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O cover do U2 que fez grande sucesso com o Sepultura

Mudando de gravadora, banda apostou em EP de covers; versão para clássico dos irlandeses obteve bastante popularidade

Insatisfeito com a falta de promoção do álbum “Nation” (2001), segundo com Derrick Green nos vocais, o Sepultura rompeu com a Roadrunner. Desde a separação da formação clássica, a gravadora não fez muita questão de esconder a preferência por Max Cavalera e o seu Soulfly. No começo, o quarteto tentou seguir adiante, mas logo ficou claro que a situação não poderia continuar como estava.

Para completar a situação conturbada, ainda foi lançado o ao vivo “Under a Pale Grey Sky” (2002), com a última apresentação da turnê de “Roots” (1996). O trabalho foi disponibilizado contra a vontade do grupo, mas nada poderia ser feito de forma prática para impedir que ele saísse.

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O melhor era seguir em frente, o que fizeram ao assinar com a SPV, selo alemão independente especializado em metal e distribuído à época pela Universal. Na prática, em termos estruturais significava um passo atrás, já que a Roadrunner era a grande gigante no segmento. Porém, era uma solução que garantiria à banda um controle maior sobre seus passos.

Sepultura e “Revolusongs”

O primeiro fruto da nova empreitada foi o EP “Revolusongs”, composto apenas por covers. Era uma maneira de fazer uma apresentação rápida à nova realidade, enquanto o novo disco de inéditas ainda era preparado.

A proposta era reunir músicas de artistas que influenciaram os membros do grupo mescladas a escolhas que podem ser classificadas como inesperadas. Assim, enquanto Hellhammer e Exodus – além de um tributo ao Metallica escondido no final – estavam de um lado, do outro vinham Massive Attack, Public Enemy, Devo, Jane’s Addiction e U2.

O momento de destaque viria justamente da banda irlandesa. A versão para “Bullet the Blue Sky” se tornou um sucesso, especialmente no Brasil, onde o Sepultura centrava suas ações naquele período.

Com letra escrita pelo vocalista Bono e presente no álbum “The Joshua Tree” (1987), a música é uma das mais pesadas da carreira dos irlandeses. Liricamente, também possui um conteúdo bastante carregado, mesmo para os padrões já naturalmente engajados de seus autores.

De acordo com artigo do site U2BR:

“A canção foi inspirada pela visita de Bono a El Salvador com a Anistia Internacional em 1985, em meio a Guerra Civil Salvadorenha. O cantor não estava apenas perturbado pela violência que ele estava presenciando, mas também pelo fato de os EUA estar ajudando e financiando um dos lados do ataque ao comunismo.”

A versão de “Bullet the Blue Sky”

O resultado da gravação do Sepultura ficou tão interessante que “Bullet the Blue Sky” acabou escolhida como faixa promocional do trabalho. O videoclipe promovendo o single foi filmado em São Paulo e contou com o vocalista Derrick Green relembrando seus tempos de ator.

A peça foi tão bem recebida que liderou a lista de indicações do Video Music Brasil (VMB) 2003, tradicional premiação da MTV. Foram 5 nominações: melhor fotografia, melhor edição, melhor direção de arte, melhor videoclipe de rock e melhor videoclipe segundo a audiência. A vitória veio apenas na primeira.

O sucesso fez com que “Bullet the Blue Sky” também fosse incluída como faixa-bônus no álbum de inéditas seguinte, “Roorback” (2003). Posteriormente, todo o EP seria integrado a relançamentos do disco.

Entre 2003 e 2007, a música foi presença garantida nos setlists das turnês. A mais recente execução ao vivo aconteceu em 2015, justamente durante um show em Dublin, terra natal do U2. A canção também ganhou regravações de outros artistas ligados ao lado mais pesado do rock, como P.O.D. e Queensrÿche. Mas nenhuma versão teve o mesmo brilho e repercussão que a do Sepultura.

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InícioCuriosidadesO cover do U2 que fez grande sucesso com o Sepultura
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Para completar a situação conturbada, ainda foi lançado o ao vivo “Under a Pale Grey Sky” (2002), com a última apresentação da turnê de “Roots” (1996). O trabalho foi disponibilizado contra a vontade do grupo, mas nada poderia ser feito de forma prática para impedir que ele saísse.

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O melhor era seguir em frente, o que fizeram ao assinar com a SPV, selo alemão independente especializado em metal e distribuído à época pela Universal. Na prática, em termos estruturais significava um passo atrás, já que a Roadrunner era a grande gigante no segmento. Porém, era uma solução que garantiria à banda um controle maior sobre seus passos.

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O primeiro fruto da nova empreitada foi o EP “Revolusongs”, composto apenas por covers. Era uma maneira de fazer uma apresentação rápida à nova realidade, enquanto o novo disco de inéditas ainda era preparado.

A proposta era reunir músicas de artistas que influenciaram os membros do grupo mescladas a escolhas que podem ser classificadas como inesperadas. Assim, enquanto Hellhammer e Exodus – além de um tributo ao Metallica escondido no final – estavam de um lado, do outro vinham Massive Attack, Public Enemy, Devo, Jane’s Addiction e U2.

O momento de destaque viria justamente da banda irlandesa. A versão para “Bullet the Blue Sky” se tornou um sucesso, especialmente no Brasil, onde o Sepultura centrava suas ações naquele período.

Com letra escrita pelo vocalista Bono e presente no álbum “The Joshua Tree” (1987), a música é uma das mais pesadas da carreira dos irlandeses. Liricamente, também possui um conteúdo bastante carregado, mesmo para os padrões já naturalmente engajados de seus autores.

De acordo com artigo do site U2BR:

“A canção foi inspirada pela visita de Bono a El Salvador com a Anistia Internacional em 1985, em meio a Guerra Civil Salvadorenha. O cantor não estava apenas perturbado pela violência que ele estava presenciando, mas também pelo fato de os EUA estar ajudando e financiando um dos lados do ataque ao comunismo.”

A versão de “Bullet the Blue Sky”

O resultado da gravação do Sepultura ficou tão interessante que “Bullet the Blue Sky” acabou escolhida como faixa promocional do trabalho. O videoclipe promovendo o single foi filmado em São Paulo e contou com o vocalista Derrick Green relembrando seus tempos de ator.

A peça foi tão bem recebida que liderou a lista de indicações do Video Music Brasil (VMB) 2003, tradicional premiação da MTV. Foram 5 nominações: melhor fotografia, melhor edição, melhor direção de arte, melhor videoclipe de rock e melhor videoclipe segundo a audiência. A vitória veio apenas na primeira.

O sucesso fez com que “Bullet the Blue Sky” também fosse incluída como faixa-bônus no álbum de inéditas seguinte, “Roorback” (2003). Posteriormente, todo o EP seria integrado a relançamentos do disco.

Entre 2003 e 2007, a música foi presença garantida nos setlists das turnês. A mais recente execução ao vivo aconteceu em 2015, justamente durante um show em Dublin, terra natal do U2. A canção também ganhou regravações de outros artistas ligados ao lado mais pesado do rock, como P.O.D. e Queensrÿche. Mas nenhuma versão teve o mesmo brilho e repercussão que a do Sepultura.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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