Nomes como Led Zeppelin e Rolling Stones exerceram grande influência em Slash. Mas, para o guitarrista do Guns N’ Roses, dentre tantas referências, uma banda em específico moldou sua carreira e o trabalho exercido junto aos colegas.
Segundo o músico, sem o Aerosmith, o GN’R nem ao menos existiria. Ele abordou o assunto em 2005, durante declaração à Rolling Stone. A edição 972 da revista tinha como matéria de capa os 100 maiores artistas de todos os tempos, chamados de “The Immortals”.
Para o veículo, o guitarrista opinou que a geração mais nova não faz ideia da grandiosidade da era clássica de Steven Tyler e companhia. Ao seu ver, o grupo pavimentou o caminho para muitos dos que vieram depois de seu surgimento em 1970.
Como resgatado pela Far Out Magazine, ele disse:
“Eu não acho que essa geração tenha noção do que foi o Aerosmith clássico. Eles foram a base para o que eu faço, assim como para muitas bandas que vieram depois. Guns N’ Roses, Soundgarden, Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam devem muito ao Aerosmith das antigas.”
A relação de Slash com o Aerosmith começou quando o guitarrista tinha 14 anos de idade. À época, ele descobriu o álbum “Rocks” (1976) e, então, ficou impressionado, como relatou:
“Quando eu tinha 14 anos, eu estava tentando ficar com uma garota mais velha havia um tempo e ela finalmente me deixou ir até a casa dela. Ficamos lá, fumamos um pouco de maconha e ouvimos ‘Rocks’, do Aerosmith. Aquilo me atingiu de uma maneira muito pesada. Fiquei ali ouvindo o disco repetidamente e simplesmente esqueci da garota. Lembro de voltar de bicicleta para a casa da minha avó sabendo que minha vida havia mudado para sempre. Agora eu me identificava com alguma coisa.”
Por consequência, os guitarristas Joe Perry e Brad Whitford desempenharam um papel importante em sua jornada como instrumentista:
“Quando eu estava começando a aprender a tocar guitarra, o Aerosmith me deu o empurrão que eu precisava. Eu me identificava com a imagem de Joe Perry, tanto sonoramente quanto visualmente […]. Mas eu também era completamente fascinado pelos solos de Brad Whitford e ele influenciou meu jeito de tocar mais do que as pessoas imaginam. E qualquer um que canta precisa conhecer Steven Tyler.”
Slash e Aerosmith
Na edição de junho de 2005 da revista Classic Rock, Slash também mencionou a paixão pelo Aerosmith. Inicialmente citando já ser fã de The Who e Beatles quando conheceu os bad boys de Boston, o parceiro de Axl Rose e Duff McKagan elaborou sobre quando prestou atenção na obra do quinteto:
“Nasci na Inglaterra e me mudei para os Estados Unidos aos 13 ou 14 anos. Comecei a descobrir a música por mim mesmo. Estava a fim de uma garota que tinha o dobro da minha idade. Quando finalmente fui ao seu apartamento, ela tocou ‘Rocks’ para mim pela primeira vez. Esse disco transformou toda a minha vida. Quase parecia que havia sido composto para mim. Assim que ouvi, de repente entendi o que era a vida. Era uma coisa alta, com riffs pesados e gritante, com um groove realmente sexy. Falou comigo diretamente.”
Curiosamente, a primeira faixa que o músico lembra de ter escutado pertencia ao disco anterior a “Rocks”, “Toys in the Attic” (1975).
“Lembro-me de ouvir ‘Walk this Way’ no rádio. Lembro vagamente de ter gostado daquela música, mas não sabia quem era. ‘Rocks’ foi o que me virou de cabeça para baixo. Eu o comprei em uma época que não tinha dinheiro nenhum, então era uma grande coisa. Em seguida, peguei o ‘Live! Bootleg’ porque tinha todas as suas grandes músicas. Eu amo esse disco. Esse para mim é o álbum de rock’n’roll ao vivo por excelência de todos os tempos. É incrível. Depois tive todos.”
Inclusive, o Guns N’ Roses participou da turnê “Permanent Vacation”, encabeçada pelo Aerosmith entre 1987 e 1998, como atração de abertura. Na autobiografia “Walk This Way” (1997), Steven Tyler relembrou o período (via Whiplash):
“O que me chocou primeiro foi que eles eram iguais a nós […]. Às vezes ia até o camarim deles e parecia que eu estava me olhando no espelho […]. Antes do primeiro show, chamei Izzy [Stradlin], Slash e talvez Duff [McKagan] para o meu camarim e contei dos meus problemas com drogas e bebidas e falei: ‘olha, se vocês tem alguma droga, por favor guardem para vocês. Usem nos seus camarins. Se vocês usarem no meu, eu vou ter que deixar meu próprio camarim’. Mas eles aceitaram numa boa. Eles nos disseram que nós éramos seus ídolos.”
Mais recentemente, em 2014, Slash tocou o clássico “Dream On” ao lado do próprio vocalista durante festa do locutor Howard Stern. Por sua vez, no segundo disco inteiramente solo do membro do Guns N’ Roses, “Orgy of the Damned” (2024), Tyler colaborou com a gaita da faixa “Killing Floor”, originalmente de Howlin’ Wolf.
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