Muitos artistas correram para não terem suas imagens associados à de Donald Trump, 45° presidente dos Estados Unidos. Não houve muito apoio explícito da classe musical, tanto durante a campanha eleitoral quanto após a eleição – a dificuldade de Trump em conseguir artistas para a festa de sua posse chegou a virar piada na imprensa.
Contudo, sabe-se que Donald Trump é fã de rock, especialmente dos clássicos. No passado, ele se declarou fã de artistas como Aerosmith, Elton John e Paul McCartney, além do Rei do Pop, Michael Jackson. Por outro lado, é muito raro ver o empresário falar sobre o assunto publicamente.
De tão apreciador, o próprio Donald Trump era responsável por fazer as playlists de seus comícios. Uma das músicas que mais estiveram presentes em tais eventos foi “Brown Sugar”, dos Rolling Stones.
Shows
Donald Trump costumava ir a alguns shows ocasionalmente. Em 2006, por exemplo, ele foi visto em um show de Crosby, Stills, Nash & Young, em 2006, na cidade de Nova York.
À Rolling Stone, ele teceu elogios a Neil Young. “Escutei a sua música por anos e o vi antes disto, mas estive no show onde homenagearam Bob Dylan, anos atrás, no Madison Square Garden. Neil colocou a casa abaixo. Ninguém chegou perto do que ele apresentou. Ele é um cara incrível e sua voz está perfeita. Ele tem 63 anos e não acho que tenha mudado nada”, diz.
Donald Trump e Neil Young |
Curiosamente, meses atrás, Donald Trump chamou Neil Young de “hipócrita” após o músico ter pedido para que a canção “Rockin’ In The Free World” não fosse mais utilizada nos comícios.
Outra banda que Donald Trump viu ao vivo recentemente foi o Black Sabbath. Em entrevista ao Birmingham Mail, o guitarrista Tony Iommi revelou que o presidente dos Estados Unidos esteve em uma apresentação do grupo, anos atrás.
“Vocês não conseguem imaginar quantas pessoas vêm a nossos shows. Donald Trump esteve em um deles. Ele veio ao backstage com sua filha mas não pudemos ficar para conversar, pois tínhamos que sair correndo para pegar o avião. Foi uma coisa tipo ‘oi’ e ‘até logo'”, contou.
Comprador de discos?
Não se sabe muito se Donald Trump é do tipo “colecionador”. Entretanto, ele fez questão de adquirir suas cópias dos discos “Use Your Illusion”, do Guns N’ Roses, no mesmo dia do lançamento.
Um texto da revista Classic Rock, publicado em junho de 2011, destaca o fato. A matéria é de Jon Hotten e a tradução é de Ricardo Seelig.
“Por alguns breves e brilhantes meses de 1991 – para ser mais preciso, a partir da meia-noite do dia 17 de setembro -, o Guns N’ Roses alcançou um momento raro: eles eram a maior banda do mundo. Naquele dia, Donald Trump estava em uma limousine com cinco lindas modelos rumo à Tower Records em Manhattan, para comprar as suas cópias de Use Your Illusion I e Use Your Illusion II, os novos álbuns do Guns que, pela primeira vez na história da indústria da música, haviam sido lançados simultaneamente”
Twisted Sister
O Twisted Sister merece destaque neste texto. A banda teve uma espécie de relação de “amor e ódio” com Donald Trump, graças ao uso da música “We’re Not Gonna Take It” durante a campanha presidencial.
Em recente texto para o site Forward, o guitarrista Jay Jay French explicou a situação que envolveu Donald Trump e Twisted Sister. O vocalista e compositor Dee Snider havia autorizado o uso de “We’re Not Gonna Take It”, contudo, o grupo voltou atrás com a permissão após algum tempo.
A ideia de autorizar era, segundo French, para transmitir a ideia de que Donald Trump era alguém que se opunha ao sistema. Então, em seu modo, representava “rebelião” – a mensagem que a banda transmitia.
Porém, segundo o guitarrista, a imprensa internacional transformou isto em uma situação muito maior. “Tornou-se ‘Twisted Sister apoia Trump'”, diz Jay Jay.
O Twisted Sister não necessariamente apoiava Donald Trump no âmbito político, mas Dee Snider havia sido ajudado por ele em uma aparição no “Celebrity Apprentice”. O magnata havia auxiliado o cantor a conseguir bastante dinheiro para sua instituição de caridade, St. Jude’s Children’s Hospital.
O músico destacou, ainda, que não ganharia nem um centavo com isto (na verdade, o compositor, que é Dee Snider, ganharia US$ 0,003 a cada vez que a canção fosse tocada). No fim das contas, Dee Snider pediu, de forma privada, que a música não fosse mais tocada por Donald Trump.
Bom artigo Igor. Poxa senti falta das imagens descritivas.