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Roger Waters chama Bolsonaro de “porco fascista” em entrevista à Folha

Ex-integrante do Pink Floyd é um dos signatários do manifesto internacional de apoio às instituições democrática brasileiras organizado pelo Washington Brazil Office

Quatro anos após fazer um protesto contra o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, antes das eleições, Roger Waters reiterou seu posicionamento. Em entrevista à coluna de Monica Bergamo para o jornal Folha de S.Paulo, o ex-integrante do Pink Floyd chamou o político, que tenta a reeleição no país, de “porco fascista”.

As críticas de Waters foram feitas em especial à forma como o governo Bolsonaro conduziu a pandemia no país. O músico declarou:

“De longe, vi a Covid no Brasil e a bagunça pavorosa que o governo fez disso. Tenho lido muito sobre as coisas que Bolsonaro diz. Ele é um porco fascista convicto, como sabemos.”

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O artista é um dos signatários internacionais do manifesto pró-democracia criado pelo Washington Brazil Office, think tank brasileiro apartidário sediado nos Estados Unidos, em defesa das instituições. A lista de personalidades apoiando o movimento ainda conta com o ator Danny Glover, o filósofo Noam Chomsky e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

Sobre seu apoio ao manifesto, Waters defendeu o voto para Luiz Inácio Lula da Silva, como já havia feito em outras ocasiões – inclusive durante um evento de campanha realizado pelo ex-presidente, que também concorre ao posto e lidera as pesquisas atualmente.

“Devemos nos unir em solidariedade a todos no Brasil, pois esperamos que a maioria das pessoas acredite na democracia, no Estado de Direito e nos direitos humanos. Queremos mostrar nosso desdém absoluto por neofascistas como Bolsonaro.”

Mais críticas a Bolsonaro

Em outro momento da entrevista, Roger Waters destinou mais críticas a Jair Bolsonaro. Ele declarou:

“Não tem como você sequer pensar na p#rra da ideia de que apoiar um idiota como Bolsonaro pode ser uma coisa boa. […] Esperamos que as pessoas tenham aprendido uma lição e comecem a entender que a falsa promessa de ‘sou um homem forte, cuidarei de você’ enquanto ferra todos os outros não vale nada. A palavra deste homem não vale nada, com exceção de que Bolsonaro parece ser honesto sobre o que fala. Ele apenas diz: ‘eu não me importo com o que você pensa, eu quero ser um ditador e quero que o Exército esteja no controle de tudo’. Pelo menos ele é honesto sobre isso.”

A entrevista completa pode ser lida no site do jornal Folha de S. Paulo.

Roger Waters, Lula e Brasil

Roger Waters tem um histórico de apoio a Lula. Em 2020, ele gravou um vídeo onde oferece um brinde ao ex-presidente do Brasil durante um evento que comemorava o Dia do Trabalhador. Na ocasião, ele também tocou e cantou “We Shall Overcome”, uma espécie de hino dos direitos trabalhistas nos Estados Unidos.

Dono de posição política definida à esquerda desde os tempos de Pink Floyd, Waters havia visitado o Brasil anteriormente em 2018, pouco antes da última eleição presidencial.

O músico causou polêmica ao exibir no telão o nome do então candidato e hoje presidente Jair Bolsonaro associando-o ao ressurgimento do neofascismo no mundo junto a outros políticos. Diante da controvérsia gerada, ele removeu a menção a Bolsonaro e inseriu uma faixa escrita “ponto de vista censurado”. Porém, seguiu utilizando a hashtag #EleNão, também parte da campanha contra o político.

Na época, Lula estava preso como parte de desdobramentos da Operação Lava Jato, sob acusação de corrupção. Ele foi solto em 2019 e as condenações foram anuladas.

Tentativa de visita na prisão

Em entrevista ao site Brooklyn Vegan (via Whiplash), também em 2019, Roger Waters contou que tentou visitar Lula na prisão na época de sua turnê, mas foi impedido por autoridades locais.

“Eles ameaçaram me jogar na prisão no Brasil por eu estar me envolvendo no seu processo de eleição, ao me juntar com o movimento #EleNão, que fracassou. Você sabe que o fascista Bolsonaro foi eleito apesar da resistência a ele. Eu queria ir visitar Lula quando chegamos ao sul, onde ele está preso, mas o juiz local me negou esta oportunidade, pois era um momento muito sensível, as eleições estavam chegando….

Obviamente o único motivo pelo qual Lula está preso é porque ele teria ganho as eleições com as mãos amarradas nas costas se deixassem ele ficar em pé – o que ele não pode fazer por ter sido preso sob falsas acusações de corrupção. Dizem: ‘ah sim, outro político corrupto’. Não, ele não é um político corrupto, ele está na prisão por acusações forjadas contra ele pelo sistema que está no poder lá no Brasil.”

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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