Ian Anderson acredita que dois álbuns lançados em 1967 abriram caminhos para artistas progressivos. Segundo o líder do Jethro Tull, um deles, claro, é o “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles. Mas o outro é um disco que até mesmo supera o trabalho do Fab Four.
Durante entrevista à Classic Rock em 2021, o artista elencou os 10 projetos que mudaram a sua vida. Ao mencionar “The Piper at the Gates of Dawn”, álbum de estreia do Pink Floyd, o músico descreveu o material como “mais significativo”, sobretudo pela sonoridade e composição.
Primeiramente, ele traçou as similaridades entre ambos os discos, creditados como os responsáveis por inspirá-lo e abrir a sua mente a respeito de novas possibilidades:
“Dois álbuns inspiradores em 1967 abriram caminho para pessoas como eu no contexto da música progressiva. Um foi, claro, ‘Sgt. Pepper’, dos Beatles, e o outro foi uma obra totalmente mais surreal e progressiva: ‘The Piper at the Gates of Dawn’, do Pink Floyd. Ambos os álbuns pegaram elementos diversos e os usaram de maneiras criativas e brilhantes.”
Em seguida, Ian explicou por que “The Piper at the Gates of Dawn” é o seu favorito. Ele afirma:
“Para mim, o álbum do Pink Floyd foi mais significativo. Os Beatles eram um grupo pop, então eu achava que o material deles era um pouco forçado, um tanto quanto artificial. Eu gostava mais das composições e da sonoridade do Floyd. As letras de Syd Barrett eram estranhas e engraçadas e complementavam perfeitamente o material instrumental radical e psicodélico que a banda fazia. Você via imagens e as interpretava com palavras e som, em vez de como pinturas.”
A melhor música do álbum
Em outra ocasião para o mesmo veículo, Ian Anderson mencionou “Scarecrow” como a melhor música do primeiro álbum do Pink Floyd – e da discografia do grupo. A escolha recaiu na faixa por explicitar o “espírito excêntrico, surreal e essencialmente inglês” do saudoso Syd Barrett:
“Eu tenho uma certa fascinação pelo primeiro álbum do Pink Floyd, ‘The Piper at the Gates of Dawn’. Não desmerecendo o grande trabalho de guitarra dos anos posteriores com [David] Gilmour, mas esse disco foi um marco nas origens do que se tornou a era do prog-rock e me inspirou, assim como muitos outros, a começar a vida após o blues, Tamla e R&B. A faixa ‘Scarecrow’ se destaca como um exemplo do espírito excêntrico, surreal e essencialmente inglês do gênio errático e singular de Syd Barrett.”
Beatles e Pink Floyd
O Pink Floyd nunca escondeu a importância dos Beatles para a carreira da banda. Especificamente o álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967) exerceu grande influência no trabalho dos músicos, com o baterista Nick Mason até mesmo atribuindo a existência do grupo ao Fab Four.
Conversando com uma estação de rádio em 2020, o músico se recordou da importância do disco para validar o que fazia o Pink Floyd naquela época. Isso porque, antes de 1967, o mercado fonográfico era bem centrado nos singles – o que mudou com o trabalho dos Beatles.
Por isso, para o baterista, o Pink Floyd não poderia trabalhar da forma que atuou no futuro sem que “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” abrisse portas e rompesse barreiras. Ele afirmou:
“Gravamos nosso primeiro álbum no Abbey Road Studios e, no final do corredor, os Beatles faziam ‘Sgt. Pepper’s’. Fomos convidados para visitar os ‘deuses’ e eles estavam gravando a música ‘Lovely Rita’. Foi um momento crucial, porque, sem os Beatles, nós talvez não existiríamos. ‘Sgt. Pepper’s’ foi o álbum que mudou a cara da indústria fonográfica. Até então, o foco era nos singles. Esse foi o primeiro álbum que vendeu mais que singles e permitiu que bandas como nós tivessem mais tempo e liberdade em estúdio, para fazer o que queríamos.”
Pink Floyd e “The Piper at the Gates of Dawn”
Primeiro álbum completo do Pink Floyd, “The Piper at the Gates of Dawn” mostrava toda a influência psicodélica e experimental do vocalista e guitarrista Syd Barrett, figura que tomou a linha de frente das ideias. O título foi retirado do 7º capítulo do livro “O Vento Nos Salgueiros”, de Kenneth Grahame, escrito em 1908.
As sessões aconteceram no lendário estúdio Abbey Road e contaram com uso de técnicas inovadoras para a época, como reverberação através de câmaras de eco e duplicação de pistas de áudio.
A versão americana contou com tracklist diferente e incluiu a faixa “See Emily Play”, lançada como single avulso no Reino Unido. O trabalho chegou ao sexto lugar da parada britânica, onde ganhou disco de ouro.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.
Ian Anderson já está gaga ou anda fumando maconha estragada.
Ian Anderson nunca falou isso. Mostra aa fontes para provar que você não inventou, porque sou fundador da Rock Brigade, fãs de Jethro Tull e jamais soubemos dessa afirmação tosca.