Filho de Chorão processa guitarristas do Charlie Brown Jr

Alexandre Lima Abrão visa impedir o uso do nome da banda pelos músicos em redes sociais e shows

O empresário Alexandre Lima Abrão, filho do vocalista Chorão, ingressou com uma ação judicial contra os guitarristas Marcão Britto e Thiago Castanho. Junto com seu falecido pai, os músicos fizeram parte do Charlie Brown Jr. desde praticamente o início, embora ambos tenham estado fora do grupo por alguns anos em diferentes momentos.

Alegando ser proprietário da marca, Abrão visa impedir os artistas de usá-la em shows e materiais de redes sociais. Nas palavras do filho de Chorão, conforme publicado em reportagem de Rogério Gentile para o Uol, a dupla “vem se apresentando como se fosse a banda Charlie Brown Jr”.

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Ainda segundo o veículo de comunicação, Abrão ressaltou que Chorão assumiu a gestão do grupo antes de sua morte, passando a cuidar de questões burocráticas. Entre as funções acumuladas pelo cantor estariam o “arquivamento da memória iconográfica” e o “pedido de registro” no nome da banda perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

O filho de Chorão apresentou à Justiça o registro da marca Charlie Brown Jr. em seu nome. Foi disponibilizado um contrato, assinado em 2021, no qual os ex-integrantes aceitaram que precisariam solicitar autorização prévia sempre que desejassem usá-la — algo que, segundo ele, não tem ocorrido.

A defesa de Marcão e Thiago

De acordo com o Uol, Marcão Britto e Thiago Castanho se defenderam na Justiça destacando a participação na composição e gravação de todos os álbuns do Charlie Brown Jr. Também contestaram a ideia de que a banda fosse centrada na figura do vocalista em termos criativos.

“O grupo não foi fundado apenas pelo Chorão. Tratava-se de um conjunto musical, não de uma carreira solo.”

Eles também qualificaram como “absurda” a tentativa de barrar celebrações da história da banda em turnê e afirmaram que Chorão nunca foi titular da marca. Ainda declararam que os pedidos de registro teriam sido indeferidos por conta de uma divergência com os proprietários da marca “Charlie Brown”, personagem de Charles M. Schulz, criador do Snoopy.

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A reportagem do Uol, por fim, destaca que Marcão e Thiago ressaltaram existir uma autorização prévia para que eles se apresentam sob os nomes “Marcão Britto Charlie Brown Jr” e “Thiago Castanho Charlie Brown Jr”, o que garantem estar fazendo.

Alexandre Lima Abrão e Graziela Gonçalves

Essa não é a única batalha judicial em que Alexandre está envolvido. Ele também disputa nos tribunais direitos sobre a marca com a estilista Graziela Gonçalves, viúva de Chorão.

Também de acordo com Rogério Gentile no Uol, Grazi alega que seus direitos como herdeira estão sendo ignorados. Segundo ela, o filho único do artista se passa como “proprietário exclusivo” da marca por tê-la registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

Ainda conforme a publicação, Graziela é oficialmente herdeira e tem 45% sobre os direitos de imagem e produtos do grupo. Contudo, ela afirma que Alexandre tem celebrado diversos contratos “de forma desleal” e “apropria-se indevidamente” de sua parte.

Por sua vez, Alexandre Lima Abrão diz registrou a marca Charlie Brown Jr porque o pai não o fez, portanto, as determinações estabelecidas pela partilha do inventário não seriam válidas no caso da marca. Ele afirma que Graziela age de má-fé, pois não havia obrigação de inclui-la no registro.

Segundo a reportagem de Rogério Gentile, o processo ainda não foi julgado. No entanto, uma liminar favorável a Graziela Gonçalves estabelece que Alexandre Lima Abrão regularize a marca no Inpi. O filho de Chorão fez o pedido junto ao instituto, mas afirma que irá recorrer da decisão.

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Divergências com guitarristas em 2021

Em 2021, Alexandre Lima Abrão esteve no centro de uma polêmica com ex-integrantes do Charlie Brown Jr. O empresário tentou mobilizar uma volta dos remanescentes da banda com outro vocalista (Egypcio, do Tihuana), em tributo ao pai e ao baixista Champignon. Contudo, os guitarristas Thiago Castanho e Marcão Britto romperam com o filho do artista e anunciaram outro projeto em homenagem ao grupo. Os demais integrantes envolvidos seguiram Thiago e Marcão.

À época, os músicos afirmam que “o ego, a vaidade e a ganância falaram mais alto que uma parceria coerente e honesta”. Também apontaram que “várias transações” foram feitas sem o conhecimento deles e disseram que faltou transparência por parte de Alexandre. Disseram ainda que o filho de Chorão tenta apagar a história dos demais músicos do CBJr – inclusive nas redes sociais oficiais da banda, onde são feitas apenas publicações relacionadas ao vocalista.

Em resposta, Alexandre lamentou que a saída dos guitarristas “tenha sido anunciada com tantos ataques, mentiras e rumores nas redes sociais”. A nota desejou “nada mais do que sucesso” nos trabalhos dos músicos, mas declarou que “não será amparada nem admita qualquer tentativa de se tomar à força o nome e os projetos do Charlie Brown Jr”.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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