O estopim para Fernanda Lira sair da Nervosa, segundo a própria

Vocalista e baixista anunciou sua saída em 2020, após nove anos na formação, e mergulhou no death metal com a Crypta

Muitos fãs ficaram surpresos quando Fernanda Lira anunciou sua saída da Nervosa em 2020. Na ocasião, a vocalista e baixista comunicou que estava deixando a banda ao lado da baterista Luana Dametto, junto de quem formou a Crypta.

Porém, a frontwoman apontou em entrevista à edição 378 da revista Metal Hammer (disponível para compra aqui) que já não mantinha uma amizade com a guitarrista e fundadora Prika Amaral a partir de determinado ponto. Ainda assim, optou por continuar no projeto.

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O estopim, segundo Fernanda, não teve a ver com qualquer briga ou discussão, mas sim com o resultado artístico das composições que sucederam seu último álbum com a Nervosa, “Downfall of Mankind” (2018). Ela não gostava das novas músicas que estavam sendo criadas, o que serviu como razão final para sua saída.

“Não éramos mais amigas, mas gostávamos tanto da banda que não sabíamos o que fazer. Quando começamos a compor um novo álbum da Nervosa [nota do editor: ao que tudo indica, após ‘Downfall of Mankind’], não gostávamos do que estávamos compondo. Esse foi o ponto de ruptura para mim. Não posso fingir a música que toco.”

Durante a mesma conversa com a Metal Hammer, Lira comentou a transição de gêneros entre Nervosa e Crypta. A primeira banda fazia um som orientado ao thrash metal, enquanto o segundo grupo aborda influências do death metal.

“Luana sempre foi uma baterista de death metal. Quando a Crypta começou, eu queria experimentar minhas outras habilidades de composição. Eu vinha compondo thrash metal por quase uma década – ainda estou me desafiando a cada novo álbum.”

Em entrevista de 2018 ao site IgorMiranda.com.br, Luana Dametto já discutia a inserção de suas influências death em “Downfall of Mankind”, que acabou sendo seu único álbum com a Nervosa. Na ocasião, a baterista lembrou que veio de uma banda do estilo, Apophizys, de Passo Fundo (RS).

“Creio que a banda já vinha evoluindo há muito tempo, mas claro que com o meu background tocando death metal e sendo fã de música extrema, isso possibilitou ainda mais uma mistura de death com thrash. Quando começamos a deixar algumas músicas mais extremas nos ensaios, todos gostaram. Blast beat sempre foi uma preferência nas minhas linhas de bateria e é claro que não iríamos deixar que colocar isso.”

Prika Amaral sobre saída de Fernanda Lira

Em entrevista de 2022 ao Ibagenscast, Prika Amaral comentou que já esperava Fernanda Lira saindo da Nervosa. Porém, imaginou que o processo de desligamento seria feito de forma mais lenta.

“Tudo aconteceu muito rápido e de maneira inesperada, sabe? Quando a Fernanda me comunicou que estava saindo da banda, era uma coisa que eu já esperava, mas só em um longo prazo, não exatamente naquele momento, muito menos na pandemia. Me vi numa situação de ter que resolver. Não parei para pensar em consequências. Tinha que trabalhar. Já comecei a procurar meninas novas. Sei que tudo funciona muito rápido hoje em dia e se você demora muito para fazer, perde o embalo.”

Nervosa e Crypta atualmente

A Nervosa se restabeleceu após uma série de mudanças na formação. “Jailbreak”, seu quinto álbum de estúdio e segundo desde as saídas de Fernanda Lira e Luana Dametto, sairá no próximo dia 29 de setembro. Será o primeiro a trazer Prika Amaral também nos vocais, além de marcar as estreias de Michaela Naydenova (bateria), Hel Pyre (baixo) e Helena Kotina (guitarra).

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Por sua vez, a Crypta lançou seu segundo disco de estúdio, “Shades of Sorrow”, no último dia 4 de agosto. Além de Lira e Dametto, a formação conta com as guitarristas Tainá Bergamaschi e Jéssica di Falchi. O quarteto abrirá as apresentações do Ghost no Brasil, ambas em São Paulo, nos dias 20 e 21 de setembro.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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