Como Jimi Hendrix inspirou Bruce Dickinson a voar com o Iron Maiden

As três versões do avião Ed Force One vieram através da ideia captada em um livro sobre o guitarrista

Entre as várias ocupações de Bruce Dickinson além de vocalista do Iron Maiden, piloto de avião é a que mais se sobressaiu em anos recentes. Além de trabalhar para companhias e até mesmo ter seu empreendimento na área, o cantor levou a própria banda a bordo em turnês. Recentemente, ao atingir a idade limite para exercer a profissão, aposentou o manche.

Durante palestra na Campus Party Brasília, em 2019, o frontman explicou de onde veio a inspiração para se aventurar pelos ares com os colegas e toda a equipe técnica necessária. Curiosamente, partiu de um icônico guitarrista, conforme registrado pelo Iron Maiden 666 e resgatado pelo site Far Out Magazine.

“Eu li um livro sobre Jimi Hendrix quando estava aprendendo a voar e descobri que no início de sua carreira, as pessoas na América costumavam viajar em velhos DC-3, algo um pouco mais rápido do que ir andando, mas não tão confiável. Depois vieram os Boeings 727 e, de repente, a América estava cheia de jatos. Viajar era fácil, pois o combustível era tão barato que as passagens também o eram. E lembre, antes do ’11 de setembro’, se é que houve um tempo assim, quando não havia TSA, você podia levar sua avó morta, latas de fluido de isqueiro, gasolina, motoserras ou o que diabos você quisesse num avião, pois ninguém se importava.”

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Foi aí que veio a ideia do manager do saudoso músico.

“Então, o empresário do Hendrix disse: ‘Hey! Por que não pegamos apenas um par de guitarras, algumas baquetas e de repente você pode estar em San Francisco num dia e no dia seguinte em New York? Isso só vai nos custar algo como U$ 500!’ Uau! Ok, mas é claro que alguém perguntou: ‘como faremos com os amplificadores e o P.A.?’ Aí o gerente disse: ‘você pode apenas alugá-los é simples!’”

Algumas décadas se passaram, mas Bruce decidiu arriscar o mesmo formato, o que se mostrou frutífero. Assim surgiu o Ed Force One.

“Eu li isso e me inspirei, pois sou basicamente uma criança grande de 60 anos de idade, então achei que, de forma bem romântica, também poderia voar por aí com uma banda e fazer shows, pois eu pilotaria o avião e poderia fazer isso cantando! Mas é claro que não seria tão fácil assim, pois isso nunca acontece dessa forma. Os contadores disseram que não poderíamos fazer isso, que não tínhamos dinheiro para ir até a América do Sul, Austrália, Nova Zelândia ou África do Sul. E então o que diríamos para nossos fãs? Que não fomos até eles porque nossos contadores disseram não? O que acontece se não aparecermos lá? Vamos transformar nossos fãs em clientes e aí eles se tornariam fãs do Metallica! Não podemos deixar isso acontecer!

Eu então apareci com essa ideia maluca, pois eu estava trabalhando como piloto em uma companhia aérea e sabia que no inverno da Europa o aluguel de aviões era muito mais barato. Por que não ter nosso próprio Tapete Mágico? Aí o contador te olha e diz que você só pode estar tomando muitas drogas. Nada disso, eu tinha acabado de ser picado pelo mosquito da criatividade. Com nosso próprio avião, poderíamos levar alguns equipamentos, nossa equipe e sair por aí ao redor do mundo mais rapidamente. E foi isso que aconteceu.”

Iron Maiden, Bruce Dickinson e Ed Force One

O Ed Force One teve três versões. A primeira foi usada na “Somewhere Back in Time Tour”, entre 2008 e 2009. A seguir, na hora de divulgar o álbum “The Final Frontiers” (2010), uma nova aeronave foi usada. A derradeira veio para promover “The Book of Souls” (2016). É dela a notícia mais recente, dando conta de que viraria sucata.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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