A produtora 30e confirmou o adiamento da segunda edição do festival I Wanna Be Tour, focado em pop punk e emocore. Os eventos estavam previstos para Curitiba (Estádio Couto Pereira) e São Paulo (Allianz Parque), respectivamente nos dias 15 e 22 de fevereiro. Agora, serão em 23 e 30 de agosto, também na ordem.
Fãs já esperavam pelo adiamento, visto que nenhuma atração havia sido confirmada até o momento. Por outro lado, os organizadores chegaram a abrir venda de ingressos no último mês de julho. Ainda é possível adquirir entradas via Eventim.
Em comunicado, a produção afirma:
“Atenção, emos do Brasil! Sabemos que vocês estão na expectativa, nós também estamos! O ‘make Brazil emo again’ nunca esteve tão forte, e a gente tem o compromisso de realizar uma segunda edição tão especial quanto a primeira. Para isso, tivemos de fazer um ajuste na agenda e, em 2025, o evento vai acontecer nos dias 23 de agosto, em Curitiba, e no dia 30 de agosto, em São Paulo, com um line-up dos sonhos que será revelado no início de 2025.
Falando em line-up dos sonhos, deixamos neste pôster algumas dicas de quem estará nos nossos palcos.
Os ingressos com valores especiais comprados no período de early bird continuam válidos.
Para aqueles que optarem pelo reembolso, o valor do ingresso total, incluindo as taxas, poderá ser solicitado até o dia 20 de dezembro. As orientações serão enviadas por email para todos os compradores, fiquem ligados.”
I Wanna Be 2024 e tragédia
Em 2024, a I Wanna Be Tour reuniu um público total de 150 mil pessoas em cinco cidades. Bandas como Simple Plan, A Day To Remember, The All-American Rejects, NX Zero e Fresno foram algumas das que participaram do evento em São Paulo, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Por outro lado, a edição realizada no Rio de Janeiro, em 9 de março, ficou marcada por uma tragédia. O fã João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, morreu após ter sofrido uma descarga elétrica fatal ao encostar em um food truck no local, o Riocentro, em meio a um temporal.
Em maio, a Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu a prisão preventiva de nove pessoas devido ao óbito de Simões. A CBN teve acesso ao relatório completo do inquérito. Segundo o veículo, os envolvidos respondem pelo crime de homicídio doloso por dolo eventual — quando, ao agir de maneira imprudente, assumem o risco de causar a morte. Eles receberam o mandado para que não interfiram na investigação ou fujam.
Já outros quatro profissionais respondem por fraude processual. Ao todo, estão indiciados coordenadores e supervisores do evento, eletricistas, proprietários e gestores, engenheiros e técnicos do Riocentro, onde os shows aconteceram.
O documento apresenta as falhas graves na infraestrutura do festival, como os fios desencapados e cobertos pela água da chuva. Anteriormente, a delegada Eláine Rosa, titular da delegacia da Taquara e responsável pelas investigações, já havia declarado:
“O food truck não contribuiu para o resultado, na verdade. A perícia, inclusive, constatou que não estava havendo fuga de tensão no food truck. O problema foi detectado nas instalações do próprio Riocentro, que estavam em desacordo com as normas técnicas, com fios desencapados, submersos em água. Nós indiciamos quatro pessoas de organização do evento por não terem avisado as autoridades tempestivamente e por terem desfeito o local, o que poderia trazer muito prejuízo às conclusões do inquérito e as conclusões sobre o ocorrido.”
Roberta Ferreira, mãe da vítima, alegou também em maio que a produtora 30e, responsável pela I Wanna Be Tour, segue sem prestar qualquer suporte à família. Uma representante telefonou apenas uma vez, no dia do enterro, quando ainda não tinha condições emocionais de conversar, como contou à revista Piauí.
“Eles ligaram para dizer que entraram em contato, porque eu já havia reclamado que ninguém tinha dito nada para mim. Depois disso, nunca mais. Não deram nenhuma ajuda para o enterro, nunca tocaram no assunto. No dia da morte do João, mandei um e-mail pedindo esclarecimentos, e ninguém respondeu até hoje. Eles continuam fazendo shows como se nada tivesse acontecido. A força que me resta é tentar fazer justiça. É doloroso, mas não tenho outro caminho a não ser lutar pela memória do meu filho e para que esse tipo de tragédia não se repita.”
Simões chegou a ser socorrido. Outros fãs prestaram primeiros socorros até que a ambulância oferecesse os cuidados necessários.
Testemunhas afirmam que os médicos tentaram procedimento de reanimação cardiopulmonar. Funcionários da equipe médica o encaminharam ao Hospital Lourenço Jorge, na região. No entanto, ele não resistiu e faleceu.
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