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10 situações no filme “Elvis” que não aconteceram de verdade

Certos fatos são alterados na cinebiografia do rei do rock, narrada sob ponto de vista de seu empresário, coronel Tom Parker

Chegou a vez de Elvis Presley ganhar sua cinebiografia. Protagonizado por Austin Butler, o filme “Elvis” retrata a vida do cantor desde sua infância pobre até sua morte, ocorrida em 1977, passando por todo o estrelato e os problemas pessoais que enfrentou. A história é contada sob o ponto de vista do empresário do artista, o coronel Tom Parker, interpretado aqui por Tom Hanks.

Assim como ocorreu com outras cinebiografias, especialmente da música, “Elvis” não é 100% preciso em seus relatos – e está tudo bem, visto que algumas adaptações são necessárias para dar ritmo à trama. A equipe capitaneada pelo diretor Baz Luhrmann retratou alguns fatos com certa fidelidade, enquanto outras situações não aconteceram de verdade.

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E quais foram essas situações, exatamente? Confira 10 delas a seguir.

*Atenção: spoilers de “Elvis” abaixo.

O que não é verdade no filme “Elvis”

Um Elvis Presley diferente

O próprio Elvis Presley interpretado por Austin Butler está um pouco diferente, como era de se esperar.

Por exemplo, o filme dá a entender que quase todas as influências musicais de Presley vieram da música negra. Alanna Nash, escritora de diversos livros sobre a vida e carreira do rei do rock, garante que não foi bem assim. Em entrevista à Variety, ela disse:

“Elvis também teve muitas influências brancas e disse, quando ainda estava na sétima série, que se apresentaria na Grand Ole Opry (famoso local de apresentações de country na cidade de Nashville). Lembre-se, ele entrou em um concurso na infância cantando ‘Old Shep’ (um clássico da música country).”

O filme também ignorou por completo as parceiras que Elvis teve no final de sua vida após terminar seu casamento com Priscilla Presley, além de ter mudado algumas coisas em sua relação com o coronel Tom Parker.

Tom Hanks e Austin Butler como coronel Tom Parker e Elvis Presley

Coronel Tom Parker também diferente

E por falar no empresário de Elvis, ele também não passou ileso de situações que foram criadas para o filme.

No filme, o personagem de Tom Hanks tem um jeito pra lá de exagerado e meloso, além de ser uma pessoa cheia de ideias que poderiam ter consequências desastrosas.

Tom Hanks como o coronel Tom Parker

Em uma cena da cinebiografia, Parker sugere a Presley dar uma maneirada no seu estilo para evitar críticas dos conservadores. Alanna Nash revelou que o empresário, na realidade, pensava o contrário.

“(Parker) gostava do fato que Elvis atraía muita gente para seus shows. Parker amava o fato de Elvis ser visto como um stripper masculino. Aquilo vendia muitos ingressos!”

Nash também garantiu que Parker nunca chegou a ser ameaçado pelo governo por conta das apresentações de Presley, algo que ocorre no filme.

Além disso, Tom Hanks optou por dar ao coronel um sotaque considerado “europeu” – afinal, o empresário nasceu nos Países Baixos – que pouco lembrava o do Tom Parker de verdade, como é possível checar nesta gravação de entrevista feita na década de 1980.

O primeiro encontro

O filme retrata que após ouvir bons comentários sobre Elvis Presley, Tom Parker foi até o programa de TV “Hayride” para conhecer o cantor, que começou a ganhar fama. Esta seria a primeira apresentação do rei do rock no lugar – e no mesmo dia, os dois se conheceram.

Na realidade, as coisas se desenrolaram de outra forma. O coronel Tom Parker não estava presente na primeira apresentação de Elvis no “Hayride”. O astro de fato estava bem nervoso ao se apresentar, mas após uma pausa, se acalmou e conquistou o público.

Apenas meses mais tarde que o empresário foi até o local para assistir a um show de Elvis. Eles se conheceram semanas depois, em uma apresentação do cantor na cidade de Memphis.

Elvis Presley e B.B. King

Em “Elvis”, vimos que Elvis Presley era próximo do lendário bluesman B.B. King. Uma das cenas do filme inclusive mostra o rei do rock, após um ataque de fúria, “fugindo” para uma casa de shows frequentada por King e outros artistas negros, como Sister Rosetta Tharpe e Little Richard.

