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A opinião de Rafael Bittencourt, do Angra, sobre o fim do Shaman

Ex-colega das figuras centrais da polêmica espera que decisão seja revista: "que não abandonem um projeto como um todo"

O fim abrupto do Shaman monopolizou as discussões sobre metal no Brasil durante os últimos dias. E mesmo quem fez parte da história, considerando que ela teve início no Angra, acabou se manifestando. Foi o caso do guitarrista Rafael Bittencourt.

Na edição do dia 11 de janeiro do podcast Amplifica, o músico deixou sua impressão sobre o ocorrido. Disse ele, de acordo com transcrição do Whiplash:

“Triste pra caramba, né, bicho? Triste demais. Hoje veio essa notícia de que o Shaman se separou. Eu torço pra que seja uma coisa do momento, uma coisa do calor do momento, que eles se resolvam. Porque todo o cenário claro, do rock e do heavy metal brasileiro, mas também da cultura brasileira… perde né? Perde muito, porque todo o trabalho, todo o empenho, o amor que os fãs colocam na banda, expectativa e tal… tem toda uma egrégora de energia construída, né? Eu imagino e torço pra que tenha sido uma coisa do calor do momento e que se resolvam ou que remanejem, se for necessário. Mas que não abandonem um projeto como um todo.”

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O fim do Shaman

O encerramento das atividades da banda foi anunciado na noite da última terça-feira (10) pelo guitarrista Hugo Mariutti. A informação foi confirmada minutos após o baixista da banda, Luis Mariutti, irmão de Hugo, ter divulgado sua saída.

O motivo foi uma publicação nas redes sociais do baterista Ricardo Confessori no dia anterior, questionando o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após um discurso repudiando os atos antidemocráticos contra as instalações dos três poderes da nação, ocorridos no último domingo (8) em Brasília. Referindo-se ao mandatário como “presidente fake” e o acusando de proferir mentiras, o instrumentista gerou discordâncias nos comentários.

Entre as discussões, o músico proferiu uma série de insultos homofóbicos. Um dos ofendidos, o veterinário e músico Mateus Ferreira, anunciou que tomará medidas judiciais contra Ricardo.

Vale ressaltar que a homofobia é crime no Brasil desde 2019, após decisão do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, foi decidido que o ato, assim como a transfobia, se encaixa nas mesmas diretrizes das leis que punem o racismo em nossa sociedade. A pena varia de 1 a 3 anos de reclusão, podendo chegar a 5 se houver divulgação em meios de comunicação ou redes sociais.

Sobre a banda

Formado em 2000 por três ex-integrantes do Angra – Luis, Ricardo e o saudoso vocalista Andre Matos – junto de Hugo e o tecladista Fábio Ribeiro (que também trabalhava com o Angra como músico de apoio), o Shaman gravou dois álbuns de estúdio com sua formação original, que esteve na ativa entre os anos de 2000 e 2006, quando Matos, Ribeiro e os irmãos Mariutti saíram.

Confessori manteve o grupo com uma nova configuração, encerrada em 2013 após outros dois discos de inéditas serem registrados.

Cinco anos depois, em 2018, foi anunciada uma reunião do quinteto original. A iniciativa ficou restrita a shows, visto que em 2019 Andre faleceu em decorrência de um ataque cardíaco. Alírio Netto ocupou a vaga de vocalista e os músicos gravaram o álbum “Rescue”, lançado em 2022.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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