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Como o Judas Priest começou a usar guitarras gêmeas segundo K.K. Downing

Pressão da gravadora por formação diferente de quarteto fez com que Glenn Tipton entrasse como quinto integrante

Uma das características mais marcantes do Judas Priest é o uso das guitarras gêmeas. Embora não tenha sido exatamente a precursora, a banda usou o recurso a seu favor de tal forma que a associação se tornou inevitável.

Até por isso, causou estranhamento a recente decisão da banda em seguir como quarteto, tendo apenas Richie Faulkner na função – revertida após a repercussão negativa.

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Em entrevista ao The Rock Show With Lee Graham, transcrita pelo Blabbermouth, o ex-guitarrista do grupo, K.K. Downing, contou que a adição de Glenn Tipton se deu por pressão da gravadora. Entendia-se na época que a formação precisava de um aditivo em sua composição.

“Fomos um quarteto por um longo tempo. Conseguimos um contrato, mas pediram que nos diferenciássemos dos line-ups do Free, Led Zeppelin, Black Sabbath e todos os grupos que estavam em alta. Sugeriram saxofonista ou tecladista e recusamos. Comecei a pensar em possibilidades e achei que seria uma boa incluir mais um guitarrista. Se ele fizesse solos e compusesse também, fortaleceria a banda. Musicalmente, poderíamos explorar situações que ninguém havia feito ainda.”

Downing destacou o fato de que as bandas que contavam com dois guitarristas à época não exploravam o lado mais pesado.

“Havia a Allman Brothers Band, James Gang e o grande Wishbone Ash, mas tinham uma sonoridade mais light. Não era um grande fã. Então, tive a ideia de que poderíamos criar harmonias mais pesadas. E foi o que acabamos fazendo. Existe uma coisa chamada harmonias diminutas. Você pode empilhar terças menores juntas. Pode não soar agradável para muitas pessoas, mas para mim ficou ótimo, era dissonante.”

A relação entre K.K. Downing e Glenn Tipton

Ainda durante a entrevista, K.K. Downing destacou que nem sempre ele e Glenn Tipton concordavam. Mas justamente as abordagens diferentes foi o que fez a diferença.

“Musicalmente, talvez nem sempre tenhamos concordado. Mas tínhamos grande respeito pelo trabalho um do outro. Uma banda é uma combinação de pessoas. Então, eu aceitava algumas das coisas mais melódicas e comerciais que Glenn trazia, pois se queríamos realmente fazer sucesso, precisávamos ampliar nossos horizontes. E, obviamente, funcionou incrivelmente bem.”

Anteriormente, K.K. Downing se manifestou contrário ao Judas Priest seguir sem seu formato tradicional. O músico segue carreira com o KK’s Priest.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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