No entanto, na vida real, as coisas eram bem diferentes. Alanna Nash, agora para o jornal USA Today, afirmou:

“Elvis e B.B. se conheciam, mas não eram amigos próximos. Eles provavelmente cruzaram caminhos pela primeira vez no estúdio Sun, mas foi algo breve.”

Especial de TV no momento da morte de Robert Kennedy?

Em dezembro de 1968, o canal americano NBC exibiu um especial que marcou a primeira apresentação de Elvis Presley em sete anos. O material foi gravado, mas representou a volta do cantor aos palcos diante de um pequeno público. A atração ganhou o nome de “’68 Comeback Special”, que podemos traduzir como “O especial de retorno de 1968”.

No filme, enquanto Presley gravava a apresentação, o senador Robert Kennedy – irmão do ex-presidente americano John Kennedy – foi assassinado. Mas segundo Alanna Nash, a gravação do especial e o assassinato do senador não aconteceram ao mesmo tempo.

A escritora revelou que na realidade, apenas um dos ensaios ocorreu no dia em que Kennedy foi atingido pelos tiros que tiraram sua vida – 5 de junho de 1968.

“Elvis chegou para iniciar as semanas de gravações em 3 de junho de 1968, e Kennedy levou os tiros em 5 de junho, morrendo no dia seguinte, 6 de junho.”

Além disso, o filme chegou a retratar a gravação sendo interrompida pelo barulho dos tiros que mataram Kennedy. Na vida real, o hotel em que o assassinato ocorreu era distante do estúdio em que o especial era produzido.

O filme, ao menos, acertou em retratar que Elvis ficou abalado pelas mortes de Kennedy e do ativista Martin Luther King, assassinado dois meses antes do político. A música “If I Can Dream”, composta por Walter Earl Brown especialmente para o programa de TV, foi inspirada por trechos do famoso discurso “I Have a Dream”, de King.

O nome de Lisa Marie Presley

Lisa Marie Presley é a única filha de Elvis, fruto do seu casamento com Priscilla Presley. O filme revela que Priscilla só foi escolher o nome da herdeira dias após dar à luz.

Só que essa foi outra situação inventada pelo filme. Em uma sessão de perguntas e respostas em seu perfil oficial no Facebook, Priscilla revelou que escolheu o nome da filha ainda grávida, após vê-lo em um livro de nomes para bebês, e que Elvis concordou com a escolha.

Ela também revelou qual seria o nome de Lisa Marie se fosse um menino.

“Nós decidimos que Lisa Marie seria bonito para uma garota. E eu amei o nome John Baron para um menino. Ele (Elvis) concordou.”

Austin Butler e Olivia DeJonge como Elvis Presley e Priscilla Presley

Exército e possível prisão

Em “Elvis”, há um momento em que Elvis Presley se alista no exército para evitar uma possível prisão. Os motivos foram sua péssima influência para os conservadores e um incidente violento em um show.

Elvis, de fato, se alistou no exército americano e cumpriu o serviço militar entre 1958 e 1960, mas não teve relação alguma com uma possível prisão. Alanna Nash lembrou que a presença do astro entre os militares teve outro intuito e foi arranjada pelo Coronel Parker.

“(Parker) negociou com o intuito de ser uma jogada de relações públicas, para fazer dele (Elvis) um garoto americano.”

Uma rápida curiosidade que vale ser citada sobre o período de Elvis no exército é que o cantor teve de passar um tempo na Alemanha. No país, conheceu Colin Powell, que atuou como secretário de defesa dos Estados Unidos décadas mais tarde.

Ator mais bem pago de Hollywood?

Quem conhece bem a carreira de Elvis Presley sabe que o astro também se aventurou no mundo dos cinemas e participou de vários filmes, apesar de nunca terem sido grandes sucessos nas telonas.

Há uma cena do filme em que o coronel Tom Parker garante que Elvis se tornou o ator mais bem pago de Hollywood. Mas não foi bem assim.

Sim, Elvis recebia salários de respeito para gravar filmes, justamente por conta de sua fama. Em 1965, por exemplo, ganhou US$ 1 milhão para gravar “Feriado no Harém”.

No entanto, três anos antes, Marlon Brando recebeu US$ 250 mil a mais para gravar “O Grande Motim”. E em 1963, Elizabeth Taylor ganhou a mesma quantia de Elvis para estrelar o clássico “Cleópatra”.

Demissão de Tom Parker durante show

No decorrer do longa, há um momento em que um furioso Elvis Presley demite o coronel Tom Parker em meio a um show em Las Vegas. Tal episódio até aconteceu na realidade, mas de uma maneira diferente.

