Angus Young já deixou claro que, para ele, o AC/DC está longe de ser uma banda de heavy metal. Ainda em 1988, para a MTV australiana (via Rock Celebrities), o guitarrista afirmou que os grupos de tal gênero soavam todos parecidos e de maneira muito planejada. E ele voltou a reforçar esse argumento anos depois.
Conversando com a revista Classic Rock em 2009, o músico explicou o que distancia o AC/DC do heavy metal e speed metal. O principal motivo para o artista é o ritmo:
“A diferença é o ritmo, basicamente. Nós sempre temos isso em mente. Ainda tem que ter aquele balanço. O heavy metal às vezes pode parecer muito teatral e pré-planejado: ‘Começamos aqui, então aceleramos e nos encontramos no final’. A batida não oscila, é como se fosse uma música oompah alemã acelerada.”
Quando perguntado sobre o assunto pela MTV australiana na época mencionada, Young descreveu o AD/DC como “provavelmente um grupo de hard rock” – apesar de dispensar rótulos nesse sentido.
“Quando começamos, as pessoas nos diziam: ‘O que vocês estão fazendo? Vocês estão tocando rock and roll!’ Era um pouco mais barulhento do que a maioria e nunca tínhamos consciência do que as pessoas realmente pensavam de nós. Nós só tocávamos.
Descobrimos há muito tempo que a melhor coisa que fizemos no palco foi o rock. Nós sabíamos o ritmo. Se temos algum gênero, é provavelmente hard rock. Se não, é o que nos chamaram na Grã-Bretanha, de New Wave. Os Estados Unidos estavam sempre procurando um rótulo para a gente.”
O deus de Angus Young
As preferências musicais de Angus Young estão bem mais inclinadas ao blues, R&B e rock and roll da década de 1950. Ao participar do programa The Rock Show With Johnnie Walker, da cadeia de rádios da BBC, ele foi convidado a escolher seu deus do rock, em momento já clássico da atração. E não pestanejou ao citar Chuck Berry.
Conforme transcrito pelo Blabbermouth, ele declarou:
“Chuck Berry foi um dos grandes guitarristas da história. Combinou elementos do blues, jazz e tantos outros gêneros, forjando um estilo único que culminou no rock and roll. Era cru, simples e muito eficiente.”
O guitarrista do AC/DC lembrou de quando assistiu um show do pai do rock.
“Assisti-o ao vivo quando era mais jovem. Adorava sua performance e presença de palco. Ele era um daqueles artistas que realmente dominava o palco.”
Sobre o AC/DC
O AC/DC tornou-se um sucesso internacional após o estouro de “Highway to Hell”, que alcançou o top 10 da Inglaterra, parando na oitava posição e chegou também no top 20 dos Estados Unidos, atingindo o número 17 do ranking.
O disco mais recente da banda, “Power Up”, saiu em novembro de 2020. Décimo sétimo álbum de estúdio, chegou ao número 1 em 21 paradas internacionais, tendo vendido aproximadamente 1,5 milhão de cópias. Para o projeto, a banda retomou sua formação com Brian Johnson nos vocais, Angus e Stevie Young nas guitarras, Cliff Williams no baixo e Phil Rudd na bateria.
Depois de sete anos, o AC/DC voltará aos palcos em outubro, no Power Trip Festival. A banda não se apresenta desde setembro de 2016, quando concluiu a turnê do álbum “Rock or Bust”.
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