Como a Guerra do Vietnã inspirou o filme “Top Gun”

Conflito armado real motivou criação de programa homônimo de formação de pilotos - e o capitão responsável já revelou o que pensa da obra de ficção

“Top Gun – Ases Indomáveis” é um dos filmes mais famosos dos anos 1980. A jornada do tenente Pete “Maverick” Mitchell e seu treinamento na escola de pilotos de caças da marinha americana ganhou fãs ao redor do mundo e contribuiu para impulsionar a carreira do protagonista, Tom Cruise, em Hollywood.

Uma curiosidade que pouca gente deve saber a respeito do filme é que a Guerra do Vietnã, que ocorreu entre os anos 1960 e 1970, serviu de inspiração para sua criação.

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Guerra do Vietnã e “Top Gun”

Um estudo feito em 1968 mostrou que os pilotos da Marinha americana precisavam ter um treinamento melhor, já que muitos deles perderam a vida na Guerra do Vietnã.

Dessa forma, foi criado um programa de formação de pilotos de caça que era conhecido pelo mesmo nome. O projeto foi iniciado em 3 de março de 1969 com o intuito de apresentar os melhores ataques e táticas a serem adotados durante combates.

Oficialmente, o programa se chamava “United States Navy Strike Fighter Tactics Instructor program”, mas acabou adotando um nome mais curto: “United States Navy Fighter Weapons School”. E, informalmente, passou a ser chamado “TOPGUN” – escrito desta maneira, sem espaço e com letras maiúsculas.

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Em 2019, a revista Time entrevistou o capitão Dan Pedersen, um dos responsáveis pela criação de “TOPGUN”. Ele declarou:

“Estávamos perdendo grandes talentos no Vietnã. Quando eu estava na USS Enterprise (famoso porta-aviões da marinha americana), perdemos 11 homens em 17 dias. O capitão Frank Ault escreveu um relatório e uma de suas recomendações era iniciar uma escola para treinar melhor os pilotos. Então, fui encaminhado para uma estação e recrutei outros oito homens para me ajudar a começar o programa.”

Dan Pedersen sobre o filme

Nesta ocasião, a Time também aproveitou para perguntar ao próprio Dan Pedersen o que ele achou do filme “Top Gun”. Podemos dizer que sua opinião ficou bem dividida, pois ele gostou de algumas coisas e reprovou outras.

Inicialmente, ele disse:

“O filme foi 55% positivo. Os voos foram incríveis, provavelmente uma das melhores fotografias de aviões táticos já feitas. A personagem de Kelly McGillis era baseada em uma conselheira real. As academias viram um aumento nos recrutamentos. Se algo deixa os recrutadores ocupados, pode apostar que estarei apoiando.”

E o que desagradou o capitão? Segundo ele, na realidade, as academias de formação de pilotos não eram tão divertidas assim, como “Top Gun” deu a entender que seria.

“Criou uma falsa impressão do que acontecia e do valor que pagávamos. Meus comandados eram bem mais sérios e cerebrais que os personagens do filme, porque tinha uma guerra acontecendo. Na realidade, trabalhávamos sete dias na semana, começando às 4h30. Nas sextas-feiras, até deixava os mais novos saírem mais cedo para se divertirem – é o que os jovens costumam fazer –, mas a maioria de nós nem ia para casa durante a semana. Perdi muitas noites dormindo no meu carro.”

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Pedersen também disse que o filme focou muito nos pilotos, mas se esqueceu das pessoas que não pilotavam os caças. Há muitos profissionais envolvidos.

Além disso, sabe a famosa cena do jogo de vôlei de praia? O capitão garante que eles praticavam outro esporte.

“Não existia vôlei de praia, mas jogávamos raquetebol para aliviar o estresse uma quatro ou cinco vezes na semana.”

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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