Pela segunda vez em sua carreira, The Who anunciou uma despedida dos palcos. Após declarar o fim das turnês em 1982, a banda agora promete encerrar sua trajetória na estrada com o giro “The Song is Over – The North American Farewell Tour”, que até o momento tem somente datas confirmadas na América do Norte entre agosto e setembro.
Curiosamente, para Pete Townshend, as apresentações não necessariamente representam um fim. De acordo com o guitarrista de 80 anos, é certo que o grupo não excursione mais pelos Estados Unidos e Canadá depois disso, todavia, o próprio ainda não sabe se a conclusão também vale para a Europa.
Conforme transcrição da Far Out Magazine, o músico deixou no ar a possibilidade durante entrevista ao programa This Cultural Life:
“É certamente o fim das turnês nos Estados Unidos. Perguntei ao Roger [Daltrey, vocalista] se também seria o fim das turnês pela Europa e ele disse: ‘vamos ter que esperar para ver’.”
Em coletiva de imprensa compartilhada pela NME, os integrantes já haviam sido perguntados sobre a possibilidade de estender a “The Song is Over” para outros continentes. Especificamente em relação à Europa, Roger Daltrey não descartou a ideia, mas também não quis dar esperanças:
“Vamos ver se sobrevivemos a essa turnê. Acabei de terminar uma turnê solo pelo Reino Unido. Devo dizer que fazer uma turnê pelos Estados Unidos. Por algum motivo, o deslocamento no Reino Unido ficou mais difícil. Não quero dizer que não haverá, mas também não tenho certeza se haverá.”
Fato é que, apesar de nem ter começado, a turnê já gerou um atrito entre os membros. Antes mesmo do início da excursão, Daltrey ficou irritado publicamente com o companheiro.
Conversando com o Sunday People recentemente, Pete afirmou que The Who “continuou por tempo demais” após a morte do baterista Keith Moon, em 1978, e do baixista John Entwistle, em 2002. Nas palavras do músico, “às vezes, parece que estamos insistindo em algo que já não faz mais sentido”.
Diante do contexto, o vocalista não gostou da declaração do colega e resolveu respondê-la de maneira afiada. Ao Daily Mail, o cantor deixou claro que não quer ir para a estrada com alguém “que esteja lá pela metade”:
“Se o Pete não quiser sair em turnê…eu não quero voltar para a estrada com o The Who, aos 81 anos, com alguém que não quer estar lá, se é isso que ele está dizendo. Eu não farei isso com alguém que esteja pela metade. Mas, você sabe, tudo tem seu tempo e foi uma jornada maravilhosa.”
Além disso, The Who vivencia outra polêmica, causada pela segunda demissão de Zak Starkey. O baterista havia sido tirado da banda no último mês de abril devido a um desentendimento com Daltrey quanto à qualidade de sua performance no instrumento, porém foi recontratado dias após a notícia chegar a público. Curiosamente, como anunciado no último dia 18 de maio, o filho de Ringo Starr foi novamente desligado e Scott Devours o substitui.
Turnê de despedida do The Who
The Who anunciou a segunda turnê de despedida de sua carreira. Desta vez, porém, deve ser pra valer, já que seus líderes, o vocalista Roger Daltrey e o guitarrista Pete Townshend, têm, respectivamente, 81 e 80 anos.
Como o nome indica, a excursão “The Song is Over – The North American Farewell Tour” passará pela América do Norte — e uma interpretação do nome pode até mesmo indicar que o “adeus” dos ingleses será apenas ao continente, sugerindo que apresentações em outros territórios poderão continuar a ocorrer. Foram confirmadas performances nos Estados Unidos e Canadá entre os meses de agosto e setembro.
Em nota, Roger afirma:
“O sonho de todo músico no início dos anos 1960 era fazer sucesso nas paradas americanas. Para The Who, esse sonho se tornou realidade em 1967 e nossas vidas mudaram para sempre. O calor do público americano ao longo dos anos tem sido inspirador para mim e reflete a sensação que me lembro de ter ao ouvir os primeiros discos de rock no rádio. Liberdade musical! O rock nos deu um sentimento de rebelião geracional. Para mim, os Estados Unidos sempre foram ótimos. As diferenças culturais tiveram um enorme impacto em mim, esta era a terra das possibilidades. Não é fácil encerrar a grande parte da minha vida que foi fazer turnês com The Who. Obrigado por estarem conosco e ansiosos para vê-los pela última vez.”
Por sua vez, Pete declara:
“Bem, todas as coisas boas chegam ao fim. É um momento comovente. Para mim, tocar para o público americano e canadense sempre foi incrível. O calor e o engajamento desse público começaram em 1967, com hippies fumando maconha, sentados em seus cobertores e nos ouvindo profunda e intensamente. A música estava em toda parte. Todos nos sentíamos iguais. Hoje, Roger e eu ainda carregamos a bandeira dos falecidos Keith Moon e John Entwistle e, claro, de todos os nossos fãs de longa data do The Who. Devo dizer que, embora a jornada nem sempre tenha sido agradável para mim, geralmente é fácil: o melhor emprego que eu poderia ter tido. Continuo voltando. Toda vez que volto, conheço novos fãs e sinto uma nova energia. Roger e eu estamos em um bom momento, apesar da nossa idade, ansiosos para apoiar esta despedida carinhosa de todos os nossos fãs fiéis e, com sorte, de novos que possam participar para ver o que perderam nos últimos 57 anos. Esta turnê será sobre boas lembranças, amor e risadas. Não deixem de participar.”
The Who sai de cena como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Com seis décadas de carreira e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o planeta, o grupo é citado como um dos mais influentes do estilo, seja por ajudar no desenvolvimento do hard rock e heavy metal ou por ter originado o conceito de “ópera rock”.
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