Monsters of Rock 2023 reúne Kiss em despedida, Scorpions, Deep Purple e mais

Marcado por pontualidade e poderio de seu lineup completo por Helloween, Candlemass, Symphony X e Doro, festival volta a acontecer no Brasil após 8 anos de hiato

Uma diversão chamada Helloween

*Por Igor Miranda

Não há experiência mais divertida no heavy metal atual como um todo do que assistir a um show do Helloween. O clima é muito bom entre os guardiões das sete chaves, desde 2016 como um parrudo septeto em função das voltas de Michael Kiske (voz) e Kai Hansen (guitarra e voz). Isso é transmitido ao público de forma natural.

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Nem mesmo um problema com a cortina, que deveria cair no primeiro segundo da música de abertura, “Dr. Stein”, deixou mal-humorado o grupo completo por Andi Deris (voz), Michael Weikath (guitarra), Sascha Gerstner (guitarra), Markus Grosskopf (baixo) e Dani Löble (bateria). Levou um minuto até que o tecido fosse removido, mas a canção rolou normalmente, com os integrantes ocupando as beiradas do palco que não estavam tampadas. Com o Helloween, até um contratempo vira diversão.

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Foi deles o primeiro show que realmente arrancou reações mais entusiasmadas do público de forma mais geral. “Eagle Fly Free”, tocada na esteira de “Dr. Stein”, foi cantada por vários presentes junto de Kiske, que continua um gigantesco vocalista – talvez até melhor do que na juventude, onde vez ou outra batia na trave em alguma nota mais aguda. “Power”, com Deris, também fez a galera vibrar e entoar o fraseado de guitarra na base do “ôôô”.

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Devido ao tempo reduzido de show (55 minutos), o medley de “Walls of Jericho” (1985) com Kai Hansen no vocal foi reduzido a apenas “Ride the Sky” e “Heavy Metal (Is the Law)”, o que foi um acerto. Apesar disso, emplacar duas baladas em sequência – “Forever and One (Neverland)” e “If I Could Fly” – esfriou um pouco o público. A primeira foi bem-vinda, especialmente pelos entrosados vocais combinados de Michael Kiske e Andi Deris; a segunda, nem tanto.

“Best Time”, representante solitária do recente álbum homônimo de 2021, também foi a única a trazer vocais de Kiske, Deris e Hansen – ainda que este último mais fale do que cante por aqui. O encerramento em alto nível com “Future World” e “I Want Out” reforçou o caráter celebrativo da reunião do Helloween. Na última, a vibe era tão festiva que foram atirados ao público diversos balões alaranjados, ilustrados com a abóbora do clássico logo. O público até pediu mais, porém, Kiske apontou para o pulso indicando que o tempo havia acabado.

Ao mergulhar na história da banda alemã, fica fácil entender por que eles não se tornaram verdadeiros gigantes do rock em modo geral. Havia potencial para isso, mas os primeiros 15 anos de carreira foram marcados por conflitos internos que renderam discos fracos nos momentos errados e complicadas mudanças de formação.

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Mas é realmente preciso pesquisar para compreender isso. Quem assiste a uma apresentação do Helloween hoje sem ser exposto à sua história não vai conseguir sacar por que uma banda tão boa, com um show incrível – o melhor do dia ao lado do Kiss, na opinião deste escriba –, não se tornou um grupo de estádios. Conferi-los ao vivo é uma experiência pra lá de recomendada.

*Fotos de Gustavo Diakov / @xchicanox. Role para o lado para visualizar todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Repertório – Helloween:

  1. Dr. Stein
  2. Eagle Fly Free
  3. Power
  4. Medley de Kai Hansen: Ride the Sky + Heavy Metal (Is the Law)
  5. Forever and One (Neverland)
  6. If I Could Fly
  7. Solo de guitarra Best Time
  8. Future World
  9. I Want Out

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

3 COMENTÁRIOS

  1. Fui ontem ver o Deep Purple aqui em Curitiba.
    Na minha opinião o comentário ao qual vc escreve que foi um show fraco, palha, pueril (fui atrás do significado) , ou é de maldade, ou não curte, ou não viu.
    DEEP PURPLE É SELO DE GARANTIA!!!
    É LENDA!! É QUALIDADE!!!
    … ficar comparando com esse ou aquele é coisa de menininha ingrata, insatisfeita …de piazinho de prédio q nunca vai na rua jogar bola pois tem medo
    RESPEITA AS COISA DO ROCK … poser
    caso n tenha sido vc quem escreveu .. azar

    • Fabio, em nenhum momento qualquer pessoa neste site disse que o Deep Purple fez um show “fraco”, “palha” ou “pueril”. Nem eu, nem qualquer outro colaborador. Recomendo releitura atenta dos textos antes de publicar comentários.

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