Eric Clapton voltou a dar declarações controversas sobre a vacina contra Covid-19. Desta vez, de forma mais evidente, ele compartilhou informações falsas a respeito do imunizante, o associando com a perda de fertilidade.
Em entrevista à Oracle Films, plataforma que alega ter “aderido à luta pelo debate aberto e pela liberdade de informação em face da invasão do governo global e da censura das grandes tecnologias” com transcrição do site Far Out Magazine, o músico disse que aceitou falar sobre o tema para alertar sua própria família. O artista revelou temer que suas filhas sejam imunizadas, o que faria com que elas, supostamente, “não fossem capazes de gerar filhos”.
“Talvez essa seja a grande razão pela qual estou falando com você agora. Para falar com minhas filhas sobre como elas podem não ser capazes de terem filhos, elas provavelmente não se importam com isso nesse momento da vida dela, não é um problema para elas.”
Clapton relembrou os efeitos colaterais que sentiu ao ser vacinado contra Covid-19 anteriormente. No mês passado, em uma carta publicada pelo ativista negacionista da pandemia Robin Monotti, o “Slowhand” já havia dito que teve problemas de saúde após ser imunizado, culpando a “propaganda da mídia” por dizer que a injeção é segura a todos.
“Li muitas evidências sobre pessoas que tiveram reações adversas e isso estava na lista: danos ao sistema imunológico. Não estava ciente disso. Perdi o uso das minhas mãos por cerca de três semanas. Pensei que estava realmente encrencado.”
O guitarrista, que sofre de neuropatia periférica desde 2015, chegou a declarar que parou de assistir TV porque, em sua visão, o noticiário é responsável por fazer com que “a doença esteja em nossas cabeças”. A pandemia de Covid-19, vale lembrar, resultou em mais de 3,7 milhões de mortes registradas em todo o mundo. O número de óbitos causados pelo novo coronavírus pode ser ainda maior, devido à subnotificação: estima-se que entre 7 e 13 milhões de pessoas tenham perdido a vida por conta do vírus.
“Agora, parei de assistir TV. Um desenho animado trazia um cara entrevistando dois Quakers. Um diz: ‘como ninguém de sua comunidade pegou Covid?’. O outro fala: ‘bem, não assistimos TV’. É tão verdade, cara, muito de nossa doença está em nossas mentes.”
Assista:
Informação falsa compartilhada por Eric Clapton
No início deste ano, um estudo divulgado pelo periódico científico British Medical Journal aponta que não há conexão entre a vacina contra Covid-19 e suposta perda de fertilidade. Especialistas em todo o mundo reforçam essa informação.
Em entrevista à BBC, Lucy Chappell, professora de Obstetrícia da Universidade King’s College, em Londres, e porta-voz do Royal College de Obstetras e Ginecologistas britânicos, declarou que não existe nenhum “mecanismo biológico plausível” que justificaria qualquer vacina afetar a fertilidade de uma pessoa.
A vacina contra a Covid-19 “não tem nem a capacidade de transmitir o vírus, nem de alterar a composição genética do corpo”, conforme apontado pela especialista. Ela cita o caso específico da Pfizer: o imunizante envia uma espécie de sinal ao corpo, permitindo-o produzir um fragmento da proteína “spike” do coronavírus, considerando inofensivo para a saúde humana, mas importante para ativar o sistema imunológico, com a geração de anticorpos e células brancas.