Relembrando Freddie Mercury, Brian May critica Brit Awards por extinguir prêmios por gênero

"Hoje seríamos forçados a ter pessoas de diferentes cores e sexos no Queen. Teríamos que ter uma pessoa trans", diz o guitarrista

O guitarrista do Queen, Brian May, criticou a decisão do Brit Awards de descartar seu sistema tradicional de gênero para categorias de premiação. O músico classificou a atitude como “emblemática de uma tendência assustadora”.

Dias atrás, os organizadores do Brit Awards confirmaram que os prêmios Artista do Ano e Artista Internacional do Ano estão substituindo as categorias masculina e feminina tradicionais. As mudanças, aplicadas com objetivo de incluir artistas não-binários, ocorrem após Sam Smith, que se identifica dessa forma, ter ficado de fora das categorias de gênero na última edição do evento.

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Tom March, presidente do Brit Awards, havia declarado:

“É importante que o Brit Awards continue a evoluir e tenha como objetivo ser o mais inclusivo possível. Parece o momento certo para celebrar as conquistas dos artistas pela música que eles criam e pelo trabalho que fazem, independentemente do gênero.”

Integrante de uma banda bastante representativa no meio LGBTQIA+, Brian May disse ao The Mirror que a decisão foi tomada pela organização “sem pensar o suficiente”.

“Várias coisas funcionam muito bem e podem ser deixadas como estão. Estou cansado de ver as pessoas tentando mudar sem pensar nas consequências de longo prazo. Há ações que visam uma melhoria, outras não.”

O guitarrista ainda se referiu a ações do tipo como tentativas de criar uma cultura que instiga o medo ao se falar sobre certos temas.

“As pessoas estão cada vez mais receosas de falar o que pensam. Eventualmente haverá algum tipo de explosão.”

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Brian May, Freddie Mercury e Queen nos dias de hoje

Em outro momento, se valendo da velha máxima de “no meu tempo”, Brian May citou seu falecido colega de Queen, Freddie Mercury.

“Freddie veio de Zanzibar, ele não era britânico, não era branco. Ninguém se importava, ninguém jamais discutiu isso. Ele era músico, nosso amigo, nosso irmão. Não precisávamos parar e pensar: ‘Oh, agora, devemos trabalhar com ele? Ele é da cor certa? Ele tem a propensão sexual certa?’. Nada disso aconteceu, e agora acho assustador que você tenha que ser tão calculista sobre tudo.”

O guitarrista acredita que o Queen não teria sido considerado diverso o suficiente hoje para ganhar seus quatro Brit Awards.

“Seríamos forçados a ter pessoas de diferentes cores e sexos. Teríamos que ter uma pessoa trans. Você sabe que a vida não tem que ser assim. Podemos ser separados e diferentes.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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