A opinião de Jairo Guedz sobre o fim do Sepultura

Guitarrista dos primeiros trabalhos considera decisão precipitada, mas respeita a iniciativa dos amigos

Presente nas gravações do EP “Bestial Devastation” (1985) e do álbum “Morbid Visions” (1986), o guitarrista Jairo Guedz é figura fundamental na história do Sepultura. Assim, não haveria como o músico não ser afetado pela notícia de que a banda encerrará atividades após a próxima turnê.

­

- Advertisement -

Em entrevista a Gustavo Maiato, publicada no Whiplash, o atual integrante do The Troops of Doom teceu suas impressões sobre a decisão dos amigos. Garantiu divergir, mas ao mesmo tempo respeitar.­­­­

Ele disse:

“Foi um misto de sentimentos. Respeito muito o Andreas e as escolhas da banda, mas ao mesmo tempo achei um pouco cedo pra essa decisão. Gostaria que o Sepultura fizesse muita coisa ainda… Algumas bandas a gente pensa que são eternas, que nunca vão acabar…vou sentir falta dos caras na ativa…”

Jairo também garante estar disposto a subir ao palco com o grupo novamente, como fez em momentos posteriores à sua saída.

“Se me convidarem, ou seja, se for do interesse deles também, claro! Seria um prazer. Basta a banda querer e eu estar por aqui na mesma data.”

A despedida do Sepultura

Após 40 anos de estrada, o Sepultura encerrará as atividades. No próximo mês de março, a banda inicia a “Celebrating Life Through Death”, que deve durar cerca de um ano e meio. Um álbum ao vivo, gravado em 40 cidades diferentes, também está nos planos.

O giro inicial se estende até abril. A partir de setembro, há mais datas no Brasil antes de seguir para a Europa, onde o grupo deve permanecer até o fim de novembro. Mais datas ainda serão anunciadas. A previsão é que a excursão dure em torno de um ano e meio.

Leia também:  Quando Matt Cameron recebeu notificação extrajudicial do Kiss na adolescência

Ao anunciar o encerramento de suas atividades após uma turnê de despedida, o grupo declarou em comunicado:

“O Sepultura vai parar. Vai morrer. Uma morte consciente e planejada.

Nos próximos 18 meses, vamos celebrar 40 anos junto aos nossos fãs em uma tour de despedida que vai passar por todo o planeta. Celebrar acima de tudo o presente, o hoje. Um momento muito especial na nossa rica e vitoriosa carreira.

Depois de 40 anos de altos e baixos, 80 países visitados de diferentes culturas, de diferentes visões políticas e religiosas, levando as cores e ritmos brasileiros para o mundo, mostrando um Brasil mais realista e menos caricato, mais pesado e agressivo.

Depois de lançar o ‘Quadra’, um dos melhores álbuns da nossa história. Sobreviver a uma indesejável e insana Pandemia através da ‘SepulQuarta’, uma experiência maravilhosa que virou um álbum e que nos manteve unidos e fortes seguindo em frente. Depois de mudanças e aprendizados, nós vamos parar.

A tour de 40 anos está sendo gravada e vai virar um disco ao vivo de 40 músicas registradas em 40 cidades diferentes num momento em que estamos com a mais elevada energia no palco. União e conexão total.

Estamos felizes e muito agradecidos com tudo que aconteceu na nossa história, fizemos grandes álbuns e shows, cultivamos amizades, conhecemos nossos ídolos, ajudamos a colocar o metal brasileiro no mapa mundial e, agora, deixamos a cena com o sentimento de dever cumprido.

Temos os melhores fãs do mundo, que nos apoiam com elogios e críticas, que são exigentes e inteligentes, que evoluem junto com a banda, são sempre leais e amam verdadeiramente o Sepultura. Sem vocês nada disso seria possível. Este álbum e esta tour são para a SepulNation, nós amamos vocês!

Eutanásia, o direito a morte digna. Direito de escolha de ser livre quando se nasce e quando se morre!”

Novo álbum do The Troops of Doom

No final de 2023, o The Troops of Doom anunciou estar trabalhando em seu próximo disco, que se chamará “A Mass To The Grotesque”. As gravações acontecem desde o mês passado no estúdio Audio Porto, em Porto Alegre.

Leia também:  A banda que fez Kirk Hammett se apaixonar por heavy metal

O produtor será o multi-instrumentista e compositor André Moraes. Ele trabalhou com o Sepultura na trilha do filme “Lisbela e o Prisioneiro” (2003), além do disco “Dante XXI” (2006), último a contar com Iggor Cavalera na bateria. A distribuição internacional acontecerá através do selo Alma Mater Records, de Fernando Ribeiro, vocalista do Moonspell.

Além de Jairo, a formação conta com o baterista Alexandre Oliveira, o guitarrista Marcelo Vasco e o baixista e vocalista Alex Kafer. O grupo é atração confirmada no Summer Breeze Brasil 2024, que acontece nos dias 26, 27 e 28 de abril no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasA opinião de Jairo Guedz sobre o fim do Sepultura
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades