O Electric Mob ainda colhe os frutos de “Discharge“, seu álbum de estreia, lançado no ano passado pela gravadora italiana Frontiers Music Srl e CD nacional via Hellion Records. O disco expôs a banda formada em Curitiba (PR) a públicos no exterior, incluindo um concorrido circuito de rádios nos Estados Unidos.
Em entrevista concedida a este jornalista para a edição 110 da Guitarload, o guitarrista Ben Hur Auwarter, que completa a formação ao lado de Renan Zonta (voz), Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria), contou que a repercussão de “Discharge” tem sido muito boa, dentro e fora do Brasil.
O público dos Estados Unidos, em especial, parece ter abraçado o grupo, já que as músicas deles estão tocando cerca de 800 vezes por semanas nas estações locais. Além disso, países como França e Alemanha estão consumindo bastante o material da banda por meio das plataformas de streaming.
Electric Mob e rádios dos Estados Unidos
Inicialmente, Ben Hur explicou como o Electric Mob foi parar nas rádios americanas:
“Temos contrato com uma empresa de gerenciamento de bandas em Chicago. Eles têm o foco de levar a banda para os Estados Unidos, para fazer shows, e a melhor forma de divulgar e conseguir turnês, pela experiência deles, é com campanhas nas rádios. Lá fora, para entrar nas estações de rádio gigantescas, tem que pagar jabá. Nas outras, não, porque não são estações que rodam no país inteiro. Fizemos campanhas apenas nessas outras, porque não dá para entrar no jogo do jabá, e foi mais espontâneo.”
De acordo com Ben Hur, o crescimento nessas rádios “não-gigantes”, mais espontâneo, foi muito alto.
“Nos Estados Unidos inteiro, estávamos tocando mais de 800 vezes nas rádios por semana. O pessoal da gringa já estava achando que iríamos cair nas paradas por agora, já que estamos há mais de 4 meses tocando direto, mas não foi isso que aconteceu e ficamos em torno da 20ª posição nesses charts. Em outros charts, estávamos em sexto, na frente do Foo Fighters.”
Auwarter sabe que a construção de público no exterior ocorre de forma mais lenta, embora esteja animado com os resultados atuais.
“Fora do país, isso é mais lento, até porque são vários países na comparação com um, que é o Brasil. Em termos de estatísticas, no Spotify, Alemanha e Estados Unidos ouvem Electric Mob tanto quanto o Brasil, mas não temos tantos seguidores desses países no Facebook e Instagram, por exemplo. Acho que só vamos sentir isso mesmo quando fizermos uma turnê lá fora.”
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No Brasil
E como o público brasileiro tem reagido a “Discharge”? O guitarrista pontuou:
“No começo, achei que o brasileiro tinha um pé atrás em carimbar, com selo de qualidade, o que é feito aqui. Os caras da gringa são mais emocionados, fazem elogios até poéticos, e são coisas que eu nunca ouviria no Brasil, porque as pessoas não querem ser acusadas de elogiar algo só por ser brasileiro. No fim de 2020, essa percepção mudou, porque quando eu vi as listas de melhores álbuns do ano sendo publicadas no Brasil, notei que estávamos sendo muito mais reconhecidos. Aparecemos em várias listas fora do Brasil, mas aqui teve muita gente lembrando de nós.”
Merecido, já que “Discharge” foi, em minha visão, um dos melhores álbuns lançados em 2020. Fiz uma lista com os discos que mais me impressionaram no ano passado – você pode acessá-la clicando aqui.
A entrevista completa de Ben Hur Auwarter à Guitarload pode ser lida, até o fim deste mês, no site da revista.
Gostei muito dessa banda. Quando ouvi uma música, procurei conhecer mais e gostei bastante de todo o material.