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Os 10 baixistas favoritos de Geddy Lee, o frontman do Rush

Vocalista e baixista fez uma lista que transitou entre astros do rock, jazz, funk e soul music

Geddy Lee é um dos grandes baixistas da história do rock. Era algo necessário, já que não é qualquer baixista que consegue acompanhar o saudoso Neil Peart por tantos anos no Rush.

Chama ainda mais atenção que, além do baixo, Lee seja um grande cantor e ainda um bom tecladista. Um músico completo, sem sombra de dúvidas.

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Em 2020, ele foi convidado pela revista Rolling Stone para eleger seus 10 baixistas favoritos. A lista feita pelo frontman do Rush englobou músicos de rock, jazz, funk e soul music.

Antes de revelar suas opções, Geddy comentou que, antigamente, ninguém queria ser o baixista de uma banda. “Na minha época, ninguém escolhia ser o baixista. Você sempre era o guitarrista e alguém dizia: ‘bem, precisamos de um baixista’. Então, faziam uma votação e você se tornava o baixista. Foi assim que virei um. Era comum na época, já que todos queriam ser Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jimmy Page. Eu me adaptei rapidamente e adorei. Acho que é isso que acontece com outros baixistas”, disse.

Confira, a seguir, os 10 baixistas favoritos de Geddy Lee, com comentários feitos por ele.

Os 10 baixistas favoritos de Geddy Lee (Rush)

James Jamerson (The Temptations):

“Quando eu era criança e trabalhava na loja da minha mãe, ficávamos no trânsito 45 minutos todo dia, para ir e para voltar. A rádio pop sempre tocava no carro e eu ficava batucando no painel, como muita gente. Na loja, a mesma coisa. Então, ouvi muita coisa da Motown. Aquilo dominava as rádios. […] Se você quisesse tocar na banda do bairro, tinha que tocar músicas de Wilson Pickett, Sam (Cooke) e por aí vai. Demorei para notar que o denominador comum desses artistas todos era James Jamerson e a importância das linhas dele para fazer essas músicas se mexerem, bem como a melodia nessas partes de baixo.”

John Entwistle (The Who):

“Foi um dos primeiros deuses do rock para mim (risos). Eu ainda o coloco entre os melhores baixistas da história. Ele era feroz e tinha um som que se desafiava a invadir o domínio da guitarra. Era alto, agressivo. E ouvir isso na rádio pop… ‘My Generation’ não tocou tanto aqui (no Canadá) como no Reino Unido, mas era um hit pop com solo de baixo. Além disso, ele tinha destreza, se movia pelas cordas de uma forma fluida, fácil, e soava feroz.”

Jack Bruce (Cream):

“O Cream era minha banda favorita quando eu fiquei mais velho e passei a curtir rock. Foi uma grande influência no início do Rush. Fazíamos uma versão própria de ‘Spoonful’ que tocávamos nas cafeterias e bailes de ensino médio. Tive sorte de estar em um show deles em 1969, em Toronto, no Massey Hall. […] O Rush era um trio e nos moldamos a partir do Cream, (Jimi) Hendrix (Experience), Blue Cheer. O baixista era importante nesse formato, especialmente durante os solos de guitarra. Você precisa oferecer som o bastante para a base, para não ficar vazio.”

Chris Squire (Yes):

“Eu e um amigo da escola ficávamos loucos com música e ele me apresentava várias coisas, muitas bandas de rock progressivo. Um dia, ele colocou ‘Time and a Word’ do Yes e eu pirei com o som do baixo de Chris Squire. O som me lembrava de John Entwistle, mas era mais aventureiro, com mais camadas. […] Fiquei muito fã de Yes e de Chris Squire. A primeira vez que a banda veio a Toronto, fui com meu amigo Oscar e Alex (Lifeson, guitarrista), ficamos a noite toda na fila para comprar ingressos e conseguimos entradas na segunda fileira. Nunca vou esquecer. Na mesma semana, tocaram em Kitchener e viajamos até para ver de novo. Foi surreal quando me chamaram para tocar com eles no Rock and Roll Hall of Fame, especialmente aquela música (‘Roundabout’).”

