The Big Bad Blues, de Billy Gibbons, é uma boa homenagem às raízes do estilo


Resenha: Billy F. Gibbons – “The Big Bad Blues” (2018)

Embora tenha carreira extensa com o ZZ Top, Billy Gibbons só lançou dois álbuns solo até hoje. O primeiro, “Perfectamundo” (2015), surpreendeu bastante ao mostrar forte influência da música afro-cubana. É um bom disco, que funciona dentro de seu contexto e destaca a versatilidade do vocalista e guitarrista.

Em “The Big Bad Blues”, divulgado em setembro de 2018 – e lançado em CD nacional pela Hellion Records -, Billy Gibbons retoma as influências do blues que sempre se fizeram presentes no ZZ Top, mesmo na exagerada sonoridade da década de 1980. O repertório mescla canções autorais de Gibbons com alguns covers, como “Bring It To Jerome” e “Crackin’ Up”, ambas de Bo Diddley; e “Standing Around Crying” e “Rollin’ And Tumblin'”, sendo as duas de Muddy Waters.

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Por ter tamanha proximidade com a sonoridade praticada pelo ZZ Top, “The Big Bad Blues” dá uma sensação de conforto aos fãs do trio. Gibbons reconhece que o retorno de sua carreira solo ao blues “é natural”. “É algo que nossos fãs podem curtir com a satisfação de provar da raiz tradicional e, ao mesmo tempo, sentir a riqueza de esticar a forma da arte”, afirmou o músico, em material de divulgação.

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Apesar das palavras bonitas e até complexas, Billy Gibbons é bastante direto em sua abordagem no álbum. Assume vocais, guitarras e até a gaita em certos momentos. Badass como sempre, irretocável como nunca.

A banda de apoio se destaca. Há as inserções do pianista Mike Flanigin, a cozinha consistente de Joe Hardy no baixo (e também na produção) e Greg Morrow ou Matt Sorum se revezando na bateria, as guitarras bem trabalhadas por Gibbons ao lado de Elwood Francis e os eventuais solos de gaita de James Harman dão o diferencial à sonoridade – caso contrário, aproximaria-se demais do ZZ Top e perderia-se o propósito de se fazer um álbum solo.

“The Big Bad Blues” é, no geral, um disco divertido. Não surpreende, mas entretém com um olhar bem perspicaz ao blues rock. Mantém a pegada das raízes do estilo, conforme prometido, e acrescenta malícia à pegada. Vale a pena conferir, seja nas plataformas de streaming ou no CD nacional da Hellion Records.

Billy Gibbons (vocal, guitarra, gaita)
Joe Hardy (baixo)
Elwood Francis (guitarra e gaita)
Greg Morrow (bateria)
Matt Sorum (bateria)
James Harman (gaita)
Mike Flanigin (piano)

1. Missin’ Yo’ Kissin’
2. My Baby She Rocks
3. Second Line
4. Standing Around Crying
5. Let The Left Hand Know…
6. Bring It To Jerome
7. That’s What She Said
8. Mo’ Slower Blues
9. Hollywood 151
10. Rollin’ and Tumblin’
11. Crackin’ Up

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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