Mustaine gosta mais dos álbuns do Megadeth nos anos 80 ou 90? Ele responde

Ao refletir sobre o assunto, músico afirmou que trabalhos da década de 1990 eram "muito mais melódicos" por causa do guitarrista Marty Friedman

Ao longo do tempo, o Megadeth passou por transformações significativas, tanto nas formações, quanto em seu estilo. Considerando as fases iniciais, a banda apostava na velocidade do thrash metal nos anos 1980, mas a partir da década seguinte uma mudança sonora foi percebida, sobretudo a partir do disco “Countdown to Extinction” (1992), com faixas mais melódicas e por vezes até orientadas ao hard rock.

Durante recente entrevista de Dave Mustaine para o site grego Rocking.gr, o assunto das diferenças mencionadas surgiu. Assim, quando perguntado a respeito da melhor época para o grupo entre as duas décadas, não demorou para que o líder respondesse: anos 80

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Primeiramente, antes de justificar a escolha, o vocalista e guitarrista refletiu sobre a posição de “Rust in Peace” (1990) na discografia do Megadeth. Apesar de ter saído na década de 1990, o álbum — tido por muitos como o melhor do grupo — apresenta mais semelhanças com os antecessores, sendo, portanto, difícil de encaixá-lo como “noventista”.

“Prefiro a parte dos anos 80. É meio difícil responder honestamente, porque ‘Rust in Peace’ saiu em 1990. Então, ele estaria no mesmo grupo de ‘Countdown to Extinction’ (1992) e ‘Youthanasia (1994)’ e todo resto, se analisarmos corretamente. O que estamos considerando aqui? ‘Rust in Peace’ se qualifica como um disco dos anos 90 ou como um disco dos anos 80? Anos 90, né?’.”

O repórter que conduzia a entrevista respondeu que, tecnicamente, o álbum que marcou as estreias do guitarrista Marty Friedman e do baterista Nick Menza está, sim, posicionado nos anos 1990. No entanto, a sonoridade está mais inclinada para os outros discos da década de 1980, em função das canções mais rápidas.

Anos 90 “agradando” Marty Friedman

Em seguida, Mustaine explicou que o caráter melódico dos álbuns da década de 1990 não necessariamente o agradavam. Na verdade, de acordo com o próprio, a banda seguiu tal caminho devido às preferências Marty Friedman, que permaneceu como integrante até 2000, participando de dois shows como convidado especial no ano passado. 

Dave relembrou:

“Acho que as coisas que lançamos entre 1990 e 2000 eram muito mais melódicas. Isso aconteceu durante um período em que eu estava me esforçando muito para agradar Marty Friedman, porque ele estava perdendo o interesse em tocar metal. Lembro que quando estávamos fazendo o disco ‘Risk’ (1999) acho, ele disse que precisávamos ser mais alternativos como Dishwalla, uma banda alternativa dos Estados Unidos. Então toquei o riff de ‘The Doctor is Calling’ de brincadeira e ele disse: ‘meu Deus, isso é ótimo’. E os produtores também. E acabamos gravando. Mas a questão era que muito dessa sonoridade veio de eu respeitar Marty e não querer perdê-lo como meu parceiro.”

Um dos motivos para a saída de Friedman envolveu, de fato, a sonoridade característica do Megadeth. Durante bate-papo publicado no site do guitarrista em 2003, o próprio confessou que considerava o trabalho da banda “muito antiquado”:

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“Achava a música muito antiquada e não representava mais o tipo de música que eu curtia. Gosto de continuar evoluindo, mas a banda era muito ‘old school’. Foi difícil sair porque os integrantes eram e ainda são como uma família, mas eu senti que estava mentindo para os fãs.”

Megadeth atualmente

Após uma turnê pela América do Sul — que passou pelo Brasil com uma data em São Paulo —, o Megadeth já começa a se preparar para compor um novo álbum de estúdio. Ao menos é o que indica Dave Mustaine.

Também em entrevista ao Rocking.gr, o líder do grupo contou ter pedido para seus colegas — o guitarrista Teemu Mäntysaari, o baixista James LoMenzo e o baterista Dirk Verbeuren — enviem ideias de músicas. O sucessor de “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022) começará a ser trabalhado mesmo com uma mudança recente na formação: a chegada de Mäntysaari para a vaga deixada pelo brasileiro Kiko Loureiro, no fim do ano passado.

“Eu estava ansioso para começar a fazer novas músicas já quando saí do estúdio pela última vez em 2022. Tínhamos músicas que não estavam finalizadas, mas precisávamos nos preparar para o lançamento do disco e voltar às turnês. Acabei de conversar com o pessoal sobre como nos preparar para começar a enviar ideias para o que faremos a seguir.”

Ainda durante o bate-papo, Dave revelou não ter planos para celebrar os 40 anos de Megadeth ou de seu álbum de estreia, “Killing is My Busines… and Business is Good!” (1985), com turnês especiais ou iniciativas diferentes. Porém, trata-se de um marco que faz o músico ao menos considerar uma comemoração.

“Não pensei nisso. Estou sempre procurando um motivo para me divertir, então é uma ótima ideia fazer uma festa para isso. […] Eu adoraria fazer um álbum de aniversário e uma turnê para promover esses discos todos. Mas agora estamos concluindo uma turnê mundial e nos preparando para voltar para casa, quando começaremos a trabalhar em novas músicas.”

Em outra entrevista, ao Poisoned Rock (via Blabbermouth), Teemu Mäntysaari confirmou que o Megadeth já começa a discutir a criação de novas músicas. Ele disse:

“No momento, estamos trabalhando para incluir algumas músicas novas ao setlist, como músicas antigas que a banda não toca há muito tempo, ou mesmo algumas que eles nunca tocavam antes. Também estou fazendo algumas ligações diárias com Dave Mustaine para passar essas músicas. Quando estivermos juntos na turnê (pela Europa, em junho), acho que vamos começar a conversar sobre algumas ideias de riffs e juntar algumas ideias. Vamos ver o que acontece.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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