Os 10 discos que mudaram a vida de Eric Singer

Lista não se limita ao rock e ajuda a explicar a versatilidade do baterista do Kiss

Músico há mais tempo titular da bateria do Kiss, Eric Singer tocou com várias outras bandas e artistas na carreira. Seu currículo inclui colaborações com Lita Ford, Black Sabbath, Badlands, Alice Cooper, Gary Moore, Avantasia e Brian May, apenas para ficar em alguns.

Em artigo da Goldmine Magazine, o atual Catman foi convidado a listar os 10 álbuns que mudaram sua vida. O ranking mostra um instrumentista que não se limita ao estilo que o tornou mais conhecido. Eis as escolhas:

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Sly and the Family Stone – Stand: “No verão de 1969, me mudei e estava indo para a sexta série. Acabei em uma escola e bairro diferentes quando. Por alguma razão, todas as crianças eram mais descoladas, com músicas diferentes. Lembro de ouvir discos constantemente. Um desses foi ‘Stand’, do Sly and the Family Stone. Eu costumava sair com meus amigos e nós ouvíamos esse álbum. É apenas um daqueles que quando você escuta novamente, lembra onde estava. Eu olho para trás e penso em toda essa música legal que eu gostava naquela época, e nunca soube o motivo. Apenas havia algo especial nela.”

Humble Pie – Performance: Rockin’ the Fillmore: “Outro disco que eu gostava e que ouvia muito com as crianças daquele bairro era esse duplo ao vivo. Tinha um vizinho chamado Rich que morava a duas casas de distância. Costumávamos ir até lá enquanto seus pais estavam fora. Ele tinha um daqueles grandes sistemas de som em sua casa e nós o tocávamos no volume máximo que podíamos. Lembro-me disso porque meu pai era músico, ficava em casa durante o dia. Eu não era totalmente ciente de que os pais de outras pessoas tinham que trabalhar durante o dia. Esse disco sempre me lembra disso também.”

The Jimi Hendrix Experience – Electric Ladyland: “Eu gosto desse álbum porque ninguém tocava ou soava assim. Jimi Hendrix foi o que chamamos de divisor de águas. Fez as pessoas – especialmente os guitarristas – repensarem completamente como tocavam na época porque ninguém fazia o mesmo que ele. Até hoje é incrível. A produção, os efeitos, a panorâmica de onde a música flutua na sua cabeça, cara, era uma experiência e tanto. Quando você é criança, a música leva você a outro lugar, provavelmente porque as crianças têm uma imaginação tão vívida, e esse disco fez isso por mim. Lembro-me de deitar no chão com um bom par de fones de ouvido e me perder nele.”

Pink Floyd – The Dark Side of the Moon: “Como eu disse com Hendrix, ‘The Dark Side of the Moon’ do Pink Floyd fez o mesmo por mim. Honestamente, eu ainda ouço esse álbum o tempo todo. É outro que tem um som único e é uma experiência de audição envolvente. Foi outro divisor de águas. O Floyd já fazia todas essas coisas experimentais, mas ‘The Dark Side of the Moon’ os levou a outro nível. Aquele período dos anos 70 foi enorme para bandas de rock progressivo. Hoje em dia, tirando talvez uma banda como o Tool, você não vê muito disso. Mesmo que existam bandas progressivas por aí hoje, nenhuma está no nível de Yes, Genesis e Pink Floyd. Eles foram capazes de experimentar e ainda lotar os estádios, o que é uma loucura. Estou feliz por ter vivido esse tempo e experimentado da maneira que fiz, é algo que podemos não ver novamente.”

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The Jeff Beck Group – Rough and Ready: “Eu tenho que incluir Jeff Beck, sei que ele acabou de falecer, mas não é por causa disso. Eu amo esse álbum por um par de razões: 1) a forma de ele tocar guitarra é simplesmente fenomenal. 2) Cozy Powell gravou a bateria e se tornou uma grande influência para mim em um nível pessoal. Estava com esse disco na noite em que soube que Jeff faleceu e fiquei pensando: ‘Sim, lembro por que me senti atraído por esse álbum’. Eu também amei ‘Truth’ os com Rod Stewart, porque eu também sou um cantor. Aquele estilo de voz rouca de blues sempre me atraiu. Mas ‘Rough and Ready’ veio primeiro para mim quando se trata de Jeff Beck.”

