O programa “Fantástico”, da TV Globo, exibiu neste domingo (26) uma reportagem sobre o crescimento de bandas brasileiras de “nazi black metal”. Pertencentes ao chamado National Socialist black metal (NSBM), tais grupos foram estudados e mapeados pela ONG Stop Hate Brasil. O relatório completo da instituição será disponibilizado às 10h desta segunda-feira (27).
De acordo com a pesquisa, existem atualmente 125 bandas de black metal nazista espalhadas pelo país, com 650 álbuns lançados, muitos deles disponíveis no Spotify. Há 15 anos, eram 45 grupos — ou seja, o número quase triplicou no período.
A ONG afirma que a maior parte dessas bandas está localizada nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Nomes não foram citados, mas a reportagem informou que um evento dedicado a ouvintes do subgênero foi realizado na capital paranaense Curitiba em dezembro último.
Um doutor em História e estudioso do heavy metal no Brasil foi ouvido pela reportagem da Globo. Wlisses James declarou que o gênero musical não tem qualquer relação com extremismo violento, afirmou que as bandas de NSBM “fazem festivais muito restritos a eles mesmos e não são bem-vindos em nenhum outro tipo de evento musical que não seja puramente direcionado e organizado por eles”. Reforçou, por fim, que “o black metal como um todo é contra esse tipo de ideologia”.
Canal no Telegram
O “Fantástico” utilizou como gancho o fato de que integrantes dessas bandas participam de um canal no Telegram considerado terrorista. Segundo a reportagem, o espaço seria utilizado por supremacistas brancos para recrutar jovens visando promover ações violentas — incluindo, ainda de acordo com a Globo, um atentado em uma escola no estado americano de Nashville na última semana.
Um dos administradores seria um brasileiro que entrou em uma lista de terroristas dos Estados Unidos. É a primeira vez que uma pessoa natural do Brasil recebe tal designação pelo país norte-americano.
Spotify e Telegram se manifestam
Tanto Spotify quanto Telegram afirmam ter removido conteúdos classificados como extremistas. No caso da plataforma de streaming, a ação foi tomada em uma revisão realizada após contato do próprio “Fantástico”.
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