Único a participar de todas as formações do Angra, o guitarrista Rafael Bittencourt revelou ao Ibagenscast que a história quase foi bem diferente. Logo após a gravação do primeiro disco da banda, “Angels Cry” (1993), o músico quase foi demitido pelo também membro fundador Andre Matos.
“Ele reuniu todo mundo para comunicar que eu estava fora. Estavam o Toninho (Pirani, empresário à época), o Kiko (Loureiro, guitarrista), Luis Mariutti (baixista) e eu. O Marco (Antunes, baterista original) já tinha saído por tudo que aconteceu.”
Rafael não aceitou a decisão, que acabou não sendo mantida. Porém, a relação entre ele e Andre não foi mais a mesma após o episódio.
“Falei que ele estava louco em pensar aquilo. Eu dei o nome, criei o conceito, arrumei todos os músicos que ele não conhecia, fiz metade das músicas… ele começou a dar razões que não tinham pé nem cabeça. Ali tudo começou a enfraquecer, foi uma apunhalada pelas costas.”
Discordâncias no Angra
Perguntado sobre as desavenças, Rafael Bittencourt lembrou que as discordâncias sobre a maneira como os créditos foram distribuídos na ficha técnica de “Angels Cry” começaram a estremecer as relações.
À época, Andre Matos creditava as decisões à gravadora japonesa, embora nunca tenha sido mostrado nenhum documento oficial pedindo que as coisas fossem feitas daquela forma. Mesmo assim, segundo o guitarrista, claramente havia um favorecimento na relação.
“A JVC entendia que o Andre era um grande astro do rock, que havia saído do Viper e agora estava com o Angra. Ele queria que o argumento fosse esse.”
Sem vilão na história
Ainda durante a entrevista, o músico fez questão de deixar claro que os fãs não deviam escolher um lado. E atribuiu tudo que aconteceu à imaturidade.
“Não quero vilanizar ninguém. As pessoas têm a tendência de escolher um time, botar um contra o outro. Éramos imaturos, novos. O fato é que o Angra foi uma junção de projetos. Eu estava fazendo um e o Andre outro. Ele não tinha ninguém, mas possuía um respaldo, uma estrutura e uma carreira experiente, com dois discos nas costas. Eu tinha a ideia da banda, as músicas e a proposta de misturar heavy metal com música brasileira. Então, juntou as duas histórias. Mas o fato é que o Angra não existiria sem mim. Aí, duas pessoas com personalidades fortes acabaram gerando tudo isso.”
O trecho pode ser conferido no vídeo abaixo.
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