Neste show, ocorrido em setembro de 1973, Elvis destilou sua fúria contra outra pessoa: Barron Hilton, dono da rede de hotéis homônima e que também era o proprietário do local em que o astro teve de se apresentar por muito tempo.

Elvis ficou insatisfeito ao saber que Hilton havia demitido um empregado do hotel com o qual havia simpatizado.

Por conta do incidente, Parker teve uma discussão acalorada com Presley. Foi neste momento que o cantor, de fato, demitiu seu empresário – que foi recontratado após mostrar ao astro uma “conta” do que estaria devendo a ele.

Shows em Las Vegas bancavam o coronel?

Já que citamos o hotel em que Elvis Presley tocava em Las Vegas, vale citar mais uma situação inventada pelo filme a respeito deste local.

No longa, é revelado que o coronel Tom Parker combinou esta série de apresentações no hotel como forma de bancar suas dívidas – afinal, ele perdeu muito dinheiro com jogos de azar.

Na vida real, Parker realmente se endividou desta forma ao longo de sua vida, mas Alanna Nash garante que os shows que Elvis fazia no hotel não tinham ligação com estes problemas financeiros do empresário.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

8 COMENTÁRIOS

  1. Deveria considerar a opinião de Priscilla Presley e da filha de ambos. Essa Allana qual a relevância dela a ponto de considerar td o que ela diz como verdade? Ficou evidente queo empresário do Elvis o explorava e o impediu de fazer shows fora. A família fez bem em processa-lo.

    • A filha tinha 9 anos quando Elvis morreu, como vamos considerar a opinião dela para um fact-checking? Quanto a Priscilla, ela esteve envolvida com o filme. Sobre a relevância de Alanna Nash, é sempre bom pesquisar antes de comentar. Ela é uma das principais biógrafas sobre Elvis e consideramos todo o seu estudo para fazer o artigo, além de outras informações que foram documentadas por outras fontes.

  2. Desfazendo a confusão: o filme não fala sobre a escolha tardia do nome de Lisa Marie. Na cena em que isso é dito, refere-se ao nome do avião que Elvis estava comprando, que teria o nome em homenagem à filha. Sobre ser o ator mais bem pago, vale destacar que Elvis recebia não apenas o cachê por filme, ele recebia também por contratos que incluíam vários filmes, comissões, além de receber pela gravação e vendagem (estratosférica) de discos com as trilhas sonoras. Então, pode-se dizer que era o mais bem pago, sim.

  3. Parabéns pelo release! Informações superprecisas e corretas. Quem conhece a história do astro concordará. O melhor que li até o momento.

  4. Ah, o filme mostra, sim, a escolha tardia do nome de Lisa Marie, o que me causou estranheza, e foi esclarecido no texto.

  5. Olá Igor e Augusto. Tudo bem? Espero que sim! Há um ponto levantado pela Alanna Nash que não concordo. Ela tentou minimizar esse contato de Elvis e B.B King mas ela esqueceu de algo muito importante! Lembram do livro “Último trem para Memphis” lançado pela Belas Letras do autor Peter Guralnick? Podem checar a seguinte informação: Na página 198 a namorada de Elvis, Dixie Locke (ainda viva) narrou que Elvis disse que frequentava a Beale Street e ele havia contado sobre seu encontro com B.B.King. Ela acrescentou diversos clubes negros que ele frequentava pois era bem vindo em todos. Além da Sun e da Beale Street, Elvis se encontrou com B.B King naqueles eventos beneficentes no Ellis Auditorium em Memphis. Aliás as fotos de Elvis e B.B.King são do Ellis Auditorium. Há uma entrevista do B.B.King dizendo que eles se “falavam”, ou seja, podem até não terem tido uma amizade duradoura, mas os encontros . Apenas o teor das conversas é que são frutos da liberdade criativa do Diretor. Portanto há indícios que sim, eles estiveram naquele local. O Diretor ao colocar Elvis e B.B King na Beale Street não é uma informação falsa. Alanna Nash não é uma unanimidade neste meio Elvis e é muito criticada por colocar muitos “achismos” em suas obras. Um grande abraço a vocês dois e parabéns pelo espaço que sempre vem dando a Elvis, sempre acompanho.

