Tool lança Fear Inoculum após 13 anos de espera; ouça e confira opinião

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O Tool lançou seu novo álbum de estúdio, intitulado “Fear Inoculum”, nesta sexta-feira (30). O trabalho chega por meio da RCA, em formato físico e digital, e é o primeiro desde “10,000 Days”, divulgado em 2006.

“Fear Inoculum” é o álbum mais longo da história do Tool. Na versão física, tem apenas 7 faixas com pouco mais de 10 minutos cada no geral, somando 79 minutos e 10 segundos de duração – bem próximo ao limite de 80 minutos da mídia CD. Nesse sentido, o novo álbum supera os 78 minutos e 51 segundos de ‘Lateralus’ (2001), que ostentava a marca até então.

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A edição digital conta, ainda, com três faixas a mais: “Litanie contre la peur”, “Legion Inoculant” e “Mockinbeat”. Curiosamente, são bem mais curtas do que as 7 canções da versão em CD, mas colaboram para chegar a 86 minutos e 38 segundos de duração total.

Ouça a seguir, via Spotify:

Fear Inoculum, o álbum definitivo do Tool?

Com tanta espera em seu entorno, “Fear Inoculum” não é um lançamento como qualquer outro. São 13 anos de hiato criativo por parte do Tool e, de certa forma, a banda soube aproveitar toda essa expectativa para fazer o que desejavam.

Os integrantes têm destacado, em entrevistas, que o Tool está cada vez menos preocupado em se adequar aos padrões de sucesso, como os de rádio, que exigem músicas mais curtas. Boa parte das faixas do novo álbum tem cerca de 10 minutos de duração. Além disso, exploram métricas de tempo bem distantes do convencional, daquelas que fazem o ouvinte menos acostumado pensar: “eles estão tocando errado?”.

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Por tudo isso, é difícil analisar “Fear Inoculum” com certa justiça sem uma imersão prévia que pode levar semanas, talvez meses – mais complicado que qualquer outro trabalho de rock/metal progressivo. Ainda assim, é possível passar algumas impressões iniciais.

A primeira (e principal) é que, como o Tool está ainda menos preocupado em se encaixar a padrões, “Fear Inoculum” soa muito sincero. Letras, melodias, andamentos e ritmos parecem estar conectados aos integrantes, especialmente à concepção de que eles estão envelhecendo e que não precisam provar mais nada, já que construíram uma base tão sólida de fãs com álbuns tão “estranhos” e experimentais.

Por soar mais sincero e despretensioso, “Fear Inoculum” comete seus pecados. Em duas das últimas faixas, “Culling Voices” e “7empest”, há a sensação de que a banda está se repetindo um pouco. Talvez não esteja, de fato, replicando estéticas e arranjos das músicas anteriores, mas passa essa impressão. Em outros, como nos riffs finais de “Invincible” (especialmente aqueles mais repetitivos por volta dos 9 minutos), o sentimento é de que a canção poderia ter sido encerrada antes. E “Chocolate Chip Trip” é bem desnecessária, ainda que possa divertir os fãs.

São, porém, motivos insuficientes para desqualificar o material apresentado. “Fear Inoculum” tem tudo o que se espera de um álbum do Tool e vai além. Soa progressivo, arrastado, introspectivo e experimental, como habitual, mas transcende a expectativa ao ser ainda mais arrojado do que os trabalhos anteriores.

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O guitarrista Adam Jones e o baterista Danny Carey, em especial, parecem viver um ótimo momento, tanto técnico quanto autoral. Ainda que discreto (como “pede” seu instrumento), o baixista Justin Chancellor dá consistência e até tem seus momentos de criatividade. O vocalista Maynard James Keenan dá o tom final, mas repete o curioso papel de coadjuvante que sempre exerceu no grupo.

As melhores músicas de “Fear Inoculum” são, justamente, aquelas que foram divulgadas antes: a faixa título, liberada como single; e “Invincible” e “Descending”, tocadas em shows nos últimos meses. “7empest” também se destaca pelos momentos mais frenéticos. Contudo, é altamente recomendado que se ouça o álbum na íntegra, faixa a faixa, por diversas vezes. A digestão é difícil, mas pode ser gratificante.

De forma mais objetiva, é possível dizer que “Fear Inoculum” é o trabalho definitivo do Tool. Não quer dizer, necessariamente, que é o melhor, mas o novo álbum parece resumir tudo o que esse estranho quarteto progressivo gostaria de ter dito por todos esses anos. Pode ser cedo para dizer, mas a impressão é que: valeu a pena esperar esse tempo todo.

Confira, a seguir, a capa e a tracklist de ambas as versões de “Fear Inoculum”:

Formato físico:

01. Fear Inoculum
02. Pneuma
03. Invincible
04. Descending
05. Culling Voices
06. Chocolate Chip Trip
07. 7empest

Edição digital:

01. Fear Inoculum
02. Pneuma
03. Litanie Contre La Peur
04. Invincible
05. Legion Inoculant
06. Descending
07. Culling Voices
08. Chocolate Chip Trip
09. 7empest
10. Mockingbeat

* Foto da matéria: Travis Shinn / divulgação

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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