O que é fato e o que é invenção em “Blonde”, filme sobre Marilyn Monroe

Longa da Netflix é inspirado em livro fictício sobre a vida e carreira da artista, portanto, mistura fatos e invenções

Blonde” é o primeiro filme voltado ao público adulto produzido pela Netflix. A produção explora a vida de Marilyn Monroe (interpretada pela atriz Ana de Armas), desde sua infância até sua prematura morte e é inspirada no livro homônimo da escritora Joyce Carol Oates, lançado em 2000.

Por mais que explore a vida de uma das artistas mais famosas da história, podemos te adiantar que “Blonde” é um trabalho de ficção. Afinal, o próprio livro que inspira o enredo do filme é uma versão parcialmente fictícia da vida de Monroe, o que já gerou muita confusão.

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Mas de qualquer forma, podemos dizer que tanto o livro quanto o filme exploraram, com fidelidade, alguns pontos da vida da artista. Então, o que é fato e o que é inventado no novo filme da Netflix?

É o que vamos explorar no texto abaixo. As informações são dos sites ScreenRant, Slate, Vulture, People e o jornal Independent.

Atenção: spoilers de “Blonde” a seguir.

Marilyn Monroe e o “fato ou fake” de “Blonde”

A mãe da artista tinha mesmo problemas mentais?

O início de “Blonde” explora a complicada infância que Marilyn Monroe teve. Ela precisou viver com famílias adotivas por conta dos problemas mentais de sua mãe, Gladys.

Em uma cena, por exemplo, Gladys dirige um carro, com Monroe dentro, bem no meio de um incêndio florestal. Em outro momento, ele tenta afogar a filha na banheira de casa. Estas ações fazem a mãe da artista ser internada em um hospital psiquiátrico e Monroe teve de ir para um orfanato.

De fato, Gladys era uma pessoa que tinha problemas mentais e chegou a ser internada em um hospital psiquiátrico, o que fez a então menina Marilyn Monroe passar a infância em orfanatos e sob os cuidados de famílias adotivas. No entanto, não existem relatos de que a artista passou por estes episódios explorados pelo filme.

Casamento com Joe DiMaggio era mesmo abusivo?

O segundo casamento de Marilyn Monroe – e talvez o mais famoso dos três – foi com Joe DiMaggio, lendário jogador de beisebol. “Blonde” não deixou de explorar a união entre os dois.

O filme mostra que o casamento esteve distante de ser às mil maravilhas. DiMaggio era abusivo com Monroe, pois queria controlar alguns aspectos de sua vida.

Inclusive, em um momento, descobrimos que o ex-jogador de beisebol agrediu a artista por conta da famosa cena do filme “O Pecado Mora ao Lado” – aquela em que o vento levanta o vestido de Monroe.

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Esse é um ponto que, lamentavelmente, também aconteceu na vida real. Existem relatos de que Marilyn Monroe sofreu agressões de DiMaggio por conta da cena e que o relacionamento deles era complicado.

Não à toa, a união durou apenas alguns meses. A artista pediu o divórcio apenas um mês após a gravação da famosa cena.

Monroe realmente chamava seus maridos de “papai”?

Se não bastasse o fato de sua mãe ter tido problemas mentais, Marilyn Monroe também sequer chegou a conhecer seu pai. Por conta disso, “Blonde” mostra que a artista tinha uma fixação até mesmo infantil em chamar seus maridos de “papai”, justamente para suprir essa ausência de uma figura paterna em sua vida.

Podemos afirmar que o filme acertou em partes e inventou em outras com relação a esta questão.

Por exemplo: James Dougherty, o primeiro marido de Monroe, afirmou que a artista tinha o costume de realmente chamá-lo de “papai”. No entanto, não existem evidências de que ela, de fato, tinha essa compulsão em chamar seus demais maridos desta maneira.

Marilyn Monroe fez parte de um “trisal”?

Já podemos te adiantar que esta foi uma das grandes invenções de “Blonde”. O filme da Netflix mostra que Marilyn Monroe vivia em um triângulo amoroso (ou “trisal”, se você preferir) com os atores Charles Chaplin Jr. e Edward Robinson Jr. – mencionados apenas como “Cass” e “Eddy” no longa.

Na vida real, Monroe até teve alguns casos com os dois atores, mas não existe qualquer relato ou registro de que tenha sido ao mesmo tempo.

Se não bastasse isso, “Blonde” ainda cometeu um erro a respeito da morte de Chaplin Jr. Na parte final do filme, Marilyn Monroe é avisada do falecimento do ator, mas na realidade, ele só veio a óbito seis anos após a artista, em 1968.

Marilyn Monroe realmente sofreu vários abortos?

“Blonde” também explorou bastante os abortos que Marilyn Monroe teve ao longo de sua vida. O filme dá a entender que a artista teria engravidado de Chaplin Jr. ou Robinson antes de optar pelo aborto. Ela tomou a mesma decisão após ter sido estuprada por Kennedy – e já já falaremos sobre isso.

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Monroe, de fato, sofreu alguns abortos no decorrer de sua vida. No entanto, eles foram espontâneos e aconteceram durante seu terceiro e último casamento, com o dramaturgo Arthur Miller.

Vale lembrar que até hoje, ainda existe uma discussão do número exato de bebês que Monroe perdeu ou até mesmo se a artista realmente engravidou ao longo de sua vida.

Caso com Kennedy foi real?

Outro ponto da vida de Marilyn Monroe que “Blonde” não se esqueceu foi sua relação com John F. Kennedy. No filme, ela chega a ser levada, sob o efeito de drogas, até o presidente americano, que força a artista a praticar sexo com ele.

Oficialmente, Monroe e Kennedy apenas se encontraram em algumas ocasiões, com destaque para a vez em que ela cantou “Happy Birthday, Mr. President” para o político, apenas meses antes dela morrer. Sem contar o fato de que o famoso presidente americano era casado com Jacqueline Kennedy.

Até hoje, existem diversos rumores de que Monroe e Kennedy tiveram um caso e que a artista também chegou a se envolver com o irmão dele, o senador Robert Kennedy. De qualquer forma, é possível dizer que este caso de estupro explorado pelo filme foi inventado.

Ela era mesmo uma pessoa difícil no set de filmagens?

Já na parte final de “Blonde”, vimos que durante as gravações do filme “Quanto Mais Quente Melhor”, Marilyn Monroe mostrou ser uma pessoa bem difícil de se trabalhar por conta de sua instabilidade emocional. Afinal, ela era alvo constante da mídia e seu relacionamento com Arthur Miller estava piorando.

Esse é um ponto que o filme acertou em relação à realidade. De fato, Marilyn Monroe ficou conhecida por não ser uma pessoa muito cooperativa no set de filmagens e sua ética de trabalho questionável, justamente por conta de seus problemas pessoais.

O longa apenas deu uma exagerada ao mostrar que Monroe chegou a se automutilar no set de filmagens de “Quando Mais Quente Melhor”, algo que nunca ocorreu.

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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