  6. Ninguém vai conseguir explicar Elvis kkkk
    Não foi preso. Mas havia a intensão. A ida para o exército foi proposital e combinada com o Tom Paker. Elvis Forever

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10 situações no filme “Elvis” que não aconteceram de verdade

Certos fatos são alterados na cinebiografia do rei do rock, narrada sob ponto de vista de seu empresário, coronel Tom Parker

Chegou a vez de Elvis Presley ganhar sua cinebiografia. Protagonizado por Austin Butler, o filme “Elvis” retrata a vida do cantor desde sua infância pobre até sua morte, ocorrida em 1977, passando por todo o estrelato e os problemas pessoais que enfrentou. A história é contada sob o ponto de vista do empresário do artista, o coronel Tom Parker, interpretado aqui por Tom Hanks.

Assim como ocorreu com outras cinebiografias, especialmente da música, “Elvis” não é 100% preciso em seus relatos – e está tudo bem, visto que algumas adaptações são necessárias para dar ritmo à trama. A equipe capitaneada pelo diretor Baz Luhrmann retratou alguns fatos com certa fidelidade, enquanto outras situações não aconteceram de verdade.

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*Atenção: spoilers de “Elvis” abaixo.

O que não é verdade no filme “Elvis”

Um Elvis Presley diferente

O próprio Elvis Presley interpretado por Austin Butler está um pouco diferente, como era de se esperar.

Por exemplo, o filme dá a entender que quase todas as influências musicais de Presley vieram da música negra. Alanna Nash, escritora de diversos livros sobre a vida e carreira do rei do rock, garante que não foi bem assim. Em entrevista à Variety, ela disse:

“Elvis também teve muitas influências brancas e disse, quando ainda estava na sétima série, que se apresentaria na Grand Ole Opry (famoso local de apresentações de country na cidade de Nashville). Lembre-se, ele entrou em um concurso na infância cantando ‘Old Shep’ (um clássico da música country).”

O filme também ignorou por completo as parceiras que Elvis teve no final de sua vida após terminar seu casamento com Priscilla Presley, além de ter mudado algumas coisas em sua relação com o coronel Tom Parker.

Tom Hanks e Austin Butler como coronel Tom Parker e Elvis Presley

Coronel Tom Parker também diferente

E por falar no empresário de Elvis, ele também não passou ileso de situações que foram criadas para o filme.

No filme, o personagem de Tom Hanks tem um jeito pra lá de exagerado e meloso, além de ser uma pessoa cheia de ideias que poderiam ter consequências desastrosas.

Tom Hanks como o coronel Tom Parker

Em uma cena da cinebiografia, Parker sugere a Presley dar uma maneirada no seu estilo para evitar críticas dos conservadores. Alanna Nash revelou que o empresário, na realidade, pensava o contrário.

“(Parker) gostava do fato que Elvis atraía muita gente para seus shows. Parker amava o fato de Elvis ser visto como um stripper masculino. Aquilo vendia muitos ingressos!”

Nash também garantiu que Parker nunca chegou a ser ameaçado pelo governo por conta das apresentações de Presley, algo que ocorre no filme.

Além disso, Tom Hanks optou por dar ao coronel um sotaque considerado “europeu” – afinal, o empresário nasceu nos Países Baixos – que pouco lembrava o do Tom Parker de verdade, como é possível checar nesta gravação de entrevista feita na década de 1980.

O primeiro encontro

O filme retrata que após ouvir bons comentários sobre Elvis Presley, Tom Parker foi até o programa de TV “Hayride” para conhecer o cantor, que começou a ganhar fama. Esta seria a primeira apresentação do rei do rock no lugar – e no mesmo dia, os dois se conheceram.

Na realidade, as coisas se desenrolaram de outra forma. O coronel Tom Parker não estava presente na primeira apresentação de Elvis no “Hayride”. O astro de fato estava bem nervoso ao se apresentar, mas após uma pausa, se acalmou e conquistou o público.

Apenas meses mais tarde que o empresário foi até o local para assistir a um show de Elvis. Eles se conheceram semanas depois, em uma apresentação do cantor na cidade de Memphis.

Elvis Presley e B.B. King

Em “Elvis”, vimos que Elvis Presley era próximo do lendário bluesman B.B. King. Uma das cenas do filme inclusive mostra o rei do rock, após um ataque de fúria, “fugindo” para uma casa de shows frequentada por King e outros artistas negros, como Sister Rosetta Tharpe e Little Richard.

No entanto, na vida real, as coisas eram bem diferentes. Alanna Nash, agora para o jornal USA Today, afirmou:

“Elvis e B.B. se conheciam, mas não eram amigos próximos. Eles provavelmente cruzaram caminhos pela primeira vez no estúdio Sun, mas foi algo breve.”

