A primeira passagem do Kiss pelo Brasil marcou a história da banda, especialmente pelo resgate da autoestima. Apesar da qualidade inegável do álbum “Creatures of the Night”, o quarteto não era mais uma novidade nos Estados Unidos, o que levou a uma série de shows com baixíssimo número de espectadores – especialmente tendo em conta os padrões de poucos anos antes.
A vinda ao país em junho de 1983, para shows no Rio de Janeiro (Maracanã, 18), Belo Horizonte (Mineirão, 21) e São Paulo (Morumbi 25) não apenas apresentou uma nova rota ao grupo, como lhes proporcionou experiências inéditas até então. Em entrevista à Metal Hammer, o baixista e vocalista Gene Simmons descreveu o que sua memória conservou, especialmente da passagem por terras cariocas.
“O Kiss tocou no maior estádio do mundo. Subimos no palco e havia tantas pessoas que não conseguíamos ver onde o público acabava. Eles usaram luzes de orientação de pouso de avião como holofotes porque os comuns não podiam alcançar o palco. Esse era o tamanho da coisa. Havia o exército com veículos blindados, como tanques, você sabe, caras com metralhadoras e todas essas coisas na nossa frente e atrás de nós. Nunca havíamos visto algo assim.”
Além de Gene e seu inseparável colega Paul Stanley (voz e guitarra), o Kiss contava à época com o guitarrista Vinnie Vincent e o baterista Eric Carr. Os shows no Brasil foram os últimos com a tradicional maquiagem até a reunião da formação original, em 1996.
A Rede Globo realizou um especial com os melhores momentos da apresentação no Maracanã. O programa foi transmitido em rede nacional nos dias seguintes. As filmagens foram reaproveitadas pelo grupo no segundo volume da série retrospectiva “Kissology”.
Momento de baixa
Ainda durante o bate-papo, Gene Simmons reconheceu que o Kiss não estava em um bom momento em outros países.
“Estávamos tocando em estádios na América do Sul, mas quando tocamos no Superdome em Nova Orleans – que comporta 100 mil pessoas ou algo assim –, devia haver 3 mil pessoas lá. Você apenas entra em uma montanha-russa e espera. Nosso ponto de referência eram os Beatles, porque estávamos delirando. Queríamos pensar em nós mesmos como os Beatles com esteróides.”
Kiss em retirada dos palcos
Recentemente, o Kiss passou pelo Brasil no que os próprios denominam como a última turnê da carreira. Foram quatro apresentações, realizadas nas cidades de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Ribeirão Preto, em ordem cronológica.
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