Carmine Appice recebeu notificação extrajudicial do Mötley Crüe após declarações

Baterista contou em diferentes ocasiões que Mick Mars não estava satisfeito no Crüe; tais alegações irritaram o baixista Nikki Sixx

A troca de farpas e indiretas entre Carmine Appice e o Mötley Crüe ganhou um novo capítulo. Recentemente, o baterista do Cactus e Vanilla Fudge recebeu uma notificação extrajudicial após suas polêmicas declarações sobre a saída do guitarrista e amigo Mick Mars da banda em questão.

A polêmica envolvendo Carmine Appice

Mick Mars deixou o Mötley Crüe em outubro de 2022. Na época, um comunicado explicou que o músico encerrou suas atividades com o grupo devido ao avanço da espondilite anquilosante – doença degenerativa que afeta sua coluna desde o fim da adolescência.

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Não demorou para que Appice contestasse essa justificativa. Primeiro, ele afirmou que o guitarrista saiu por estar “de saco cheio” do ritmo de shows. Depois, disse que Mars se sentia infeliz por tudo nas apresentações da “The Stadium Tour” ser pré-gravado e pelo luxo excessivo dos antigos colegas enquanto excursionavam pela América do Norte.

As alegações incomodaram Nikki Sixx. Sem citar nomes, o baixista disse no Twitter que um “baterista fracassado” tenta falar pela banda e que “mídia de baixo escalão” se aproveita disso.

Appice não deixou o fato passar em branco. Também por meio de um tweet, usou o adjetivo “fracassado” sarcasticamente, destacou o próprio talento e alegou que “pelo menos” consegue tocar bem o seu instrumento – deixando nas entrelinhas que não pensa o mesmo do baixista do Crüe.

A notificação extrajudicial do Mötley Crüe

Agora, toda essa briga não está mais restrita às entrevistas e às redes sociais. Conversando com a revista Goldmine, Carmine Appice, primeiramente, destacou que o fato de Mick Mars estar processando o Mötley Crüe – sobretudo por questões financeiras – mostra como ele sempre esteve certo.

“É tudo muito triste, mas justifica a minha história, que eu nunca pensei que tomaria proporções grandes na internet. A resposta que recebi por causa disso foi incrível, mas a resposta dele [Nikki Sixx], que me chamou de ‘baterista fracassado’, foi muito louca e bastante dolorosa. Mas muitas pessoas me apoiaram, isso é bom.”

O baterista não quis entrar em detalhes da treta envolvendo Sixx. Ele contou que recebeu uma notificação extrajudicial dos advogados do Mötley Crüe e que, por isso, precisa ser cauteloso com suas falas públicas a respeito da banda.

“Recebi uma notificação extrajudicial de todos esses advogados que trabalham para o Mötley Crüe, então não posso entrar em muitos detalhes. Eu tenho que ter cuidado com o que eu digo, mas não estamos realmente falando sobre detalhes e sim sobre o que aconteceu.”

Ainda assim, revelou ter ficado surpreso com a resposta do baixista nas redes sociais, considerando a relação próxima entre os dois. Depois de tais acontecimentos, ele até tentou entrar em contato com o integrante do Crüe, mas não obteve resposta .

“Eu não achava que ele reagiria assim. Foi realmente uma coisa surpreendente porque éramos amigos. E depois disso, desafiei Nikki Sixx para fazermos uma jam, mas ele não me respondeu. O que ele disse foi triste porque éramos amigos, mas acho que não somos mais.

Recebi mensagens de Derek Sherinian dizendo: ‘Cara, o que há de errado com Nikki?’ e Stephen Pearcy aparentemente disse a Nikki: ‘Cara, o que você está fazendo? Somos todos amigos’. E então eu comecei a ver vários outros músicos dizendo que eles não gostam de Nikki.”

Mick Mars vs. Mötley Crüe

Mick Mars está processando o Mötley Crüe. O guitarrista acusa os antigos colegas de tê-lo excluído completamente do grupo e roubado uma parte de seus lucros.

Em parte de sua argumentação, também alega que o baixista Nikki Sixx praticava “gaslighting” (forma de abuso psicológico na qual informações são distorcidas, seletivamente omitidas ou inventadas para fazer a vítima duvidar de si) contra ele, especificamente no que diz respeito à sua habilidade na guitarra.

A banda postou um comunicado onde se defendeu das alegações feitas. Diz a nota:

“O processo de Mick é lamentável e completamente fora de base. Em 2008, Mick votou e assinou um acordo no qual ele e todos os outros membros da banda concordaram que ’em nenhum caso qualquer acionista renunciante terá direito a receber qualquer dinheiro atribuível a apresentações ao vivo (ou seja, turnês)’. Após a última excursão, Mick renunciou publicamente ao Mötley Crüe. Apesar do fato de que a banda não devia nada a Mick – enquanto ele devia à banda milhões em adiantamentos que não pagou – foi oferecido um generoso pacote de compensações para honrar sua história. Manipulado por seu empresário e advogado, Mick se recusou e optou por entrar com esse terrível processo público.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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