Miles Davis – Kind of Blue: “Eu amo este álbum, mas quando se trata de jazz, eu realmente prefiro o be-bop do final dos anos 50 e início dos anos 60. Agora, veja bem, assim como temos todas essas categorias e subcategorias de gêneros, também sei que os músicos de jazz fazem a mesma coisa dentro do espectro do estilo. Mas ‘Kind of Blue’ foi enorme; vendeu mais de 5 milhões de discos, mesmo antes de Miles ter seu famoso quinteto. É um disco que você pode colocar a qualquer momento como música de fundo, se sentar, ouvir e curtir o que está acontecendo. Eu amo qualquer álbum dele. Miles Davis gerou a carreira de tantos grandes músicos, e você não percebe até voltar e ouvir muitas de suas obras. Outra coisa sobre ele é que sempre foi experimental e à frente da curva. Criou esses novos estilos de jazz enquanto eles se desenvolviam. É interessante olhar para todas as bandas que tiveram pessoas que tocaram com Miles nelas e como todas elas se tornaram grandes.”

Montrose – Montrose: “Eu tenho que incluir o primeiro álbum do Montrose porque, para mim, ele é ótimo do começo ao fim. Não há muitos discos sobre os quais você possa dizer isso. Mas aqui, cada música é verdadeiramente notável. Eu o amo porque sempre fui atraído por músicas mais pesadas. Não no sentido de death ou speed metal de hoje. Isso não é para mim. Estou mostrando minha idade, mas não foi isso que me influenciou. Quando estava crescendo, pesado significava bandas como Sabbath, Zeppelin e, claro, Montrose.”

Billy Cobham – Spectrum: “Este saiu em 1973 e tinha Tommy Bolin na guitarra. Acho que foi a primeira vez que um músico de jazz conseguiu um guitarrista de rock de verdade para tocar em um trabalho de fusion. E como baterista, considero Billy Cobham uma força a ser reconhecida. Mas Tommy Bolin? Ele era ótimo. Jeff Beck deve ter ouvido e gostado, por isso acabou indo na mesma direção. Isso claramente o influenciou. Quando vi Jeff ao vivo uns sete anos atrás ele tocou uma ou duas músicas do ‘Spectrum’.”

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The Beatles – The Beatles (White Album): “Todos os álbuns dos Beatles são ótimos, mas se eu tiver que escolher um, sempre vou ficar com o Álbum Branco. É duplo e há muitas músicas incríveis nele. Também tem muita coisa maluca e eclética, e foi disso que eu gostei. Os Beatles mostraram muitas facetas do que eles eram. E não se esqueça, eles gravaram apenas de 1962 a 70, foram apenas 8 anos. Ainda fico maravilhado com o que conseguiram fazer em tão pouco tempo. Foram verdadeiros game changers. Quando você tem Elvis Presley e Frank Sinatra cantando suas músicas, isso diz muito para mim. Eu estava na quinta série quando saiu e me lembro de ouvir que Charles Manson supostamente a ouvia antes dos assassinatos e a música estaria ligada a isso. Eu não sei sobre tudo isso, mas a mente humana pode fazer as pessoas pensarem um monte de coisas malucas, eu acho.”

Led Zeppelin – “Led Zeppelin III”: “Só posso incluir mais um e tem que ter o Led Zeppelin. Eu amo o II e o primeiro é o meu favorito, mas vou incluir o III aqui. E por um motivo pessoal: meu irmão mais velho me levou para uma festa do colégio na sétima série e tocaram esse disco. Cresci em Cleveland e muitas casas do meio-oeste naquela época tinham porões acabados que eram transformados em quartos ou salas de recreação. Na maioria das vezes, colocavam painéis, um bar e todas essas coisas.

Nunca vou esquecer essa festa porque foi quando percebi pela primeira vez a relação entre rock e sexo. Lembro que ‘Immigrant Song’ estava rolando no toca-discos. Havia um pequeno bar no porão, e perto desse bar, uma garota estava sentada em uma banqueta com dois caras de cada lado dela. Um cara a estava beijando e o outro a apalpando enquanto a música tocava. Quando isso aconteceu, por algum motivo, tudo fez sentido para mim. Eu fico tipo, ‘OK, Led Zeppelin é sinônimo de sexo’. Nunca vou esquecer aquele momento porque ver esse tipo de coisa quando criança me deixou para sempre associando ‘Immigrant Song’ com sexo [Risos].”

Singer ainda fez um acréscimo:

“Por último, tenho que fazer uma menção honrosa a “Who’s Next”. É tão difícil escolher apenas 10 álbuns, sempre quero escolher 30 ou 40 porque todos eles me influenciaram de alguma forma. Mas aquele álbum do The Who é um monstro e outro disco perfeito.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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