Por que o Deep Purple não se reunirá com Ritchie Blackmore, segundo Ian Gillan

Vocalista afirma que a banda não está disposta a repetir experiência de reunião que já não deu certo uma vez, nos anos 1980

A relação entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore, respectivamente vocalista e ex-guitarrista do Deep Purple, é uma das rivalidades mais famosas do rock. O segundo saiu da banda definitivamente em 1993 e desde então se fala sobre uma reunião, mas Gillan voltou a negar que isso deve acontecer, ao mesmo tempo em que relembrou os anos difíceis ao lado de Blackmore, nos anos 1980, pós-“Perfect Strangers” (1984).

Em conversa com a rádio espanhola RockFM, transcrita pela Guitar Magazine, o vocalista do Purple definiu a relação de Blackmore com a banda como um casamento que não deu certo. Para ele, uma reunião é impossível porque simplesmente “não há amor” envolvido – e isso não é de hoje.

“Eu acho que a ideia de uma grande reunião seria absurdamente desrespeitosa para a versão atual do Deep Purple. A atmosfera seria terrível, seria artificial – seria apenas por dinheiro, nada mais. Porque não há amor ali, não há afinidade. 25% da essência do Deep Purple é improviso e temos um músico agora que é absolutamente inacreditável. E eu não sei o quanto Ritchie tem praticado… eu poderia continuar falando, mas a resposta simples é ‘não’. É a ex-mulher, nós não queremos estar juntos de novo.”

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O músico “absolutamente inacreditável” a quem Gillan se refere é Simon McBride, guitarrista que foi oficializado em setembro desse ano. Ele substitui Steve Morse, que deixou a banda em decorrência de uma doença de sua esposa.

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A reunião do Deep Purple

O Deep Purple já passou pela traumática experiência de uma reunião da formação clássica nos anos 1980, quando gravaram “Perfect Strangers” (1984) e “The House of Blue Light” (1987). Ian Gillan seria demitido em 1989, voltando em 1992, um ano antes da saída definitiva de Blackmore. O vocalista deu sua versão dos acontecimentos.

“Fui demitido da banda porque eu queria fazer mais turnês e Ritchie queria fazer menos. Tivemos uma reunião um dia e eu disse ‘por que não vamos para a Amérida do Sul, Rússia, pelo mundo todo, somos uma banda ao vivo’ e no dia seguinte Ritchie foi até o empresário e disse ‘bem, sou eu ou ele’. Então eles o escolheram e tudo bem.

E eles fizeram um disco com outro vocalista (“Slaves and Masters” (1990), com Joe Lynn Turner) e a gravadora disse ‘ou vocês trazem Ian de volta à banda, ou rasgamos o contrato’. Então eu voltei para o Deep Purple e Ritchie ficou louco, ele não gostou disso. Então, eventualmente, ele saiu.”

A insatisfação de Ritchie Blackmore

Ritchie Blackmore, por sua vez, dizia que não estava satisfeito com o Deep Purple pós-reunião. Em entrevista ao Long Island Weekly, o guitarrista classificou a banda na época como “monofônica”, se referindo a uma falta de melodia que o incomodava e que o teria levado a deixar o grupo definitivamente.

“Melodia é algo muito importante para mim. Nos meus últimos tempos com o Deep Purple eu não conseguia sentir isso. A banda estava muito monofônica. Não me inspira quando é assim. É o que noto nas bandas de hard rock da atualidade. Não estou falando de death metal, esse tipo de coisa. Mas os artistas atuais não têm tanta melodia, então, não consigo me identificar com eles.”

Desde que saiu do Purple, em 1993, Blackmore fez reuniões esporádicas de seu outro grande projeto, o Rainbow. No entanto, o guitarrista dedicou a maior parte de seu tempo ao Blackmore’s Night, projeto de música renascentista que comanda ao lado da esposa, a vocalista Candice Night.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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