Por que Ed O’Brien passou a usar amplificadores menores ao vivo

Músico diz ser complicado usar caixas enormes em volume alto numa banda com outros dois guitarristas: "o Radiohead não é rock"

Distorção é uma parte essencial do rock e Ed O’Brien, guitarrista do Radiohead, parece ter adotado uma receita conhecida por vários músicos ao longo da história do rock.

Em um vídeo do canal TheGigRig (com transcrição própria), no qual monta seu pedalboard novo com o técnico Daniel Steinhardt, O’Brien falou sobre sua epifania:

“Depois de 35 anos na indústria, eu comecei a usar amplificadores menores e deixo eles criarem a distorção. Demorei um pouquinho para aprender isso. O que eu tinha antes eram amplificadores grandes e nunca dava pra chegar no ponto que começava a distorcer.”

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Quando questionado por Steinhardt se seu status como estrela do rock não o permitia botar seus amplificadores no talo, O’Brien explicou:

“Na última turnê, eu tinha um amplificador Fender Vibroking e o [Vox] AC30 que o seu amigo modificou. O AC30 levava os efeitos wet e o Vibroking cuidava do som seco. Agora, se estou certo, o Vibroking tem uma caixa 3×10 [três altos falantes de 10”]. Esse amplificador só começa a ficar interessante mesmo com o volume entre 3 e 4, o que é alto pra caramba. Você pensaria que naquele palco daria pra fazer isso, mas o técnico de som, Jim, veio falar comigo pra abaixar, porque dava pra ouvir o amplificador sem microfone do meio da arena.”

Ed O’Brien, U2 e Radiohead

Ed O’Brien continuou, dando um exemplo de onde funciona esse tipo de coisa:

Leia também:  Três famosas revistas sobre guitarra anunciam fim das atividades

“Eu lembro de assistir um show do U2 na lateral do palco há anos, devia ser 1997. E o que dava pra notar daquela posição era o quão alto era o volume da banda. Edge tem os AC30s dele no talo, mas é porque o Larry [Mullen Jr.], o baterista, toca num volume enorme, assim como Adam [Clayton] no baixo. É que nem o The Who. Dá pra fazer esse tipo de coisa com um quarteto.”

Finalmente, ele falou como o Radiohead é diferente:

“Apesar do que muita gente acha, o Radiohead não é rock. [risos] Nós tivemos nossos momentos roqueiros, eles tendiam a ser quando éramos jovens. Mas a música tem mais nuance, particularmente quando se tem cinco músicos, e Thom [Yorke], Jonny [Greenwood] e eu estamos ocupando as frequências médias e agudas, não dá pra ser alto demais. E a gente nunca foi tão alto assim no palco.”

Inicialmente, O’Brien contou que começou a usar dois Big Choppers, da Audio Kitchen, em seu equipamento ao vivo, mas os amplificadores se provaram – ironicamente – potentes demais para o estúdio. Para gravações, ele começou a adorar um Vox AC15 e um Fender Deluxe Reverb.

Confira abaixo a entrevista completa e a montagem do pedalboard de Ed O’Brien.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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“Depois de 35 anos na indústria, eu comecei a usar amplificadores menores e deixo eles criarem a distorção. Demorei um pouquinho para aprender isso. O que eu tinha antes eram amplificadores grandes e nunca dava pra chegar no ponto que começava a distorcer.”

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Quando questionado por Steinhardt se seu status como estrela do rock não o permitia botar seus amplificadores no talo, O’Brien explicou:

“Na última turnê, eu tinha um amplificador Fender Vibroking e o [Vox] AC30 que o seu amigo modificou. O AC30 levava os efeitos wet e o Vibroking cuidava do som seco. Agora, se estou certo, o Vibroking tem uma caixa 3×10 [três altos falantes de 10”]. Esse amplificador só começa a ficar interessante mesmo com o volume entre 3 e 4, o que é alto pra caramba. Você pensaria que naquele palco daria pra fazer isso, mas o técnico de som, Jim, veio falar comigo pra abaixar, porque dava pra ouvir o amplificador sem microfone do meio da arena.”

Ed O’Brien, U2 e Radiohead

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“Eu lembro de assistir um show do U2 na lateral do palco há anos, devia ser 1997. E o que dava pra notar daquela posição era o quão alto era o volume da banda. Edge tem os AC30s dele no talo, mas é porque o Larry [Mullen Jr.], o baterista, toca num volume enorme, assim como Adam [Clayton] no baixo. É que nem o The Who. Dá pra fazer esse tipo de coisa com um quarteto.”

Finalmente, ele falou como o Radiohead é diferente:

“Apesar do que muita gente acha, o Radiohead não é rock. [risos] Nós tivemos nossos momentos roqueiros, eles tendiam a ser quando éramos jovens. Mas a música tem mais nuance, particularmente quando se tem cinco músicos, e Thom [Yorke], Jonny [Greenwood] e eu estamos ocupando as frequências médias e agudas, não dá pra ser alto demais. E a gente nunca foi tão alto assim no palco.”

Inicialmente, O’Brien contou que começou a usar dois Big Choppers, da Audio Kitchen, em seu equipamento ao vivo, mas os amplificadores se provaram – ironicamente – potentes demais para o estúdio. Para gravações, ele começou a adorar um Vox AC15 e um Fender Deluxe Reverb.

Confira abaixo a entrevista completa e a montagem do pedalboard de Ed O’Brien.

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