Como o Megadeth lidou com a ascensão do grunge, segundo Dave Mustaine

Banda lançou seus trabalhos mais bem-sucedidos comercialmente durante o domínio das bandas de Seattle

Muitas bandas de heavy metal e hard rock gostam de atribuir o insucesso de suas carreiras à ascensão do grunge no início da década de 1990. A ideia não se sustenta quando vemos que apenas grupos de intermediário para baixo – e pouco inspirados em termos criativos – sucumbiram de verdade.

Além disso, o ciclo de mudanças é natural na história da indústria. Caso contrário, nem o próprio metal teria se tornado grande um dia.

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O Megadeth é um exemplo de que nem tudo ia mal. Os dois discos mais vendidos de sua carreira saíram justamente em meio ao reinado da cena de Seattle: “Countdown to Extinction” (1992) e “Youthanasia” (1994).

Mesmo assim, em entrevista à Guitar World, Dave Mustaine deixou claro não se identificar com esse período.

“Quando lançamos ‘Countdown…’, tudo estava implodindo ao nosso redor. Bandas como Pearl Jam, Nirvana, Soundgarden, Mother Love Bone e Blind Melon entraram no radar das rádios. Achavam que os yuppies ouviriam música alternativa enquanto bebiam sua Stella Artois. Os tipos que não bebem Miller High Life e definitivamente não ouvem metal. E os anunciantes que lidavam com marcas como Lexus, BMW e outras do tipo passaram a anunciar só em estações alternativas.”

Sendo assim, o vocalista e guitarrista reconhece que o clima influenciou a sonoridade do seu grupo.

“Tivemos que fazer uma escolha: ‘Seremos alternativos? Vamos mudar como todas as outras bandas?’ O Metallica cortou o cabelo, colocou maquiagem e tudo mais. Eu também cortei um pouco o cabelo nessa época, mas nunca de forma radical. Decidimos que não mudaríamos para seguir a tendência e iríamos aguentar. Claro, fizemos algumas pequenas mudanças a pedido da gravadora, mas isso foi tudo. O fato de ‘Countdown’ ter feito sucesso apesar das mudanças mostrou que a música era mais potente do que qualquer tendência.”

Megadeth, “Countdown to Extinction” e “Youthanasia”

“Countdown to Extinction” chegou ao número 2 na Billboard 200, posição mais alta alcançada pelo Megadeth na parada americana. Vendeu mais de 3 milhões de cópias em todo o mundo, se tornando o disco mais bem-sucedido da carreira do grupo.

Seu sucessor, “Youthanasia”, ultrapassou 1 milhão de álbuns comercializados só nos Estados Unidos. Chegou ao 4º lugar na Billboard 200.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Acredito que foi apenas mais um estilo a ser acrescido no meio musical entre Heavy Metal e outros estilos pesados da época!!!! Tudo que é novidade chama a atenção, lembro que Eddie Vedder chamou a atenção por ter inventado o estilo dele de cantar e do primeiro disco do Pearl Jam, Ten!!!! Nirvana era cheia de tietes que iam no show dos caras, na época lembro de moças curtindo o som do Nirvana só pelo fato do vocalista ser bonito…fala sério!!!! Alice in Chains era a banda Grunge considerada a mais metal de todas e Soundgarden se destacou muito em termos de tudo…riffs, voz e instrumental!!!! Enfim, o Grunge foi mais um acréscimo e não está tão em alta hoje em dia…músicos mudam suas atitudes e determinadas bandas acabaram e outras ainda continuam, na verdade foi quase um ¨modismo¨, algo parecido que acontece muito no Brasil!!!! Valeu!!!!

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