Após ação, empresário do Mötley Crüe e advogado de Mick Mars fazem guerra de versões

Opostos trocam acusações que giram em torno de temas como explorações mútua e coerção de funcionários

A batalha de versões entre Mick Mars e o Mötley Crüe parece ser daquelas que não irão acabar – até porque, mesmo que um lado saia vencedor do ponto de vista jurídico, o outro sustentará ter a razão. Após os recentes pronunciamentos dos músicos, é a vez dos representantes legais das partes se manifestarem. Em declarações à revista Variety, ambos tentaram desqualificar as alegações alheias.

Empresário da banda há três décadas, Allen Kovac diz que o guitarrista tenta ganhar influência através de uma campanha de difamação pública da banda.

“Ele os atacou de forma caluniosa, com falsas acusações e deturpando os fatos para os fãs. Mick não é a vítima. As vítimas são o grupo e a marca, dos quais ele tanto diz se orgulhar.”

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O manager ressalta não ter qualquer problema com o instrumentista do ponto de vista pessoal. E repete o que os músicos remanescentes já falaram em relação ao antigo colega estar sendo explorado por outras pessoas.

“O que me incomoda não é Mick, mas seus representantes, que o orientaram a dizer e fazer coisas prejudiciais à imagem do Mötley Crüe. Ele tem uma doença degenerativa e as pessoas estão se aproveitando dele. Isso é abuso de idoso. Eles não têm ideia do que criaram.”

Kovac ainda se promove como o pacificador da situação, ao acrescentar:

“Eu impedi a banda de falar mais sobre isso. Não vão virar os fãs contra Mick. Mas vou garantir que as pessoas entendam que ele não foi desrespeitado. Na verdade, foi tratado melhor do que qualquer outra pessoa da banda, eles o carregaram e salvaram sua vida.”

O que diz advogado de Mick Mars

Já o advogado de Mars, Edwin F. McPherson, entende que seu cliente chegou a tal ponto de ruptura que decidiu não apenas abrir um processo, mas tornar público como a banda o fez mal, agora que seus 41 anos de dedicação parecem estar chegando a um fim controverso.

O representante do guitarrista também disse ter ficado abismado com a divulgação de documentos citando Mars como o notório elo fraco no palco.

“É interessante que essas declarações sobre a forma de tocar de Mick sejam de funcionários do Mötley Crüe, que dependem da banda para seu sustento. Não há declarações de ninguém sobre os outros membros tocarem ou não. Por que os advogados da banda redigiram declarações afirmando que Mick não estava apto para se apresentar com sucesso na turnê, e as assinaram – embora por pessoas cujos meios de subsistência dependam de agradar o grupo – em resposta ao anúncio de Mick de que ele está se aposentando das turnês? Se Mick é tão ruim, não é uma questão de ‘problema resolvido’?”

Para McPherson, a própria ação da banda mostra uma atitude coercitiva para com seus empregados.

“O ponto principal é que este caso não é sobre se Mick ainda pode ou não tocar. Não é nem mesmo se os outros membros da banda estão tocando alguma coisa. Mas se você vai colher declarações depreciativas de funcionários e expulsar alguém da banda por não tocar direito – ironicamente, depois que ele lhe disser que não aguenta mais fazer turnês – é melhor você sair da sua casa de vidro.”

Leia também:  Ronnie Radke diz que Falling in Reverse é 7 vezes maior que Spiritbox

Acusação de playback

Sobre o suposto playback, Allen Kovac argumenta:

“Tudo é ao vivo quando se trata do baixo de Nikki Sixx e a bateria de Tommy Lee. Quando usam loops, ainda estão tocando. Há coros aumentados, que foram gravados no estúdio e servem como apoio às backing vocals. Você grava várias faixas e faz vocais de gangue com umas 20 pessoas e eles saem na mixagem. Essa é a verdade. Mas Nikki sempre tocou suas partes. E Vince Neil cantou melhor na atual turnê do que em muito tempo.”

Em relação à guitarra, o empresário não esconde a opinião de que a entrada de John 5 aumentou a qualidade.

“Os dois são ótimos guitarristas, mas Mick não conseguia mais oferecer uma performance suficiente. Estava claro isso, todos viam. Errava, se enganava de música mesmo tendo uma base nos fones. Os engenheiros de som precisavam se virar para não deixar tudo sair para o público.”

Apesar disso, Allen insiste que a banda nunca quis demitir Mars.

“Todos os compromissos foram honrados. Ele recebeu todo o apoio. Agora, há um novo integrante e o público poderá fazer seus julgamentos indo aos shows que ainda virão.”

Já McPherson destaca que as alegações do Crüe são muito rasas para justificar o que seu cliente sofreu.

“Já iniciamos o processo de verificação de várias contas de fãs e outros vídeos, como tenho certeza de que eles também estão fazendo, para ver se os movimentos dos músicos correspondem ao som. No entanto, mais uma vez, se o resto da banda tocou ao vivo ou não – e se Mick teve problemas de reprodução ou não – o fato mais importante aqui é que ele é um acionista das entidades corporativas e do registro da banda. Você não perde suas ações só porque tocou a nota errada depois de 41 anos.”

Mötley Crüe atualmente

O Mötley Crüe retorna à estrada no mês que vem, iniciando a perna europeia da “The World Tour”, em parceria com o Def Leppard. Os shows se estendem até julho.

