Por que Ian Gillan não canta mais “Child in Time” nos shows do Deep Purple

Música do álbum “In Rock” apareceu recentemente em um episódio da série “1899”, da Netflix

Composta para o álbum “In Rock”, de 1970, “Child in Time” se tornou uma das músicas mais emblemáticas do Deep Purple. Versando sobre a Guerra Fria e contando com duração superior a 10 minutos, a faixa se destaca por explorar a técnica dos membros da banda ao extremo – especialmente Ian Gillan, que grita de forma alucinada no refrão.

Justamente por isso, o vocalista reconhece não conseguir mais cantá-la. A última vez que foi incluída no setlist aconteceu em 2002. E não voltará, como o próprio garante à rádio espanhola Rock FM, com transcrição do Blabbermouth.

“Não é mais possível. Eu poderia baixar os tons, mas não seria a mesma coisa. Sempre uso a seguinte analogia: quando era jovem fui atleta. Minha modalidade era o salto com vara. Aos 25 anos não conseguia mais praticar. Mesma coisa com ‘Child in Time’. Elyoua é quase um evento olímpico, muito desafiadora. Quando tinha uns 38 já não soava mais da mesma forma. Então, decidi que se era para fazer mal feito, melhor nem tentar. E foi isso, nunca mais olhei para trás.”

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Caracterizado por uma técnica invejável em seu auge, Gillan refletiu sobre a decisão.

“Quando eu tinha 38 anos e tomei essa decisão, pensei: ‘Meu Deus. Estou quase na metade da minha vida agora’. Isso me fez pensar sobre o futuro. Quero ser um cantor para o resto da minha vida? Bem, claro. Eu devo. Canto desde criança, quando entrei em um coral de igreja. Toda a minha família era musical. Ao mesmo tempo, não queria ser conhecido apenas por esse grito. Não quero gritar quando tiver 80 ou 70 anos. É indigno. Mas aqui estou, aos 77 anos, e ainda estou gritando – até certo ponto. Mas o elemento de controle e a elevação dessa nota estão além de mim, para ser honesto.”

Recentemente, “Child in Time” apareceu no segundo episódio da série “1899”, disponível na Netflix.

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Deep Purple, “Child in Time” e a acusação de plágio

À época de seu lançamento, a música enfrentou uma polêmica sobre ter sido um plágio. O riff de órgão é baseado em “Bombay Calling”, da banda It’s a Beautiful Day. Durante um ensaio, o tecladista Jon Lord começou a tocá-la e o resto do grupo acompanhou, reescrevendo sobre a ideia original e alterando o arranjo.

Como uma espécie de “chumbo trocado”, o It’s a Beautiful Day pegou emprestado “Wring That Neck” do Purple e a transformou em “Don and Dewey”, faixa de seu segundo álbum, “Marrying Maiden” (1970). Não houve qualquer disputa judicial.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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