O ato que mostra como o Queen “queimava” dinheiro nos anos 80

Durante produção de “The Works” (1984), banda alugou carros e mansões, além de ter trazido um músico extra pela primeira vez

Na década de 80, o Queen se tornou uma verdadeira potência da indústria fonográfica. Com isso, se transformou em uma máquina não só de fazer dinheiro, mas também de gastar.

Um ponto alto dessa extravagância aconteceu durante a produção de The Works (1984), um de seus álbuns mais aclamados. Quem explicou melhor a situação foi o produtor do disco, Reinhold Mack, testemunha ocular da história.

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A Classic Rock publicou uma longa matéria sobre “The Works” e a importância desse trabalho na trajetória do Queen. Nela, Mack relembrou o desespero do contador da banda, que simplesmente não entendia como eles conseguiam gastar tanto dinheiro assim.

O produtor contou:

“O contador estava no telefone todo dia. Ele nunca tinha visto pessoas queimarem tanto dinheiro como nós fizemos. Logo depois que chegamos em L.A. ele ficava perguntando coisas como: ‘por que vocês têm 19 carros alugados se vocês estão em apenas oito pessoas?’.”

Queen e as despesas nos anos 1980

Os gastos do Queen aumentaram devido a alguns motivos na época. Quase todos eles bem supérfluos.

Além dos carros citados, durante a estadia em Los Angeles, o vocalista Freddie Mercury morou em uma mansão em Beverly Hills que pertenceu à atriz Elizabeth Taylor. Lá, ele comprava presentes caríssimos ao seu companheiro naquele momento, um barman e motociclista conhecido como Vince, the Barman, que ele conheceu em Hollywood.

Além disso, a produção de “The Works” foi a primeira na qual a banda trouxe um músico extra: o multi-instrumentista canadense Fred Mandel. Ele já tinha um currículo de respeito na época, tendo trabalhado com Alice Cooper e Pink Floyd. Posteriormente, ainda colaborou com Elton John e até o Anthrax. Obviamente, ter um artista como esse à disposição também gerou um custo adicional significativo.

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Sobre “The Works”

Lançado em 27 de fevereiro de 1984, “The Works” invadiu as paradas em 16 países. Embora não tenha alcançado o primeiro lugar, permaneceu por impressionantes 94 semanas nas paradas do Reino Unido, marcando o período mais longo para um álbum de estúdio do Queen, e conquistou a 14ª posição entre os álbuns mais vendidos do ano no país.

Nos Estados Unidos, atingiu o número 23, garantindo o disco de ouro ao superar a marca de 500 mil cópias vendidas. Globalmente, as vendas ultrapassam a marca de 6 milhões de cópias. Traz músicas como “Radio Ga Ga”, “I Want to Break Free” e “Hammer to Fall”.

Para o guitarrista Brian May, “The Works” é um reflexo do seu tempo, um produto moldado pela revolução dos sintetizadores que ocorria na época:

“O ano em que os sintetizadores mudaram e nós mudamos, é isso que posso dizer. No início, os sintetizadores eram muito mecânicos e não transmitiam emoção. Mas, ao ver pessoas como Stevie Wonder, que consegue fazer o sintetizador falar da mesma forma que se pode com a voz ou uma guitarra, então nos convertemos. Não abandonamos totalmente os sintetizadores, mas eles estão lá para certas coisas e é divertido usar essas coisas também. Muito do ‘The Works’ é uma síntese dos dois tipos e quase uma batalha entre os dois tipos, uma batalha entre as máquinas.”

Por outro lado, o baterista Roger Taylor atribui ao disco uma importância diferente, destacando o significado mais profundo que o álbum teve para ele e seus colegas em um momento de descontentamento:

“Acho que percebemos que trabalhar é algo realmente importante em sua vida e você não pode simplesmente sentar e não fazer nada, é a pior coisa possível.”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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