Entrevista: 9 anos depois, The Lumineers quer compensar a ausência em shows no Brasil

Banda de folk/pop revela planos frustrados pela pandemia, reflete sobre longevidade e destaca temor inicial — não dela — por seu álbum mais sombrio

O The Lumineers ainda lembra de seus shows anteriores no Brasil e espera conseguir replicar a experiência. É o que diz o vocalista Wesley Schultz, em entrevista ao site, antes das apresentações da banda em São Paulo (05/11) e no Rio de Janeiro (07/11 — clique aqui para ingressos).

O grupo americano de indie folk/pop veio pela primeira vez ao Brasil em 2014, para dois shows, na esteira do sucesso gigantesco de seu disco homônimo de estreia — certificado platina em cinco países, inclusive com certificação tripla nos Estados Unidos e quíntupla no Canadá.

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Com o passar dos anos, existiram planos de retornar, mas Schultz revelou que um imprevisto atrapalhou tudo:

“A gente estava programado pra voltar antes da pandemia, mas aí as datas caíram por causa dela. Então a espera passou de seis ou sete anos para nove, mas é muito tempo de qualquer jeito.”

Segundo o músico, a visão do público tupiniquim reagindo às músicas naqueles shows – um no Popload Festival e outra data solo no Rio de Janeiro – marcou a memória deles e motivou o retorno:

“Acho que o choque cultural de ver plateias novas e como elas reagiam à música… lembro dos brasileiros se movendo em ondas, que nem um mar de gente. Faz tempo, mas essas memórias do começo de tudo, quando ainda éramos iniciantes.”

A longevidade do The Lumineers

Surgidos em meio ao folk revival que revelou Mumford & Sons e Of Monsters and Men, o The Lumineers desde então se provou capaz de resistir aos altos e baixos da indústria. A banda até hoje faz sucesso e todos os seus quatro álbuns alcançando o top 10 da Billboard nos EUA.

Ao discutir possíveis motivos para essa longevidade, Wesley Schultz — que lidera a formação junto do baterista Jeremiah Fraites — afirmou:

“Acho que parte é estar numa posição de azarão, ao menos por conta própria. Na minha cabeça, sempre me senti assim. Nunca achei que pra gente serviu tentar agradar o público, digamos. Servimos a nós mesmos, sabe, irmos atrás daquilo que nos dá arrepios, que nos faz chorar, pular pra cima e para baixo.”

Parte desse esforço culminou em decisões vistas como arriscadas, disse ele. O terceiro disco do grupo, “III” (2019), causou apreensão de certos executivos por causa do conteúdo mais sombrio. Schultz contou:

“Lembro que a reação da nossa gravadora e muitas pessoas foi tipo: ‘cara, isso é bem sombrio’. P#rra, como se estivessem decepcionados, sabe? E nós estávamos empolgados. Era como se tivéssemos feito algo importante pra nós. E com o passar do tempo, o álbum provou ter força junto ao público. É uma boa lição de que, se você seguir seu instinto, você vai se dar melhor que tentando agradar os outros.”

Durante o show em São Paulo, no último domingo (5), o grupo tocou um cover de “Walls (Circus)”, originalmente gravada por Tom Petty. Schultz já havia antecipado a possibilidade de colocarem a música nos sets brasileiros:

“Adoro aquela canção. Minha esposa caminhou até o altar no nosso casamento ao som dela. Tive a oportunidade de conhecer Tom Petty e contar isso pra ele. A reação dele foi super legal e gentil.”

*O The Lumineers se apresenta nesta terça-feira (7), no Vivo Rio, Rio de Janeiro. Clique aqui para ingressos.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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