Por que tocar AC/DC na guitarra não é fácil, segundo Nuno Bettencourt

Banda dos irmãos Young aposta em linhas instrumentais mais diretas, mas integrante do Extreme vê desafios ao reproduzi-las

O AC/DC tem fama de ser uma das bandas mais diretas do rock, apostando em linhas instrumentais mais simples. Para Nuno Bettencourt, contudo, isso não significa nem de longe que as canções da banda sejam fáceis de se tocar, especialmente em seu instrumento.

Em entrevista de 2021 ao podcast The French Connection (transcrição via Ultimate Guitar), o guitarrista do Extreme refletiu sobre a identidade que há na sonoridade do grupo formado na Austrália. Muitos músicos acreditam que não seja difícil tocar as linhas de guitarra dos irmãos Angus e Malcolm Young, mas geralmente estão enganados.

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Ele disse:

“Guitarristas costumavam rir ao tocar músicas do AC/DC. Bem, tente tocar a m*rda da introdução de uma música deles. Não importa se é ‘Back in Black’ ou qualquer outra. Nunca terá a mesma sensação passada por Angus ou Malcolm.”

Esse mesmo conceito se reproduz nos solos, segundo Nuno. Ele complementou:

“Tente tocar um dos solos. Veja como ele está fazendo. Você pode sentir a madeira da guitarra quando é ele tocando naquela SG. Não devemos ‘tocar’ solos, mas ‘sentir’ solos. Devemos sentir a música.”

AC/DC, Phil Rudd e Neil Peart

A mesma linha de pensamento foi compartilhada por Bettencourt em entrevista recente à rádio Q104.3 New York (via Rock Celebrities). A bateria de Phil Rudd foi citada como exemplo.

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“Eles tocam em arenas, os espaços são enormes. É o poder dentro dos espaços, o poder dentro disso, que impulsiona tudo. Phil Rudd não é Neil Peart (falecido e habilidoso baterista do Rush), mas Neil Peart provavelmente não conseguiria tocar daquele jeito que Phil Rudd toca.”

Aprendizado com o Alice in Chains

De volta à entrevista para o The French Connection, o músico citou uma experiência própria que ele teve quando o Extreme fez uma turnê com o Alice in Chains como banda de abertura. Naquela situação, o vocalista do Alice, Layne Staley, deu a Nuno Bettencourt uma amostra do que é esse sentimento associado à música.

“Lembro de ver o Alice in Chains pela primeira vez em uma passagem de som. Layne chegou e eles tocaram ‘Man in the Box’. Eu fiquei tipo: ‘uau, isso sim é uma passagem de som’. Chegou a hora do show e lá estava Layne, de olhos fechados, cantando. Gary (Cherone, vocalista do Extreme) era mais físico, da escola de Mick Jagger. Um fã me procurou depois do show e falou: ‘não entendo, esse cara (Layne) fica paradão ali’. Mas durante o show, eu não conseguia tirar os olhos daquele cara.”

Sobre Nuno Bettencourt

Nascido em Praia da Vitória, Portugal, Nuno Duarte Gil Mendes Bettencourt (Nuno Bettencourt) juntou-se ao Extreme em 1985, seguindo com o grupo por toda a sua carreira, participando das suas atividades no geral. Mais de 10 milhões de cópias foram vendidas em todo o planeta.

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No hiato da banda, entre 1996 e 2007, além do disco solo, participou do Mourning Widows, Population 1, DramaGods, The Satellite Party e Baby Animals, com sua ex-esposa Suze DeMarchi.

Ainda produziu e gravou com nomes como Dweezil Zappa, Steel Panther, Dan Reed Network, Robert Palmer e Nickelback. Também possui extensa lista de colaborações com artistas fora do âmbito do Rock, como Janet Jackson, Rihanna (com quem excursionou por alguns anos), Joe Jonas e Toni Braxton.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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