Os 30 anos de ‘New Jersey’, o disco que consolidou o Bon Jovi no topo

Bon Jovi – ‘New Jersey’
Lançado em 19 de setembro de 1988

O Bon Jovi parece ter sido projetado para alcançar a fama de forma instantânea, mas o quinteto de Nova Jérsei não teve vida fácil em seu início.

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A banda foi formada em 1983, mas demorou para se mostrar criativamente encorpada. Os dois primeiros álbuns, ‘Bon Jovi’ (1984) e ‘7800° Fahrenheit’ (1985), não têm a força necessária. São apenas bons, mas sem com o apelo que se tornou característico do grupo nos anos seguintes.

Mesmo assim, o sucesso vinha se desenhava paulatinamente. E ‘Slippery When Wet’, de 1986, abriu – ou arrombou – a porta do estrelato para o Bon Jovi, que se tornou atração mundialmente conhecida graças a hits como ‘Wanted Dead Or Alive’, ‘Livin’ On A Prayer’ e ‘You Give Love A Bad Name’.

Ouça a voz de Jon Bon Jovi isolada nas músicas do Bon Jovi

Há quem diga que o disco posterior ao trabalho de maior sucesso seja muito difícil de se fazer, mas o Bon Jovi tirou de letra com ‘New Jersey’ – que, para mim, é ainda melhor que ‘Slippery When Wet’. E, talvez, o não-imediatismo do sucesso nos primeiros anos de formação tenham colaborado para que a banda evoluísse e não regredisse em seu quarto álbum.

‘New Jersey’ chega aos seus 30 anos com a aura pós-adolescência que o consagrou. As intenções artísticas do Bon Jovi nunca foram escondidas: a banda queria, de fato, emplacar hits na rádio. E conseguiram tal feito sem abrir mão de alguns padrões de qualidade.

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A evolução de ‘New Jersey’ em comparação a ‘Slippery When Wet’ é sutil – o hard rock grudento e bem feito da banda seguiu sendo praticado por aqui. A mudança se resumiu em maturidade, seja nas escolhas melódicas ou nas letras. Aqui, o Bon Jovi começou a abrir mão de alguns clichês e criar alguma identidade mais dissociada do chamado ‘glam metal’ da década de 1980.

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Curiosamente, ‘New Jersey’ tem até alguns momentos mais “experimentais” – entre aspas, porque, é claro, não são exatamente passagens de art rock. A introdução climática de ‘Lay Your Hands On Me’, a influência southern em ‘Ride Cowboy Ride’, a introdução de ‘Wild Is The Wind’ com guitarra espanhola, a proposta mais elaborada de ‘Blood On Blood’ e o suíngue de ‘Homebound Train’ refletem isso.

Outro detalhe curioso em ‘New Jersey’ é o tempo médio das músicas, que aumentou. Há uma quantidade considerável de músicas que passam a métrica radiofônica dos quatro minutos.

Houve, sim, espaço para arriscar, mas, no geral, o álbum trabalha na zona de conforto do Bon Jovi: hard rock feito para emplacar. Os hits ‘Bad Medicine’, ‘Born To Be My Baby’, ‘Living In Sin’, ‘Lay Your Hands On Me’ e ‘I’ll Be There For You’ fizeram com que ‘New Jersey’ repetisse o sucesso de ‘Slippery When Wet’.

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Apenas nos Estados Unidos, ‘New Jersey’ vendeu 7 milhões de cópias. O álbum também chegou ao topo das paradas de Canadá, Suíça, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Austrália e Suécia, além dos já citados EUA.

O sucesso conquistado com ‘Slippery When Wet’ e consolidado com ‘New Jersey’ foi tamanho que a banda deu sinais intensos de desgaste. Após 16 meses seguidos de turnê mundial, o grupo optou por dar uma pausa e só voltou no fim de 1991. Nesse meio-tempo, os músicos puderam se dedicar a projetos solo – Jon Bon Jovi lançou ‘Blaze Of Glory’ (1990) e Richie Sambora, ‘Stranger In This Town’ (1991).

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Para muitos, o Bon Jovi nunca mais foi o mesmo após esse retorno. ‘Keep The Faith’ (1992) trouxe um som mais distante do hair metal – algo necessário, já que a febre do estilo ficou na década anterior -, mas ainda focado no rock. Nos discos seguintes, o pop rock assumiu a linha de frente.

Apesar das derrapadas posteriores, especialmente no século 21, o Bon Jovi mostra – desde ‘New Jersey’ – que consegue se ajustar a qualquer movimento musical. E, para mim, ‘New Jersey’ não é o último grande momento da banda, já que ‘Keep The Faith’ é um disco tão bom quanto.

Jon Bon Jovi (vocal, violão, gaita e percussão)
Richie Sambora (guitarra, violão, guitarra de 12 cordas, mandolin e backing vocals)
David Bryan (teclado, backing vocals)
Alec John Such (baixo, backing vocals)
Tico Torres (bateria, percussão)

Músicos adicionais:
Scott Fairbairn (violoncelo)
Audrey Nordwell (violoncelo)
Bruce Fairbairn (trompa)

01. Lay Your Hands On Me
02. Bad Medicine
03. Born to Be My Baby
04. Living In Sin
05. Blood On Blood
06. Homebound Train
07. Wild Is The Wind
08. Ride Cowboy Ride
09. Stick To Your Guns
10. I’ll Be There For You
11. 99 In The Shade
12. Love For Sale

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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