O que engenheiro de som do Metallica diz sobre “Death Magnetic” e loudness war

Anos mais tarde, Andrew Scheps se considera o vencedor da batalha por conta do álbum de 2008

Sucessor do controverso “St. Anger” (2003), “Death Magnetic” (2008) foi um álbum que encontrou respaldo de boa parte dos fãs do Metallica. Embora não tenha alcançado o patamar dos primeiros trabalhos, o mero fato de ser um disco mais focado, resgatando características que remetiam ao nome da banda já foi suficiente para garantir a aprovação.

Porém, os mais detalhistas se incomodaram com um aspecto: o “loudness war” (“guerra do volume”), ou “loudness race” (“corrida do volume”), foi um fenômeno que começou a acontecer em vários discos de rock, metal e música pop em relação à produção, mais especificamente na etapa de masterização.

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Basicamente, a técnica consiste em elevar ao máximo os níveis de volume dos instrumentos e das pistas gerais. Como resultado, fazia-se a música soar como um grande bloco sonoro – não à toa, chamado de “brick wall” (“parede de tijolos”).

Essa técnica teve origem conforme a tecnologia evoluía, permitindo uma compressão cada vez mais alta das ondas sonoras. O objetivo era simplesmente soar “poderoso”, ainda que de forma pouco natural.

O engenheiro de som Andrew Scheps, responsável por mixar o disco, revelou ao Music Radar que não acompanhou mais a disputa. E por um simples motivo: ele se considera o vencedor.

“Tornei-me o garoto-propaganda do ‘loud’ por causa de ‘Death Magnetic’. Todo mundo o odiava por supostamente ser ‘a coisa mais barulhenta’. Minha linha é que a guerra do volume acabou porque eu venci. E é isso. E esse foi o disco que fez isso.”

Surpreendentemente, ele atribui a busca pelo nível mais alto às rádios.

“Eu acho que, no rádio popular, realmente havia uma guerra de sonoridade. Você tinha que soar alto. As estações de rádio comprimem tudo. As músicas ficam exatamente do mesmo nível, não importando a mixagem. Então eu acho que tudo foi um pouco inflado, e estava completamente fora da minha consciência… Eu nunca fiz nada porque tinha que ser mais alto. Tudo foi sempre porque não estava parecendo certo.”

O fato de Andrew ter se distanciado da disputa também mudou as características dos trabalhos que tem feito.

“Hoje trabalho em fazer mixagens mais silenciosas porque há artefatos que não me parecem e, certamente, nos últimos 5 a 10 anos, minhas mixagens ficaram muito mais silenciosas. Mas de vez em quando há um álbum em que as mixagens são absurdamente altas porque é isso que funciona.”

Versões em “Guitar Hero III”

Curiosamente, as versões das músicas de “Death Magnetic” que entraram no game “Guitar Hero III” soam mais dinâmicas. Scheps atribui ao auxiliar de Rick Rubin, que se tornou o produtor atual do Metallica.

“Greg Fidelman gravou essas versões e elas não contam com tantas guitarras. Às vezes as pessoas esquecem o quanto os caras do Metallica são bons no que fazem. As partes rítmicas de James Hetfield são insanas, a mão direita parece que não está nem se movendo. Uma das coisas mais agressivas e precisas que você já ouviu na vida. No caso desse álbum, as músicas eram muito longas e você tinha que manter as pessoas envolvidas o tempo todo.”

Metallica e “Death Magnetic”

“Death Magnetic” chegou ao primeiro lugar das paradas de 23 países, tendo vendido mais de 7 milhões de cópias em todo o mundo.

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Foi o primeiro disco de inéditas do Metallica a contar com o baixista Robert Trujillo no processo de gravação. Acabaria sendo a única parceria do quarteto com Rick Rubin.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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