava o comando: “Circle pits: zero found”… Sentiu o tamanho da encrenca? Foi em “Dear Diary,” que mereceu a imensa roda aberta, tamanho o poder do rápido petardo!

Como em “Post Human: Survival Horror” (2020), “Parasite Eve” a sucedeu. Single deste ano, a emotiva “sTraNgeRs” foi a mais recente do set e quebrou a sequência de pancadas. Se alguém ainda resistia aos encantos de Oli, foi obrigado a ceder ao descrevê-la: “Obrigado, São Paulo! Vocês são loucos, né? Saudades, São Paulo, muitas saudades. Muito tempo, né? Desculpem-me pelo meu português. Preciso estudar mais. Vou tentar por vocês. Sei de uma coisa: te amo! Essa música é nova para vocês, ok?” Vai, deixe de ser coração peludo! O cara é um tremendo fofo!

Fora da casinha

Quando você pensou já ter visto de tudo, se surpreende: “The Best Is Yet To Come”, lindíssima faixa na voz da irlandesa Aoife Ní Fhearraigh, rola ao fundo enquanto Oli gasta o português: “Pirando na batatinha? Vocês são lindos! Nós precisamos de um mosh pit muito grande para esta música, maior! Esta é de ‘Sempiternal’”. Na prática, “Shadow Moses”. Mais discotecagem com “Itch For The Cure (When Will We Be Free?)”, que introduziu “Kingslayer”. A faixa só não ficou completa como no play porque faltou o Babymetal junto, ainda que as vozes tenham sido usadas ao fundo – aliás, as japinhas nunca virão para cá?

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Quando você pensa já ter visto de tudo (parte 2), se surpreende (ainda mais!) e é melhor deixar Oli contextualizar:

“Obrigado! Vocês são loucos! São lindos também! Ok, nós queremos tocar uma música do ‘Sempiternal’ para vocês ouvirem esta noite, mas temos uma surpresa para vocês. Com vocês, Pabllo Vittar.”

Agora pensa no estardalhaço que foi ela mandando “Antivist”, pois, na hora, parecia miragem do tipo: “Como assim? Pabllo Vittar num show de metal???” Sim! Inovando no quesito “rolê aleatório” e momento tão histórico quanto Oli dizendo “Fora da casinha” no final. Na boa? Maior trabalho fazer a maquiagem e, já que estava lá, não dava para terem feito mais uma?

Caminhando para a conclusão do set regular, “DiE4u” começou meio imperceptível, com a plateia dividida entre o êxtase da participação especial e menções à plantação de chuchu do futuro ex-presidente, de folga do cargo desde 30 de outubro sem renunciar. Soou bela – a música, mais do que as “homenagens” – e ainda iria melhorar com outra dica no telão: “Get on your friend’s shoulders”, para fazerem “Follow You” em formato acústico e com lanternas dos celulares acesas por todas as dependências, em belíssimo efeito visual. Ofereceu respiro aos fãs – dava até para sentir e curtir um pouquinho do ar condicionado! Ao seu final, Oli ergueu uma bandeira LGBTQIA+ e a saideira desta parte foi “Drown”.

Rápida saída do palco, o encore trouxe “Obey” e “Throne”, com pedido do vocalista para a galera se sentar, ou ao menos tentar, para posteriormente pular – mesmo expediente adotado por fãs do Trivium em “In Waves” dois dias antes, que se repetirá com o Slipknot amanhã e o tipo de coisa legal apenas de se ver ou quando você tem 20 anos e joelhos em forma.

Ao fim, outra chuva de papel – vermelho desta vez e não picado – veio acompanhada da mensagem final no telão cravando uma hora e vinte minutos de performance energética: “Bring Me the Horizon just rocked my fucking world”. Que paulada!!! Partiu Knotfest?

*Fotos de Jeff Marques / @mulekedoidomemo

Bring Me the Horizon – ao vivo em São Paulo

  • Local: Vibra
  • Data: 16 de dezembro de 2022
  • Turnê: Post Human Tour 2022

Repertório:

  1. Can You Feel My Heart
  2. Happy Song
  3. Teardrops
  4. Mantra
  5. Dear Diary,
  6. Parasite Eve
  7. sTraNgeRs
    Intro: The Best Is Yet To Come [Aoife Ní Fhearraigh]
  8. Shadow Moses
    Intro: Itch For The Cure (When Will We Be Free?)
  9. Kingslayer
  10. Antivist (com Pabllo Vittar)
  11. DiE4u
  12. Follow Your [Acoustic]
  13. Drown

Bis:

  1. Obey
  2. Throne

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