A música do Metallica influenciada pela vida de Amy Winehouse

De acordo com vocalista e guitarrista James Hetfield, canção foi norteada pelo documentário "Amy", lançado em 2015

O trágico desfecho da vida de Amy Winehouse, em 23 de julho de 2011, reverberou em corações de todo o planeta. Aos 27 anos, um dos maiores talentos de tempos recentes sucumbiu aos seus demônios, deixando uma série de questionamentos sobre o que poderia ter alcançado.

Entre os vários a lamentar publicamente, esteve o Metallica. A ponto de a banda criar uma música baseada no drama da cantora. “Moth Into Flame” fez parte do álbum “Hardwired… to Self-Destruct”, lançado em 18 de novembro de 2016.

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À época, o vocalista e guitarrista James Hetfield deu mais detalhes sobre a inspiração durante entrevista à Guitar World.

“A canção foi um tanto norteada pelo documentário de Amy Winehouse, ‘Amy’ (2015). Quando eu assisti, fiquei realmente triste que uma pessoa talentosa como essa tenha caído nas armadilhas da fama. Ao mesmo tempo, vejo essa mentalidade refletida na vida cotidiana. Toda hora testemunhamos pessoas tirando selfies obsessivamente e enviando-as aos amigos para obter uma validação.”

O frontman também fez questão de deixar claro que, apesar de Amy ter servido como musa, sua história poderia ser a de qualquer um de nós.

“A ‘rainha do pop’ na letra não é realmente feminina ou masculina. É sobre como as pessoas pensam que a popularidade ou a fama vão resolver seus problemas. Ou se deveria ser um objetivo para um músico. Para nós, a fama às vezes tem sido um fardo, tipo: ‘Como podemos nos livrar dessa coisa?’ [Risos] É uma caixa de Pandora que muitas vezes faz você se perguntar: ‘Ok, como posso me tornar menos conhecido?’ Algumas pessoas sentiram esse desejo tão fortemente que tiraram a própria vida para escapar dele.”

James Hetfield e Amy Winehouse

O próprio James, integrante da banda de maior popularidade da história do heavy metal, já se viu nesse dilema. E ele foi registrado em vídeo.

“O filme ‘Some Kind of Monster’ é um excelente exemplo de alguém acreditando que as pessoas precisam de você de uma certa maneira e, se você não cumprir com o esperado, elas vão te odiar. Se você não tiver consciência disso o suficiente, o monstro que é a fama pode te engolir. Durante esse período, estávamos sendo engolidos. Paramos de nos importar uns com os outros.

Não nos importávamos com o que o Metallica significava para nós e para as outras pessoas. Só conseguíamos ver o lado feio e queríamos fugir dele. Não enxergávamos o que havia de belo em nossas vidas. Seja lá o que focar, você começa a acreditar. E naquele momento de nossas vidas estávamos pensando, ‘Isso é um inferno para nós.’ Perdemos a perspectiva. Eventualmente, percebemos que não se tratava de fama e que precisávamos cuidar da banda e uns dos outros. Essa foi uma lição difícil de aprender.”

Em outra entrevista, desta vez à rádio canadense 102.1 The Edge (transcrita pelo Far Out Magazine), Hetfield deu mais detalhes sobre como se sentiu ao ver o documentário “Amy”.

“Foi extremamente triste ver como a vida dela passou de ser uma pessoa tão animada e alegre para alguém que estava apenas tentando escapar da realidade. Ela estava perdida em sua mente. Realmente me atingiu ver a imprensa acampada na frente da casa dela o tempo todo, tirando fotos e tentando puxar conversa como se a conhecessem. Uma total desconexão com o mundo.”

Metallica e “Moth Into Flame”

“Moth Into Flame” foi lançada como segundo single de “Hardwired… to Self-Destruct”. A música chegou ao 15º lugar nas paradas Rock Airplay e Hot Rock & Alternative Songs, da Billboard.

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Em fevereiro de 2017, o Metallica se juntou a Lady Gaga para executá-la durante a 59ª cerimônia do Grammy. Além da união insólita para headbangers mais exaltados, a performance repercutiu por ter apresentado problemas no microfone de James.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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