O acordo que impediu George Harrison de ser um compositor mais ativo nos Beatles

Na visão de Paul McCartney, havia trato "extraoficial" que estabelecia apenas ele e John Lennon como responsáveis pela criação de músicas

Assistindo as três partes do documentário “The Beatles: Get Back”, Paul McCartney passou a entender melhor o momento em que George Harrison decidiu sair dos Beatles – posicionamento que durou alguns dias até seu regresso.

O vocalista e baixista confessou ao The New Yorker que hoje compreende a decisão do amigo.

“John (Lennon) e eu nunca decidimos deixar ele de fora do time de compositores, mas era algo que estava implícito, um acordo verbal extraoficial. Em nossas cabeças, nós devíamos compor as músicas.”

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Ainda de acordo com Paul McCartney, a reedição das filmagens das sessões de “Let It Be”, feitas por Peter Jackson, ajudam a derrubar o mito de que os Beatles brigavam o tempo todo em estúdio, como ficou parecendo na versão original, de Michael Lindsay-Hogg.

“Em uma relação de irmãos, o mais velho sempre vai gritar com o mais novo e eles vão se atracar com os punhos em algum momento. John e eu éramos assim naturalmente. Mas por muito tempo compraram a ideia de que eu havia sido o malvado da relação, por conta de como tudo acabou. Hoje as pessoas podem ter uma nova visão, o que me alivia.”

The Beatles: Get Back” será disponibilizado no serviço de streaming Disney+ a partir do dia 25 de novembro.

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Sobre The Beatles: Get Back

“The Beatles: Get Back” resgata o material produzido pelo diretor britânico Michael Edward Lindsay-Hogg entre os dias 2 e 31 de janeiro de 1969. Na época, os Beatles trabalhavam em estúdio na criação de um álbum que seria intitulado “Get Back”, mas acabou se tornando “Let It Be” (1970), o último da carreira da banda.

A ideia era produzir um especial de TV na época, mas o projeto se transformou no documentário “Let It Be”, também lançado em 1970. O período foi marcado por tensões internas na banda, com direito a uma breve saída do guitarrista George Harrison. Por esse e outros motivos, o álbum acabou engavetado e a banda gravou “Abbey Road” (1969) em seguida, sendo lançado antes do próprio “Let It Be”.

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Agora, o novo projeto promete restaurar e digitalizar o filme original, além de apresentar material complementar.

Para isso, Peter Jackson, notável por trabalhos como a trilogia “O Senhor dos Anéis”, ficou a cargo de analisar 55 horas de filmagens inéditas sobre as sessões em estúdio. Além disso, ele gerenciou 140 horas em captações de áudio para decidir o que aproveitar.

Em comunicado anterior, Peter Jackson disse que o filme original focou demais na tensão existente entre os integrantes – o que não acontecerá na nova produção. “Existem momentos dramáticos, mas nada como o que as pessoas dizem há tanto tempo”, disse.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

2 COMENTÁRIOS

  1. Sinceramente, o que é isso? João Renato, que reportagem totalmente sem fundamento…Nao conhece George Harrison, com certeza. Ou então faltou raciocínio. Ou faz parte da turma que detesta os Beatles exceto George Harrison. O que signfica não gostar dos Beatles. Então fazem conclusiões totalmente sem noção. Esquecem de contar que George Harrison foi contratado para ser o guitarrista lider da banda. E ele aceitou. George não era compositor, embora fosse bom em criar riffs para guitarra. Há provas disso. Basta ouvir os discos dos Beatles. Ele gravava músicas de outros compositores porque ele não compunha quase nada. Se estivesse em outra banda jamais teria uma única faixa só para ele. Basta ver a história dos guitarristas de outras bandas. Apenas nos Beatles todos tinham chance. George começou a compor mais a partir de 1966. E, de fato, ficou com pouco espaço. E daí? Ele era livre. E sabia disso tanto que foi o primeiro a gravar um disco solo em 1967. Trilha sonora para o filme Wonderwall ,com apoio de todos. Portanto o tal ‘acordo’ nunca impediu ele de nada. Ele não era proibido de compor, pelo amor de Deus! Pense, use a cabeça! Em 69 já se falava nele tendo o mesmo espaço que os demais. Mas a banda se desfez. E George seguiu carreira solo. Não se tornou assim tão influente como compositor na carreira solo. Até hoje seus clássicos foram compostos quando ele era Beatle. Teve músicas excelentes, sem o mesmo impacto. Culpa de John e Paul também? Interferiam na carreira solo dele? Acordem, gente. Por favor. Hora de usar o cérebro quando se fala nos Beatles. E respeitá-los. Todos eles merecem respeito.

    • Virginia, vamos com calma. Esse texto não expressa a opinião de seu autor. É um texto que apresenta uma fala do próprio Paul McCartney. Não foi João quem disse isso sobre George, mas Paul.

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