Em setembro do ano passado, Mingau, baixista do Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça durante atentado em Paraty (RJ). Diante do ocorrido, o músico ficou quatro meses internado na UTI, passou por duas cirurgias e, em janeiro, seguiu para uma clínica de reabilitação motora e funcional.
Contudo, no início de fevereiro, o artista voltou a ser internado no Hospital São Luiz, na zona sul de São Paulo. Conforme boletim médico, ele deu entrada no local com “um quadro infeccioso pulmonar associado a alteração de hábito intestinal”. Desde então, não saíram mais notícias.
Recentemente, Roger Moreira deu novos detalhes sobre o estado de saúde do colega de banda. Durante participação no podcast Ticaracaticast, conforme transcrição do Whiplash, o vocalista e guitarrista explicou que a situação de Mingau continua delicada, já que ele não consegue se mexer ou se comunicar, além do complicado problema no pulmão.
Ele declarou:
“A última vez que eu vi o Mingau ele estava com infecção e foi para o hospital. Ele está parado. Embora ele esteja numa clínica de reabilitação, na maior parte do tempo ele está parado. Ele mexe o pescoço, segue com o olho, mas não fala. Ele está com traqueostomia [abertura frontal na traqueia com inserção de cânula] e não dá para ele falar porque escapa ar [pelo pescoço]. Tem outra peça que tampa o local e daí ele poderia falar, só que isso tem dado infecção no pulmão e está difícil de sarar. Acho que por ele não se mexer muito, acabou dando infecção e ele está no hospital.”
Diante disso, Roger afirma que não sabe se Mingau compreende o que é dito para ele. As reações do baixista são variadas.
“A gente não sabe realmente se ele entende. Tem momentos que você fala: ‘ah, ele está entendendo!’. Você fala que vai embora e ele chora, e também quando vê vídeos dele tocando. A gente não sabe realmente se ele entende, ou se ele entende o tempo inteiro, se não entende nada, se não sabe o que está acontecendo, porque por enquanto ele não fala e não dá nenhum sinal com certeza mesmo.”
Nova cirurgia
Primeiramente, na tarde seguinte à tragédia, Mingau foi submetido a uma cirurgia intracraniana de emergência, que durou cerca de três horas e meia. Depois, passou por um novo procedimento de craniectomia descompressiva, “com a finalidade de auxiliar no controle da pressão intracraniana”. Também precisou de uma traqueostomia — abertura frontal na traqueia com inserção de cânula.
No futuro, ainda realizará uma nova cirurgia, visando a implantação de uma prótese craniana para restauração do local. Isabella Aglio, filha do músico, contou ao programa The Noite:
“A primeira [cirurgia] foi para fazer a limpeza, porque, com o tiro, sai massa encefálica e queima. A segunda foi feita porque meu pai precisava diminuir a pressão intracraniana. Ele está sem um pedaço da calota no crânio para não inchar tanto, porque senão o cérebro morre. [A terceira] vai ser daqui a uns meses para colocar uma prótese e proteger o cérebro dele.”
O atentado
Mingau sofreu um atentado na noite do dia 2 de setembro, quando estava com um amigo em Paraty, Rio de Janeiro. O carro do músico foi alvejado por tiros, perdendo o controle e batendo em uma residência.
Em entrevista coletiva, foi revelado que o tiro que acertou o artista atingiu o lado esquerdo da cabeça, atravessou o cérebro e saiu do corpo. A área é responsável por coordenações motoras, além de fala e visão. A equipe médica não quis fazer prognósticos a longo prazo em relação ao efeito do ferimento.
Sobre Mingau
Após passagens por Ratos de Porão, Inocentes e Olho Seco, Mingau entrou no Ultraje a Rigor em 1999, na vaga deixada por Serginho. Com as saídas em 2002 de Flávio e Heraldo, passou a ser o membro mais antigo da banda, com exceção de seu líder e fundador Roger Moreira. Hoje o grupo ainda conta com Marcos Kleine (guitarra, desde 2009) e Bacalhau (bateria, desde 2002).
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Muito triste… Me encontrei com ele algumas vezes, cara super gente boa. Que ele fique bem!