Posteriormente, a ideia é que um novo giro pela América do Norte seja anunciado, além de Ásia e Oceania. Nikki Sixx e John 5 também declararam ter passado um tempo em estúdio recentemente, preparando possíveis ideias para futuros lançamentos.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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A batalha de versões entre Mick Mars e o Mötley Crüe parece ser daquelas que não irão acabar – até porque, mesmo que um lado saia vencedor do ponto de vista jurídico, o outro sustentará ter a razão. Após os recentes pronunciamentos dos músicos, é a vez dos representantes legais das partes se manifestarem. Em declarações à revista Variety, ambos tentaram desqualificar as alegações alheias.

Empresário da banda há três décadas, Allen Kovac diz que o guitarrista tenta ganhar influência através de uma campanha de difamação pública da banda.

“Ele os atacou de forma caluniosa, com falsas acusações e deturpando os fatos para os fãs. Mick não é a vítima. As vítimas são o grupo e a marca, dos quais ele tanto diz se orgulhar.”

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O manager ressalta não ter qualquer problema com o instrumentista do ponto de vista pessoal. E repete o que os músicos remanescentes já falaram em relação ao antigo colega estar sendo explorado por outras pessoas.

“O que me incomoda não é Mick, mas seus representantes, que o orientaram a dizer e fazer coisas prejudiciais à imagem do Mötley Crüe. Ele tem uma doença degenerativa e as pessoas estão se aproveitando dele. Isso é abuso de idoso. Eles não têm ideia do que criaram.”

Kovac ainda se promove como o pacificador da situação, ao acrescentar:

“Eu impedi a banda de falar mais sobre isso. Não vão virar os fãs contra Mick. Mas vou garantir que as pessoas entendam que ele não foi desrespeitado. Na verdade, foi tratado melhor do que qualquer outra pessoa da banda, eles o carregaram e salvaram sua vida.”

O que diz advogado de Mick Mars

Já o advogado de Mars, Edwin F. McPherson, entende que seu cliente chegou a tal ponto de ruptura que decidiu não apenas abrir um processo, mas tornar público como a banda o fez mal, agora que seus 41 anos de dedicação parecem estar chegando a um fim controverso.

O representante do guitarrista também disse ter ficado abismado com a divulgação de documentos citando Mars como o notório elo fraco no palco.

“É interessante que essas declarações sobre a forma de tocar de Mick sejam de funcionários do Mötley Crüe, que dependem da banda para seu sustento. Não há declarações de ninguém sobre os outros membros tocarem ou não. Por que os advogados da banda redigiram declarações afirmando que Mick não estava apto para se apresentar com sucesso na turnê, e as assinaram – embora por pessoas cujos meios de subsistência dependam de agradar o grupo – em resposta ao anúncio de Mick de que ele está se aposentando das turnês? Se Mick é tão ruim, não é uma questão de ‘problema resolvido’?”

Para McPherson, a própria ação da banda mostra uma atitude coercitiva para com seus empregados.

“O ponto principal é que este caso não é sobre se Mick ainda pode ou não tocar. Não é nem mesmo se os outros membros da banda estão tocando alguma coisa. Mas se você vai colher declarações depreciativas de funcionários e expulsar alguém da banda por não tocar direito – ironicamente, depois que ele lhe disser que não aguenta mais fazer turnês – é melhor você sair da sua casa de vidro.”

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Acusação de playback

Sobre o suposto playback, Allen Kovac argumenta:

“Tudo é ao vivo quando se trata do baixo de Nikki Sixx e a bateria de Tommy Lee. Quando usam loops, ainda estão tocando. Há coros aumentados, que foram gravados no estúdio e servem como apoio às backing vocals. Você grava várias faixas e faz vocais de gangue com umas 20 pessoas e eles saem na mixagem. Essa é a verdade. Mas Nikki sempre tocou suas partes. E Vince Neil cantou melhor na atual turnê do que em muito tempo.”

Em relação à guitarra, o empresário não esconde a opinião de que a entrada de John 5 aumentou a qualidade.

“Os dois são ótimos guitarristas, mas Mick não conseguia mais oferecer uma performance suficiente. Estava claro isso, todos viam. Errava, se enganava de música mesmo tendo uma base nos fones. Os engenheiros de som precisavam se virar para não deixar tudo sair para o público.”

Apesar disso, Allen insiste que a banda nunca quis demitir Mars.

“Todos os compromissos foram honrados. Ele recebeu todo o apoio. Agora, há um novo integrante e o público poderá fazer seus julgamentos indo aos shows que ainda virão.”

Já McPherson destaca que as alegações do Crüe são muito rasas para justificar o que seu cliente sofreu.

“Já iniciamos o processo de verificação de várias contas de fãs e outros vídeos, como tenho certeza de que eles também estão fazendo, para ver se os movimentos dos músicos correspondem ao som. No entanto, mais uma vez, se o resto da banda tocou ao vivo ou não – e se Mick teve problemas de reprodução ou não – o fato mais importante aqui é que ele é um acionista das entidades corporativas e do registro da banda. Você não perde suas ações só porque tocou a nota errada depois de 41 anos.”

Mötley Crüe atualmente

O Mötley Crüe retorna à estrada no mês que vem, iniciando a perna europeia da “The World Tour”, em parceria com o Def Leppard. Os shows se estendem até julho.

Posteriormente, a ideia é que um novo giro pela América do Norte seja anunciado, além de Ásia e Oceania. Nikki Sixx e John 5 também declararam ter passado um tempo em estúdio recentemente, preparando possíveis ideias para futuros lançamentos.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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