Paul Stanley: há 65 anos, nascia um dos arquitetos do hard rock

O hard rock, da forma como conhecemos, não existiria sem alguns nomes. Não falo só da ramificação oitentista, mas do gênero como um todo. Entre esses arquitetos, está Paul Stanley, o Starchild, evidente responsável pela liderança criativa do KISS.

Nascido com o nome Stanley Bert Eisen em 20 de janeiro de 1952, em Manhattan, Nova York, Estados Unidos, o Starchild não teve juventude fácil. E não foi nada relacionado à sua condição financeira: sua família era humilde, mas não faltava nada a ele e sua irmã, Julia. A dificuldade esteve relacionada, essencialmente, ao problema congênito, chamado de microtia, que fez com que a sua orelha direita não se desenvolvesse corretamente.

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Surdo do ouvido em questão – e também inseguro com sua aparência -, Stanley teve problemas de socialização ao longo de sua infância e adolescência. Em entrevistas e em seu livro, “Uma vida sem máscaras”, ele diz que a única forma que encontrava para se distrair de todos os problemas que o cercavam era a música – curiosamente, algo que envolve a audição.

Por mais que poucos soubessem do problema, foi difícil para Stanley se estabelecer neste meio. Afinal, como um meio-surdo poderia se tornar músico?

Ele não só conseguiu, como também co-fundou, ao lado de Gene Simmons, uma das bandas mais importantes do hard rock: o KISS. Para isso, além de compor, cantar e tocar ótimas músicas, desenvolveu o seu alterego de Starchild e, enfim, sentiu-se seguro o bastante para conquistar seus objetivos.

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Em mais de quatro décadas de carreira, o KISS vendeu mais de 100 milhões de discos por todo o mundo e fez mais de 30 turnês, sendo boa parte delas mundiais. Não há dúvidas de que o objetivo foi conquistado.

E por mais que os outros integrantes tenham sido particularmente importantes para o KISS, enxergo Paul Stanley como a força motriz da banda. Vale destacar, ainda, que foi mais na raça do que no talento: o Starchild de 1973 a 1975 não dava demonstrações de que se tornaria um frontman tão imponente.

Para se ter ideia da força que representei: em parte da década de 1980, Paul Stanley conduziu, praticamente sozinho, um KISS sem máscaras, com uma formação alternativa e buscando por respostas. Há quem diga que álbuns como “Animalize” (1984) e “Crazy Nights” sejam praticamente trabalhos solo de Stanley. E a afirmação não é nada absurda.

Com tempo e dedicação, Paul Stanley conquistou posição de destaque e se tornou a voz do KISS, enquanto Gene Simmons passou a ser, de certa forma, o maior responsável pela imagem – exceto nos anos 80, quando dedicou-se mais ao cinema do que à banda. A maioria dos hits do grupo, bem como dos clássicos que atravessaram décadas nos repertórios dos shows, tem a assinatura de Stanley.

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Na voz de Paul Stanley, composições como “Strutter”, “Rock And Roll All Nite”, “Detroit Rock City”, “I Was Made For Lovin’ You”, “Love Gun”, “Lick It Up”, “Heaven’s On Fire”, “Forever” e “Psycho Circus”, entre outras, conquistaram a condição de clássicas. Até na voz de outros membros, como “God Of Thunder”, “Black Diamond” e “Hard Luck Woman”, Stanley mostrou-se assertivo em suas autorias musicais. E muitas delas foram influentes, a ponto de determinar a estética do hard rock.

Entristece-me pensar que, em algum dia, Paul Stanley não vai mais se apresentar ou gravar discos. A voz já dá sinais de fraqueza. Entretanto, há todo o material e o legado deixado por um dos arquitetos do hard rock. Vida longa ao Starchild.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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