Brothers of Metal diverte com clichês do metal em Prophecy of Ragnarok

Resenha: Brothers of Metal – “Prophecy of Ragnarok” (2017)

A preguiça pode bater forte quando alguém que não seja um fã inveterado de metal se depara com uma banda chamada Brothers of Metal. A primeira referência que vem à cabeça é a canção do pedante Manowar, em uma pegada musical que soa bastante ultrapassada e desgastada.

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Essa primeira impressão, porém, é bastante equivocada. O Brothers of Metal surpreende de certo modo – a começar pela expressão “brothers”, que é realmente levada a sério pelo grupo, pois diversos integrantes são, até onde me consta, irmãos.

Percebe-se isso, aliás, pelo sobrenome dos músicos do octeto: Ylva Eriksson, Joakim Lindbäck Eriksson e Mats Nilsson são os vocalistas; Dawid Grahn, Pähr Nilsson e Mikael Fehrm são os guitarristas; Emil Wärmedal é o baixista; e Johan Johansson, o baterista. As famílias Eriksson e Nilsson aparecem em peso, com dois representantes cada.

O álbum de estreia do grupo, intitulado “Prophecy of Ragnarok”, foi lançado em 2017 e chegou em edição nacional pela Valhall Music. São quatro faixas a menos do que o lançamento internacional – “Concerning Norns”, “The Mead Song”, “Sleipnir” e “We Believe in Metal” ficaram de fora do CD para o mercado brasileiro.

No geral, “Prophecy of Ragnarok” consegue não só resumir tudo aquilo que um fã de power/folk metal gostaria de ouvir como, também, apresenta alguns elementos novos a um segmento que não soa original há um bom tempo. Os vocais melódicos da talentosa Ylva e o canto mais rasgado e semigutural de Joakim Lindbäck formam um contraste interessante. Além disso, o trabalho harmônico é um pouco mais interessante que o normal do estilo, já que o álbum não apresenta nenhuma daquelas típicas músicas com bateria na velocidade da luz.

O fato do próprio Brothers of Metal se apresentar com certo bom humor, soando até como uma sátira ao estilo “Steel Panther do power/folk” tanto nas letras quanto nos textos de apresentação na internet, deixa “Prophecy of Rangarok” um pouco mais leve. Fica claro que a banda não está tentando ser um novo Manowar – e ainda bem que não funciona assim.

Apesar do álbum ser regular em sua proposta, algumas músicas chamam a atenção. O contraste vocal citado anteriormente aparece muito bem na semibalada “Yggdrasil”, enquanto que a abertura “The Death of the God of Light” consegue sintetizar bem a proposta do grupo. A faixa título é outro destaque, já que soa criativa e mistura elementos de diversas ramificações do metal.

“Prophecy of Ragnarok” não é o tipo de álbum que eu colocaria para rodar em casa, mas, ao que se propõe, demonstra competência e até leveza o suficiente para brincar com os clichês do metal de forma divertida e, ao mesmo tempo, concisa… mas, pera aí, quem disse que metal é diversão? -(

01. The Death of the God of Light
02. Son of Odin
03. Prophecy of Ragnarok
04. Defenders of Valhalla
05. Yggdrasil
06. Tyr
07. Siblings of Metal
08. Gods of War
09. Freya
10. Fire Blood and Steel

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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