Especial de TV no momento da morte de Robert Kennedy?

Em dezembro de 1968, o canal americano NBC exibiu um especial que marcou a primeira apresentação de Elvis Presley em sete anos. O material foi gravado, mas representou a volta do cantor aos palcos diante de um pequeno público. A atração ganhou o nome de “’68 Comeback Special”, que podemos traduzir como “O especial de retorno de 1968”.

No filme, enquanto Presley gravava a apresentação, o senador Robert Kennedy – irmão do ex-presidente americano John Kennedy – foi assassinado. Mas segundo Alanna Nash, a gravação do especial e o assassinato do senador não aconteceram ao mesmo tempo.

A escritora revelou que na realidade, apenas um dos ensaios ocorreu no dia em que Kennedy foi atingido pelos tiros que tiraram sua vida – 5 de junho de 1968.

“Elvis chegou para iniciar as semanas de gravações em 3 de junho de 1968, e Kennedy levou os tiros em 5 de junho, morrendo no dia seguinte, 6 de junho.”

Além disso, o filme chegou a retratar a gravação sendo interrompida pelo barulho dos tiros que mataram Kennedy. Na vida real, o hotel em que o assassinato ocorreu era distante do estúdio em que o especial era produzido.

O filme, ao menos, acertou em retratar que Elvis ficou abalado pelas mortes de Kennedy e do ativista Martin Luther King, assassinado dois meses antes do político. A música “If I Can Dream”, composta por Walter Earl Brown especialmente para o programa de TV, foi inspirada por trechos do famoso discurso “I Have a Dream”, de King.

O nome de Lisa Marie Presley

Lisa Marie Presley é a única filha de Elvis, fruto do seu casamento com Priscilla Presley. O filme revela que Priscilla só foi escolher o nome da herdeira dias após dar à luz.

Só que essa foi outra situação inventada pelo filme. Em uma sessão de perguntas e respostas em seu perfil oficial no Facebook, Priscilla revelou que escolheu o nome da filha ainda grávida, após vê-lo em um livro de nomes para bebês, e que Elvis concordou com a escolha.

Ela também revelou qual seria o nome de Lisa Marie se fosse um menino.

“Nós decidimos que Lisa Marie seria bonito para uma garota. E eu amei o nome John Baron para um menino. Ele (Elvis) concordou.”

Austin Butler e Olivia DeJonge como Elvis Presley e Priscilla Presley

Exército e possível prisão

Em “Elvis”, há um momento em que Elvis Presley se alista no exército para evitar uma possível prisão. Os motivos foram sua péssima influência para os conservadores e um incidente violento em um show.

Elvis, de fato, se alistou no exército americano e cumpriu o serviço militar entre 1958 e 1960, mas não teve relação alguma com uma possível prisão. Alanna Nash lembrou que a presença do astro entre os militares teve outro intuito e foi arranjada pelo Coronel Parker.

“(Parker) negociou com o intuito de ser uma jogada de relações públicas, para fazer dele (Elvis) um garoto americano.”

Uma rápida curiosidade que vale ser citada sobre o período de Elvis no exército é que o cantor teve de passar um tempo na Alemanha. No país, conheceu Colin Powell, que atuou como secretário de defesa dos Estados Unidos décadas mais tarde.

Ator mais bem pago de Hollywood?

Quem conhece bem a carreira de Elvis Presley sabe que o astro também se aventurou no mundo dos cinemas e participou de vários filmes, apesar de nunca terem sido grandes sucessos nas telonas.

Há uma cena do filme em que o coronel Tom Parker garante que Elvis se tornou o ator mais bem pago de Hollywood. Mas não foi bem assim.

Sim, Elvis recebia salários de respeito para gravar filmes, justamente por conta de sua fama. Em 1965, por exemplo, ganhou US$ 1 milhão para gravar “Feriado no Harém”.

No entanto, três anos antes, Marlon Brando recebeu US$ 250 mil a mais para gravar “O Grande Motim”. E em 1963, Elizabeth Taylor ganhou a mesma quantia de Elvis para estrelar o clássico “Cleópatra”.

Demissão de Tom Parker durante show

No decorrer do longa, há um momento em que um furioso Elvis Presley demite o coronel Tom Parker em meio a um show em Las Vegas. Tal episódio até aconteceu na realidade, mas de uma maneira diferente.

