Sobre qual cidade é “Paradise City”, do Guns N’ Roses?

Recentemente, a canção do álbum “Appetite for Destruction” (1987) ultrapassou um bilhão de streams no Spotify

Nos últimos dias, “Paradise City” se tornou a terceira música do Guns N’ Roses a ultrapassar um bilhão de streams no Spotify. A canção acompanha outras duas que também fazem parte de “Appetite for Destruction” (1987), álbum de estreia da banda: “Welcome to the Jungle” e “Sweet Child O’ Mine”.

Mas ela fala sobre uma cidade real? Em sua biografia homônima de 2007 – em resgate do Loudwire –, o guitarrista Slash contou que a ideia nasceu no caminho para casa depois de um show que o grupo abriu para o Jetboy em San Francisco.

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O músico estava brincando com seu violão na van alugada e criou a melodia. O baixista Duff McKagan e o também guitarrista Izzy Stradlin se juntaram no desenvolvimento. O homem da cartola começou a cantarolar uma linha vocal e então Axl Rose deu à luz a frase: “leve-me para Paradise City”.

Slash revelou ter oferecido o prosseguimento “onde a grama é verde e as garotas são bonitas”. Acabou entrando para a versão final, ainda que ele mesmo tenha achado cafona.

Depois que Axl repetiu sua frase original, o guitarrista apresentou uma nova, que, é claro, não foi considerada: “onde as garotas são gordas e têm peitos grandes”.

A “Paradise City” existe?

Ainda segundo o Loudwire, não há registro de nenhum integrante do Guns N’ Roses dizendo que “Paradise City” foi inspirada em uma cidade específica. Axl Rose, que é de Lafayette, Indiana, disse à revista Hit Parader em uma entrevista de 1988:

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“Os versos são mais sobre estar em uma selva (‘jungle’). Já o refrão é como estar de volta ao Centro-Oeste americano ou em algum outro lugar do tipo.”

Guns N’ Roses e “Welcome to the Jungle”

A referência abstrata se difere da de “Welcome to the Jungle”. Em 2007, Rose revelou à Rolling Stone – em resgate do Far Out Magazine:

“A inspiração para ‘Welcome to the Jungle’ veio de um homem negro em Nova York que me disse: ‘You’re in the jungle! You gonna die!’.”

Na já citada Hit Parader, 19 anos antes, o frontman partiu para outra abordagem ao mencionar uma visita a Seattle.

“É uma cidade grande, mas, ao mesmo tempo, ainda é uma cidade pequena em comparação com LA e as coisas que você aprende por lá. Eu apenas escrevi o que aquele lugar parecia para mim. Parecia muito mais rural lá de cima. Se alguém vem à cidade e quer encontrar alguma coisa, pode achar o que quiser.”

Na mesma conversa, o ex-guitarrista Izzy Stradlin foi mais taxativo.

“É sobre as ruas de Hollywood, fiel à vida.”

Em 2015, Slash foi na mesma linha em fala à revista Classic Rock.

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“Era uma letra muito reveladora – apenas a honestidade absoluta dela. Se você morasse em Los Angeles e vivesse nas trincheiras, por assim dizer, poderia se identificar com isso.”

Sobre “Appetite for Destruction”

Primeiro álbum completo da carreira do Guns N’ Roses, “Appetite for Destruction” teve seu estouro comercial apenas um ano após o lançamento, com a popularização do single “Sweet Child O’ Mine”. Só então chegou ao topo do The Billboard 200.

Todas as músicas são creditadas aos cinco membro da banda, com colaborações de West Arkeen em “It’s So Easy” e Chris Weber em “Anything Goes”. A capa original foi censurada após algumas cadeias de lojas se recusarem a vender o trabalho. Ela acabou substituída.

Nomes como Paul Stanley (Kiss), Manny Charlton (Nazareth), Mutt Lange e Spencer Proffer foram cotados para a produção. Alguns até chegaram a gravar demos com a banda. Mas o posto acabou com Mike Clink.

“Appetite For Destruction” vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Ganhou disco de platina no Brasil – premiação rara para um álbum internacional no país.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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