As lembranças que Stephen Pearcy tem dos 5 primeiros álbuns do Ratt

Discos da fase mais bem-sucedida da banda foram compilados recentemente no box-set “The Atlantic Years: 1984-1991”

O Ratt vendeu mais de 20 milhões de discos em toda a carreira. Apesar de não ter alcançado o status de um Guns N’ Roses ou Mötley Crüe, a banda é muito querida entre os fãs do hard rock oitentista justamente por evitar alguns clichês da época.

Concentrando sua sonoridade nos aspectos mais metálicos do subgênero, o quinteto não tinha baladas no repertório. Além disso, investia com ênfase na dupla de guitarristas formada por Warren DeMartini e o saudoso Robbin Crosby.

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Recentemente foi lançado o box-set “The Atlantic Years: 1984-1991”, cobrindo a fase mais bem-sucedida do grupo. Em entrevista à Goldmine Magazine, o vocalista Stephen Pearcy repassou todo o conteúdo da caixa.

Ratt de 1984 a 1990, por Stephen Pearcy

“Out of the Cellar” (1984)

Começando por “Out of the Cellar” (1984). Primeiro trabalho completo, é o disco de maior sucesso na discografia do Ratt. Chegou ao 7º lugar na Billboard 200, vendendo mais de 3 milhões de cópias nos Estados Unidos.

“Esse álbum foi especial porque trabalhamos muito para criar todas essas músicas, ‘Round and Round’ sendo uma delas. O esforço que você coloca na criação do seu primeiro disco sempre se destaca porque se gasta muito tempo para chegar lá. E a verdade é que estávamos felizes simplesmente por conseguir gravá-lo. Não nos ocorreu que poderia ganhar ouro ou platina. Mas esse foi o disco em que nós, junto com nosso produtor Beau Hill, criamos o som do Ratt.”

“Invasion of Your Privacy” (1985)

A seguir foi a vez de “Invasion of Your Privacy” (1985). Novamente trabalhando com o produtor Beau Hill, a banda conseguiu colocar o play no 7º lugar na parada norte-americana, vendendo mais de 2 milhões de cópias.

“Tivemos sucesso com ‘Out of the Cellar’, mas não mudamos nada. Apenas continuamos fazendo o que fazíamos e trabalhando duro. Escrevemos as melhores músicas que pudemos, gravamos e as lançamos. Mas eu me lembro que tivemos férias ou um pit stop no Havaí. Acabamos fazendo algumas demos por lá mesmo, o que foi inspirador, eu acho. Quero dizer… é claro que queríamos que ‘Invasion of Your Privacy’ fosse bem e até superasse ‘Out of the Cellar’, mas a abordagem para chegar lá não foi diferente. No final, nos saímos bem e ficamos felizes em evitar a queda no segundo álbum.”

“Dancing Undercover” (1986)

A seguir, a gravadora pressionou para que o grupo ficasse mais acessível musicalmente em termos comerciais. O resultado acabou sendo inverso.

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“Dancing Undercover” (1986) vendeu mais de um milhão de cópias, chegando ao 26º lugar na Billboard 200, ficando abaixo de seus antecessores.

“Nossa intenção era fazer um disco que ficasse entre ‘Out of the Cellar’ e ‘Invasion of Your Privacy’. Acho que poderíamos até ter guardado algumas músicas para ‘Dancing Undercover’ também. É engraçado porque, na verdade, pensamos que Invasion of Your Privacy era muito polido e queríamos tornar as coisas um pouco mais hard. No final, voltamos ao estúdio com Beau Hill, que tinha uma ética que adorávamos, e acho que ele fez um bom trabalho.”

“Reach for the Sky” (1988)

“Reach for the Sky” (1988) foi o último a contar com Beau Hill. Chegou ao 17º lugar nos Estados Unidos, vendendo mais de um milhão de cópias e conquistando disco de platina.

Apesar de muitos fãs o considerarem um decréscimo, Stephen Pearcy revela gostar muito dele.

“Sei que ‘Reach for the Sky’ não é o favorito de todos, mas eu o considero ótimo. Tem um som interessante, Warren realmente estava desenvolvendo sua própria viagem. Estou ansioso para ouvi-lo novamente em vinil… Estou mesmo.”

“Detonator” (1990)

A era da Atlantic se encerraria com “Detonator” (1990). Produzido pelo hitmaker Desmond Child e Arthur Payson, apresentou uma queda de vendas em relação aos antecessores.

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Mesmo assim, ganhou disco de ouro nos Estados Unidos. Foi o último a contar com as participações do guitarrista Robbin Crosby e do baixista Juan Croucier.

“Pessoalmente, não acho que a banda estava em um bom momento. Passamos tanto tempo na estrada, fazendo 250 shows por um ano até que chegou o momento em que nem lembrávamos quem diabos éramos como pessoas. Sinto que ‘Detonator’ foi feito rapidamente e de maneira estranha. Parece um disco estranho, mas me deu nossa única power ballad, ‘Givin’ Yourself Away’. Sou grato por essa música. Estávamos escrevendo com pessoas diferentes, o que nunca aconteceu antes. E acho que isso perturbou o fluxo de toda a nossa viagem.”

Ratt pós-1990

Além dos discos presentes na caixa, o Ratt ainda lançou “Ratt” (1999) e “Infestation” (2010). O primeiro trazia três membros originais (Stephen Pearcy, Warren De Martini e o baterista Bobby Blotzer, além de marcar a estreia de Robbie Crane (Black Star Riders, ex-Lynch Mob) no baixo. O derradeiro até o momento contou com Carlos Cavazo (ex-Quiet Riot) na segunda guitarra.

Atualmente, o grupo se encontra em um hiato, após ter chegado a coexistir em duas formações diferentes. Stephen Pearcy vem trabalhando em carreira solo, incluindo um projeto onde resgatará gravações antigas e nunca antes publicadas. Ainda não há previsão para o lançamento desse material.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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