Neste show, ocorrido em setembro de 1973, Elvis destilou sua fúria contra outra pessoa: Barron Hilton, dono da rede de hotéis homônima e que também era o proprietário do local em que o astro teve de se apresentar por muito tempo.

Elvis ficou insatisfeito ao saber que Hilton havia demitido um empregado do hotel com o qual havia simpatizado.

Por conta do incidente, Parker teve uma discussão acalorada com Presley. Foi neste momento que o cantor, de fato, demitiu seu empresário – que foi recontratado após mostrar ao astro uma “conta” do que estaria devendo a ele.

Shows em Las Vegas bancavam o coronel?

Já que citamos o hotel em que Elvis Presley tocava em Las Vegas, vale citar mais uma situação inventada pelo filme a respeito deste local.

No longa, é revelado que o coronel Tom Parker combinou esta série de apresentações no hotel como forma de bancar suas dívidas – afinal, ele perdeu muito dinheiro com jogos de azar.

Na vida real, Parker realmente se endividou desta forma ao longo de sua vida, mas Alanna Nash garante que os shows que Elvis fazia no hotel não tinham ligação com estes problemas financeiros do empresário.

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InícioCuriosidades10 situações no filme “Elvis” que não aconteceram de verdade
Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

8 COMENTÁRIOS

  1. Deveria considerar a opinião de Priscilla Presley e da filha de ambos. Essa Allana qual a relevância dela a ponto de considerar td o que ela diz como verdade? Ficou evidente queo empresário do Elvis o explorava e o impediu de fazer shows fora. A família fez bem em processa-lo.

    • A filha tinha 9 anos quando Elvis morreu, como vamos considerar a opinião dela para um fact-checking? Quanto a Priscilla, ela esteve envolvida com o filme. Sobre a relevância de Alanna Nash, é sempre bom pesquisar antes de comentar. Ela é uma das principais biógrafas sobre Elvis e consideramos todo o seu estudo para fazer o artigo, além de outras informações que foram documentadas por outras fontes.

  2. Desfazendo a confusão: o filme não fala sobre a escolha tardia do nome de Lisa Marie. Na cena em que isso é dito, refere-se ao nome do avião que Elvis estava comprando, que teria o nome em homenagem à filha. Sobre ser o ator mais bem pago, vale destacar que Elvis recebia não apenas o cachê por filme, ele recebia também por contratos que incluíam vários filmes, comissões, além de receber pela gravação e vendagem (estratosférica) de discos com as trilhas sonoras. Então, pode-se dizer que era o mais bem pago, sim.

  3. Parabéns pelo release! Informações superprecisas e corretas. Quem conhece a história do astro concordará. O melhor que li até o momento.

  4. Ah, o filme mostra, sim, a escolha tardia do nome de Lisa Marie, o que me causou estranheza, e foi esclarecido no texto.

  5. Olá Igor e Augusto. Tudo bem? Espero que sim! Há um ponto levantado pela Alanna Nash que não concordo. Ela tentou minimizar esse contato de Elvis e B.B King mas ela esqueceu de algo muito importante! Lembram do livro “Último trem para Memphis” lançado pela Belas Letras do autor Peter Guralnick? Podem checar a seguinte informação: Na página 198 a namorada de Elvis, Dixie Locke (ainda viva) narrou que Elvis disse que frequentava a Beale Street e ele havia contado sobre seu encontro com B.B.King. Ela acrescentou diversos clubes negros que ele frequentava pois era bem vindo em todos. Além da Sun e da Beale Street, Elvis se encontrou com B.B King naqueles eventos beneficentes no Ellis Auditorium em Memphis. Aliás as fotos de Elvis e B.B.King são do Ellis Auditorium. Há uma entrevista do B.B.King dizendo que eles se “falavam”, ou seja, podem até não terem tido uma amizade duradoura, mas os encontros . Apenas o teor das conversas é que são frutos da liberdade criativa do Diretor. Portanto há indícios que sim, eles estiveram naquele local. O Diretor ao colocar Elvis e B.B King na Beale Street não é uma informação falsa. Alanna Nash não é uma unanimidade neste meio Elvis e é muito criticada por colocar muitos “achismos” em suas obras. Um grande abraço a vocês dois e parabéns pelo espaço que sempre vem dando a Elvis, sempre acompanho.

  6. Ninguém vai conseguir explicar Elvis kkkk
    Não foi preso. Mas havia a intensão. A ida para o exército foi proposital e combinada com o Tom Paker. Elvis Forever

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