Quando o assunto gira em torno dos melhores baixistas, Flea é uma presença quase certa em qualquer lista. Quem ouve o músico do Red Hot Chili Peppers – que também domina o trompete – desde os primórdios, imagina que ele não teria mais muito a aprender a essa altura da vida. Porém, é justamente o contrário.
Durante participação no podcast Broken Record (transcrita pelo Ultimate Guitar), de Rick Rubin, Michael Peter Balzary – sim, seu nome real – contou como decidiu se aprofundar nos estudos de piano. Após a segunda saída do guitarrista John Frusciante, em 2009, Flea ingressou em um programa da Universidade do Sul da Califórnia.
“É um processo lento, ainda sou um humilde estudante. Sinto-me da mesma forma com o baixo. Entrei no programa de música, fiz teoria, composição e trompete de jazz. E só para fazer o dever de casa de teoria, tive que sentar ao piano, porque estávamos analisando corais de Bach e outras coisas. Você tinha que ler e depois escrever essa equação numérica de como a música funcionava, como os acordes estão relacionados uns com os outros…”
O processo abriu toda uma nova possibilidade de aprendizado ao “pulga”. E o deixou vidrado em Sebastian Bach – não o vocalista do Skid Row, mas o compositor clássico alemão.
“Foi tão bom para mim, porque eu nunca tinha pensado de outra forma que não fosse emocional e intuitivamente. Eu tinha a escolaridade mínima, como se eu soubesse o que era uma oitava, o que era uma escala, mas era tudo no feeling para mim. Então, começar a pensar sobre isso academicamente foi uma maneira tão bonita de envolver minha mente e me fez amar matemática pela primeira vez, realmente vendo a mágica nos números.
De qualquer forma, para fazer esse trabalho, eu precisava sentar ao piano. E também, ao analisar Bach que era o cerne dos meus estudos acadêmicos, me apaixonei. Comecei a comprar as peças de piano de Bach mais corretivas e a tentar aprendê-las. Aprendi a realmente amar a sensação do piano sob meus dedos.”
Flea e o piano
O estudo também o ajudou a compreender melhor o instrumento que toca há décadas e o consagrou.
“Pude ter uma compreensão mais rica de como a linha de baixo se relaciona com os acordes. Muitas vezes, em minha contribuição para o Chili Peppers como baixista, as músicas começam com uma ou uma série de linhas de baixo que se juntam para formar diferentes seções.
E quando estou pensando em acordes, e quais as linhas de baixo podem implicar enquanto estou tocando, isso apenas me ajuda a criar composições melhores.”
Red Hot Chili Peppers atualmente
“Unlimited Love”, novo disco do Red Hot Chili Peppers, saiu no último dia 1º de abril. O trabalho foi o segundo da história da banda a ter liderado a parada americana Billboard 200 – o anterior foi “Stadium Arcadium”, de 2006. O disco marcou o novo retorno do guitarrista John Frusciante e o reencontro com o produtor Rick Rubin.
“Return of the Dream Canteen”, próximo play, sai dia 14 de outubro.
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