John Paul Jones (Led Zeppelin):

“Zeppelin foi uma grande influência. Nosso baterista original, John Rutsey, foi ao primeiro show deles em Toronto. Ele falava muito dessa banda e quando o primeiro álbum saiu, fizemos fila na loja para comprar. Lembro de colocar para tocar e pirar com o som, com o timbre. Era a primeira banda de som pesado. Ouvíamos aqueles riffs de blues, aquele som… […] Mas o que colocava tudo abaixo era o baixo de John Paul Jones. Se você ouvir ‘How Many More Times’… não importa o quão selvagem essa música fica às vezes, John Paul Jones segura tudo de forma fluida. O baixo estava sempre alto e com orgulho, fazia parte da melodia. A banda progrediu com os anos e o impacto dele era claro. Para onde uma música como ‘What Is and What Should Never Be’ iria seguir sem o baixo? Era inacreditável.”

Jaco Pastorius (Weather Report):

“Não sou um cara do jazz-rock, mas de vez em quando, algo me chama atenção e me leva de volta a esse estilo. Lembro de quando saiu o álbum do Weather Report, ‘Heavy Weather’, e algo me chamou atenção, especialmente no baixo. Não conhecia Jaco e os outros caras da banda. Lembro de sairmos em turnê e acho que em Milwaukee, Weather Report tocou no mesmo lugar que nós um dia antes. Fomos ao show e foi a primeira vez que vi Jaco ao vivo. Foi uma experiência impossível de replicar. Ele era incrível, bizarro, dramático. E aquele dedão… era um baixista único.”

Paul McCartney (Beatles):

“As pessoas se esquecem dele como baixista, mas como um baixista de pop, ele era muito melódico. E era um cara que não era originalmente baixista. Ele se adaptou. Acho a história dele interessante. […] Se você ouve ‘Taxman’ ou ‘Come Together’, o baixo sempre aparece tanto. Era sempre tão melódico, e acho que era uma parte grande da natureza das músicas dos Beatles.”

Flea (Red Hot Chili Peppers):

“Flea me faz pirar. Quando você fala de toda uma geração que começou a fazer slap… há tantos. Acho que veio um pouco do jazz, um pouco do R&B. Houve um tempo em que só se ouvia isso. Todo baixista fazia slap. E havia Flea, que fazia slap e tocava tudo no meio disso. Ele era brilhante. Trouxe sensibilidade para aquele período. Ele sempre deixava na pegada do rock. E amo o fato de ele ter tantos recursos e sempre experimentar com diferentes instrumentos, diferentes timbres. E ele era um cara do pop, e mesmo assim soava agressivo, criativo, melódico. É singular.”

Les Claypool (Primus):

“Não sabia muito do Primus até eles começarem a fazer turnê conosco. Eu adorava a insanidade deles. Na turnê, vi como ele tocava e como era criativo. Era muito diferente de tudo. Ninguém toca como Les. E ele era um grande fã de Rush, sempre falávamos das músicas do Rush. Ele perguntava como eu tocava algumas músicas, e eu estava interessado igualmente em como ele tocava. Ele me influenciou como baixista a desafiar meus limites rítmicos.”

Jeff Berlin (Bruford):

“Eu era fã do Yes e o baterista deles, Bill Bruford, começou a fazer trabalhos solo. Em alguns discos, ele trazia um baixista chamado Jeff Berlin. Ele era incrível. Estávamos no Reino Unido, tocando em um clube… Neil (Peart, baterista) e eu fomos assistir. Ao vivo, ele detonou. Era um baixista de rock, de jazz, com alcance incrível. Usava todos os dedos, tocava como um violonista clássico, de flamenco. […] Ficamos amigos e ele ficou mais alinhado ao jazz-rock. Abriu uma escola para baixistas. Não é tão citado, mas era muito talentoso e influente.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

2 COMENTÁRIOS

  1. Sempre bom ouvir esses eternos heróis, como Geedy Lee, contarem histórias dos tempos heróicos de produções musicais que jamais se repetirão. Aliás, hoje em dia nada se cria; tudo o que já foi realizado é que determina as variantes do momento, onde os sons parecem repetecos pálidos desses caras hoje, de sessentões prá lá…

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