O único álbum do Black Sabbath remixado por Iommi para box da era Tony Martin

Penúltimo disco de estúdio da carreira é considerado o pior da banda até mesmo por seus criadores

Como já notíciado, o Black Sabbath confirmou o lançamento do box-set Anno Domini 1989-1995 para 31 de maio, via BMG. A caixa contém versões remasterizadas de três álbuns da fase com Tony Martin nos vocais: “Headless Cross” (1989), “Tyr” (1990) e Cross Purposes (1994).

Porém, o grande atrativo fica por conta da edição remixada de Forbidden (1995), último trabalho de estúdio com o cantor. A realização era um objetivo do guitarrista Tony Iommi há anos. O único membro presente em todas as formações do grupo nunca se sentiu satisfeito com a sonoridade do play – opinião compartilhada por todos os envolvidos.

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Em uma entrevista de 2022, resgatada pelo Ultimate Guitar, o frontman refletiu sobre o que atrapalhou o processo de desenvolvimento da obra. E admitiu que os rumores sobre a reunião da formação original, que se concretizaram logo a seguir, contribuíram para o resultado.

“Para mim, ‘Forbidden’ ficou uma m*rda por conta do pano de fundo que o cercou. Já estava esperando ser demitido novamente. Já sabia que havia algo acontecendo. Sendo assim, simplesmente não conseguia me concentrar.”

Por conta disso, Martin sequer coloca o disco como um membro efetivo de sua fase com os pais do heavy metal.

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“Para mim ele é um ‘álbum perdido’. Gostaria de ter a chance de resgatá-lo, porque poderia fazer um trabalho muito melhor, eu acho.”

Tony Iommi x Ernie C

A produção de “Forbidden” ficou a cargo de Ernie C, guitarrista do Body Count. Seu colega de banda, Ice-T, participa na faixa de abertura, “The Illusion Of Power”. Em 2019, durante entrevista à Classic Rock, Tony Iommi não mediu palavras para criticar a parceria.

“Alguém na gravadora sugeriu que trabalhássemos com Ice-T. Minha reação foi: ‘quem diabos é ele?’. Porém, nós o conhecemos e ele era um cara legal, além de fã do Sabbath. Ernie C acabou produzindo, o que foi um erro terrível. Ele tentou fazer Cozy Powell tocar umas linhas de hip hop, o que, com razão, o ofendeu. Não se deve dizer a Cozy Powell como tocar bateria.”

Em conversa com o podcast do músico canadense Danko Jones, transcrita pelo Blabbermouth, Ernie C contestou a fala. Ele apontou que Iommi, de fato, conhecia Ice-T, além de que o próprio guitarrista lhe convidou para produzir o álbum.

“No primeiro álbum do Ice-T, ele usou samples de ‘War Pigs’. Tony ouviu e disse que gostou. Ele soube que eu produzi os primeiros discos do Body Count e nos ligou. […] Foi uma boa experiência. Posso dizer que fiz um álbum do Black Sabbath. E também me fez notar que eu não queria produzir bandas já consagradas. É melhor produzir pessoas mais jovens, que te ouvem.”

Black Sabbath e “Forbidden”

Lançado em 20 de junho de 1995, “Forbidden” foi o penúltimo trabalho de músicas inéditas do Black Sabbath. Seu sucessor, “13”, sairia apenas 18 anos depois, contando com 3 integrantes da formação original – Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo). Após desacertos com Bill Ward, a bateria ficou a cargo de Brad Wilk (Rage Against the Machine), sugestão/imposição do produtor Rick Rubin.

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O trabalho marcou a reunião da formação que excursionou promovendo o álbum “Headless Cross” e gravou “Tyr”, com Tony Martin nos vocais e os retornos do baixista Neil Murray e do baterista Cozy Powell.

É considerado, quase que unanimemente, o pior disco da carreira da banda. Os próprios músicos reconhecem a fragilidade. Entrou em seis paradas europeias, tendo como melhor posição o 19º na sueca. Sequer figurou nos charts de outros continentes.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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